Andrade Morettin
- ACR 113
- 12 de mai. de 2023
- 14 min de leitura
Atualizado: 8 de jul.

Figura 1: Retrato dos arquitetos sócios fundadores Vinicius Andrade e Marcelo Morettin. Fonte: Andrade Morettin Arquitetos Associados
APRESENTAÇÃO
Andrade Morettin Arquitetos Associados é um escritório de arquitetura sediado em São Paulo, Brasil, fundado em 1990 por Marcelo Morettin e Vinicius Andrade, ambos arquitetos formados pela FAU-USP, que antes mesmo de abrir seu escritório conjunto, já haviam trabalhado juntos em outros projetos. O reconhecimento do escritório se deve em grande parte por seu trabalho em projetos de arquitetura, urbanismo, paisagismo e design de interiores.
Sua abordagem contempla muitas frentes em seus projetos, podendo trabalhar em colaboração com outros profissionais, como engenheiros, designers e consultores ambientais. Já seus projetos, possuem grande ênfase em promover a interação entre as pessoas e o ambiente que será construído.
O escritório é renomado internacionalmente por seus projetos, tendo em seu repertório diversos prêmios como, por exemplo, o Prêmio Jovens Arquitetos da Bienal Internacional de Arquitetura de São Paulo em 1997 e o Prêmio Building of the Year da ArchDaily em 2018. Entre seus projetos mais importantes estão o Museu da Língua Portuguesa e o Instituto Moreira Salles, ambos em São Paulo, e o Pavilhão Brasileiro da Expo 2000 em Hannover, Alemanha.
biografia dos arquitetos

Figura 02: Retrato dos arquitetos sócios fundadores Vinicius Andrade e Marcelo Morettin e associados Marcelo Maia e Renata Andrullis. Fonte: Andrade Morettin Arquitetos Associados.
Marcelo Morettin é um arquiteto brasileiro paulistano, nascido no ano de 1961. Estudou arquitetura na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU-USP), finalizando sua formação em 1986. Em seguida, ele trabalhou como arquiteto e urbanista na cidade de São Paulo, ganhando experiência em projetos de habitação, instalações institucionais e culturais.
Vinicius Andrade é um arquiteto brasileiro nascido em Belo Horizonte, em 1962. Graduou-se em arquitetura pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU-USP) no ano de 1986. Ao longo de sua carreira, trabalhou com vários arquitetos renomados, incluindo João Figueiras Limas (Lelé), Ruy Ohtake e Paulo Mendes da Rocha.
Ambos fundaram o escritório objetivando evitar o sistema tradicional de construção civil. Segundo o próprio Vinicius Andrade, em entrevista concedida ao site “vitruvius”, tanto ele quanto Morettin não queriam seguir o padrão de; “fazer uma arquitetura bruta, pesada, uma construção artesanal que as pessoas trabalhassem penduradas, em cima de uma tábua, chapiscando massa em uma parede, para depois que a parede estivesse pronta, quebrar a parede”. Com esses questionamentos em mente, o escritório passou a adotar cada vez mais a mesclagem do uso de componentes pré-fabricados para a montagem de estruturas com materiais tradicionais. Portanto, o escritório passou a conciliar, em seus projetos, a coerência e eficiência dentro do contexto que estão localizados com partes muitas vezes vindas e fabricadas em outros lugares.
Anos mais tarde, em 2012, Marcelo Maia Rosa, formado pelo Mackenzie, e Renata Andrulis, formada também pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP, passaram a integrar a sociedade do escritório.
lista de projetos
O escritório Andrade Morettin já produziu diversas edificações pelo Brasil e pelo Mundo, segue a seguir a lista de todos os projetos elencados por ordem cronológica:
Residência P.A. (Habitacional) Carapicuíba - São Paulo, 1997 - 1998.
Concurso Nacional para o Plano Diretor de Restauração da Faculdade de Medicina da USP (Institucional) São Paulo - São Paulo, 1998 - 2010. (Projeto Premiado: Concurso Nacional para o Plano Diretor de Restauração de Faculdade de Medicina da USP - 1º Prêmio, 1998)
Reforma Prudência (Habitacional) São Paulo - São Paulo, 2001 - 2002.
Residência M.M. (Habitacional) São Roque - São Paulo, 2001 - 2003. (Projeto Premiado: Projeto selecionado para a exposição “Panorama Emergente Iberoamericano” na IV Bienal Iberoamericana de Arquitectura – Lima, Peru 2004; Projeto selecionado para a exposição “Encore Moderne? Architecture contemporaine au Brésil” – Paris, França 2005)
Sede para o Laboratório Alellyx Applied Genomics (Comercial) Campinas - São Paulo, 2002 - 2005.
E.E. Jornalista Roberto Marinho (Institucional) Campinas - São Paulo, 2003 - 2004. (Projeto Premiado: 7° Prêmio Jovens Arquitetos – IAB-SP - Menção honrosa, 2003)
Conjunto Habitacional Assembléia São Paulo - São Paulo, 2004. (Projeto Premiado: 6° Bienal Internacional de São Paulo - Projeto selecionado para exposição, 2005; Concurso Nacional de Habitação para Locação Social – HabitaSampa - 1º Prêmio, 2004)
Exposição ‘Tropicália: A Revolution in Brazilian Culture’ (Institucional) São Paulo, 2004 - 2005.
Concurso Nacional de Anteprojeto UNIFESP (Institucional) Diadema - São Paulo, 2006. (Projeto Premiado: 6° Bienal Internacional de São Paulo - Projeto selecionado para exposição; Concurso Nacional de Habitação para Locação Social – HabitaSampa - 1º Prêmio)
Concurso Nacional para a Sede da Universidade Federal do ABC – Santo André (Institucional) Santo André - São Paulo, 2006. (Projeto Premiado: Concurso Nacional para a Sede da Universidade Federal do ABC – Santo André - 3º Prêmio, 2006)
Concurso Internacional de Ideias Zero Latitude – Galápagos (Projeto Urbano) Quito - Equador, 2006. (Projeto Premiado: Concurso Internacional de Idéias Zero Latitude – Galápagos - 1º Prêmio, Quito, 2006)
Residência R.R. (Habitacional) Itamambuca - São Paulo, 2006 - 2007.
Residência A.B. (Habitacional) São Paulo - São Paulo, 2006 - 2008.
Residência F.S. (Habitacional) Avaré - São Paulo, 2006 - 2009.
Edifício Aimberê 1749 (Habitacional) São Paulo - São Paulo, 2006 - 2010.
2º Concurso Internacional Living Steel para Habitação Sustentável (Habitacional) Recife - Pernambuco, 2007.
Concurso Nacional para sede da CAPES – Brasília (Institucional) Brasília - Distrito Federal, 2007. (Projeto Premiado:Concurso Nacional para Sede do CAPES – Brasília - 1º Prêmio, 2007)
Concurso Internacional de Ideias para a Revitalização da Frente Ribeirinha (Projeto Urbano) Porto - Portugal, 2007. (Projeto Premiado: Concurso Internacional de Idéias para a Revitalização da Frente Ribeirinha – Porto - Menção honrosa, 2007)
Concurso Internacional ‘Building a Sustainable World’ (Projeto Urbano) Paranaguá - Paraná, 2007. (Projeto Premiado: Concurso Internacional ‘Building a Sustainable World’ - Finalista, 2007)

Figura 03: Maquete eletrônica da “Algae City”, o projeto que foi desenvolvido para o Concurso Internacional ‘Building a Sustainable World’. Fonte: Andrade Morettin Arquitetos Associados.
Revitalização do edifício sede da Folha de S.Paulo (Comercial) São Paulo - São Paulo, 2007 - 2009.
Edifício Fidalga 772 (Habitacional) São Paulo - São Paulo, 2007 - 2011.
Concurso Nacional para o Centro de Informações do COMPERJ – Petrobrás (Institucional) Itaboraí - Rio de Janeiro, 2008. (Projeto Premiado: Concurso Nacional para o Centro de Informações do COMPERJ – Petrobrás - 1º Prêmio, 2008)
Concurso Internacional para nova Sede da CAF (Comercial) Caracas - Venezuela, 2008. (Projeto Premiado: Concurso Internacional para nova Sede da CAF - 2º Prêmio, 2008)
Instituto de Pesquisas Santa Casa (Institucional) São Paulo - São Paulo, 2009 - 2012.
Edifício Box 298 (Comercial) São Paulo - São Paulo, 2009 - 2013.
Edifício Marcos Lopes (Habitacional) São Paulo - São Paulo, 2010.
Renova SP – Ponte Baixa (Projeto Urbano) São Paulo - São Paulo, 2011.
Conjunto Habitacional Jardim Lidiane (Projeto Urbano) São Paulo - São Paulo, 2011.
IMS São Paulo (Institucional) São Paulo - São Paulo, 2011 - 2017. (Projeto premiado: Concurso Instituto Moreira Salles São Paulo - 1° Prêmio, 2011; Prêmio IABsp “Edificação Institucional Executada” - 1º Prêmio, 2018; Prêmio AsBEA - 1º Prêmio, 2018; Prêmio Mies Crown Hall Americas - Finalista, 2018; Prêmio “Obra de Arquitetura em São Paulo 2017” pela APCA - 1º Prêmio, 2018; Prêmio “Obra do Ano” pelo ArchDaily Brasil - 3º Prêmio, 2018)
Residência C.J. (Habitacional) São Paulo - São Paulo, 2011 - 2013.

Figura 04: Vista frontal da “Residência C.J.” já construída em São Paulo. Fonte: Andrade Morettin Arquitetos Associados.
Edifício Pop Madalena (Habitacional) São Paulo - São Paulo, 2011 - 2015.
Residência T.R. (Habitacional) Carapicuíba - São Paulo, 2011 - 2016.
Residência M.M.C. (Habitacional) São Paulo - São Paulo, 2011 - 2016.
Centro de Simulação e Doenças Negligenciadas – FMUSP (Institucional) São Paulo - São Paulo, 2012.
Residência O.Z. (Habitacional) São Roque - São Paulo, 2013.
Residência A.B.V. (Habitacional) Rio de Janeiro - Rio de Janeiro, 2013 - 2018.
Edifício Pop+ (Comercial) São Paulo - São Paulo, 2013 - 2018. (Projeto Premiado: Prêmio IABsp “Edifício Comercial”, 2019)

Figura 05: Vista lateral do “Edifício Pop+” já construído em São Paulo. Fonte: Andrade Morettin Arquitetos Associados.
Réinventer Paris: Ordener (Habitacional) Paris - França, 2015. (Projeto premiado: Concurso Internacional Réinventer Paris - 2º Prêmio, Paris, 2015)
Exposição ‘Guignard: A Memória Plástica do Brasil Moderno’ (Institucional) São Paulo - São Paulo, 2015.
IMPA – Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada (Institucional) Rio de Janeiro, 2015. (Projeto premiado: Concurso Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada - 1º Prêmio, 2015; Prêmio Regional LafargeHolcim Latin America - Menção honrosa, 2017; Prêmio IABsp “Edificação Institucional” - 1º Prêmio, 2019)

Figura 06: Maquete eletrônica da “IMPA – Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada”. Fonte:Andrade Morettin Arquitetos Associados.
Beacon School (Institucional) São Paulo, 2016. (Projeto premiado:Prêmio de Arquitetura Instituto Tomie Ohtake AkzoNobel - 1º Prêmio, 2019; Concurso para novo Campus da Beacon School - 1º Prêmio, 2016; Prêmio “Obra do Ano” pelo ArchDaily Brasil - 3º Prêmio, 2020 )
Retrofit no Edifício Castelo Branco (Comercial) São Paulo - São Paulo, 2017.
Biblioteca Padre Charbonneau (Institucional) São Paulo, 2017 - 2020.
Edifício Elevo (Habitacional)São Paulo - São Paulo, 2017 - 2021.
Residência P.E. (Habitacional) São Paulo - São Paulo, 2018.
Villa de Mellos (Habitacional) São Paulo - São Paulo, 2018. (Projeto premiado: Concurso para Residência Unifamiliar Vila dos Mellos – São Paulo)
Residência F.R. (Habitacional) Ubatuba - São Paulo, 2019 - 2021.
34ª Bienal de Arte de São Paulo (Institucional) São Paulo - São Paulo, 2019 - 2021.
Escola Aubrick Campo Belo (Institucional) São Paulo - São Paulo, 2020 - 2021.
Dentre os citados acima, iremos analisar de maneira detalhada o IMS São Paulo e a Residência P.A
IMS Paulista

Figura 07: Vista frontal do IMS Paulista. Fonte: Metréa.
Ficha técnica
Projeto: IMS São Paulo
Localização: Av. Paulista, 2424 - Bela Vista, São Paulo - SP, 01310-300
Uso: Institucional/Museu
Área construída: 8.662m²
Início do projeto e conclusão da obra: 2011 -2017 2013 - 2017
Ano do concurso: 2011
Equipe do concurso: Andrade Morettin Arquitetos, Beatriz Moretti, Fábio Ucella, Flora Fujii, Gabriel Sepe, Júlio Beraldo, Lauro Rocha e Valéria Mónigo, Álvaro Razuk, Andrea Vosgueritchian, Ycon, Yopanan Rebello, Geraldo Moretti, Cláudio Wolle, Grau, Douglas Cury, Gustavo Nepomuceno, Carlos Albert Kaiser, Ilo Codognotto, Sílvia Helena e Bijari.
Equipe de projeto: Andrade Morettin Arquitetos, Adriane De Luca (coord.), Raphael Souza (coord.), Carlos Eduardo Miller, Felipe Fuchs, Fernanda Carlovich, Fernanda Mangini, Gabriel Sepe, Jaqueline Lessa, Melissa Kawahara, Eduardo Miller, Guilherme Torres, Ycon Engenharia, GOP, Moretti Engenharia Consultiva, LZA Engenharia, Front Inc., Grupo Galtier, Greenwatt Consultores de Energia, GPIC, LZA Engenharia, Urbem Arquitetura, Harmonia Acústica, Akkerman, Holtz, Peter Gasper & Associados, Lux Projetos, PROASSP Project Management and Consulting, Empro Comércio e Engenharia em Transporte Vertical, Fleury Consultores, Quadradão, Walderez Nogueira Soluções Gastronômicas, Canal & Musse e All’e Engenharia.
O Instituto Moreira Salles é uma renomada e consolidada instituição cultural no Brasil. Foi fundada em 1992 pelo banqueiro, embaixador e filantropo Walther Moreira Salles, com o principal objetivo de expor e difundir o grande acervo audiovisual de sua família.
Seu primeiro centro cultural foi construído em uma das residências da família em Poços de Caldas - Minas Gerais, cidade natal de João Moreira Salles, pai de Walther e fundador do Itaú Unibanco. Em seguida, foi aberto um segundo centro na cidade do Rio de Janeiro, localizado na antiga residência de Walther na Gávea.
Ainda assim, havia a necessidade de expandir para a maior metrópole do país e em 1996, eles inauguraram uma galeria na rua Piauí, localizada no bairro de Higienópolis. Porém, ela apresentava um espaço limitado e não conseguia abrigar exposições maiores de grandes artistas. Então, para que a instituição pudesse ampliar sua potência na capital, foi decidido construir um centro em um lote adquirido por eles em um dos melhores pontos de São Paulo.
Localizado na primeira quadra da Av. Paulista, onde antes havia um estacionamento, o lote possui uma metragem de 600 metros quadrados e se localiza em uma região de fácil acesso, tanto por transporte público via as estações Paulista e Consolação, quanto por carro por se localizar em uma importante via arterial. Além disso, ele também possui acesso a infraestrutura necessária para receber um projeto de grande porte como este.

Figura 08: Mapa da paulista. Fonte:Andrade Morettin Arquitetos Associados.
Em relação ao projeto arquitetônico da edificação, foi promovido um concurso em 2011 e seis escritórios brasileiros chegaram a fase final, sendo eles Andrade Morettin, Angelo Bucci, Arquitetos Associados, Bernardes + Jacobsen, Marcio Kogan e Una Arquitetos.
No fim, o projeto vencedor, e que será analisado a seguir, foi o do escritório Andrade Morettin. Ele se destacou perante os demais, primeiramente, por ter uma volumetria interessante, com um proposta de circulação onde os espaços administrativos e do acervo são separados verticalmente dos espaços expositivos como é possível observar na figura abaixo.

Figura 09: Diagrama da organização vertical do IMS Paulista. Fonte:Andrade Morettin Arquitetos Associados.
Além disso, por ter um esqueleto externo de vidro, os elementos internos e os vazios que compõem o prédio, como pode ser visto abaixo na figura 10, ficam expostos para quem está do lado de fora, tornando os espaços públicos convidativos para os transeuntes que são instigados a descobrir aquilo que aparentemente está expostos para eles.

Figura 10: Diagrama explodido dos elementos verticais do IMS Paulista. Fonte:Andrade Morettin Arquitetos Associados.

Figura 11: Corte lateral do IMS Paulista. Fonte:Andrade Morettin Arquitetos Associados.
O edifício possui, juntamente com a garagem, doze pavimentos, como pode ser visto na figura 11 acima. O térreo é o acesso ao edifício, ele é aberto com o intuito de proporcionar uma continuidade da calçada e expandir esse elemento para dentro do lote, melhorando a circulação no “hall urbano”. Essa continuação também contribui para uma melhora da ventilação e iluminação nos demais pavimentos, que, por conseguinte, ficam mais elevados e acabam tendo, também, uma visão mais clara da cidade. A escada rolante, responsável pelo acesso público aos demais pavimentos, está em uma posição centralizada nesse espaço aberto. Todavia, há a presença de outras três escadas, duas de emergência e uma para funcionários. Há também neste pavimento um restaurante que, por sua vez, é fechado por paredes de vidro.

Figura 12: Planta do pavimento térreo do IMS Paulista. Fonte:Andrade Morettin Arquitetos Associados.
No primeiro pavimento ficam a biblioteca e administração. Aqui, o público sobre a escada rolante central para chegar até o seu encontro com uma outra que segue até a recepção. Ele também pode acessar à biblioteca descendo a escada panorâmica ou o elevador que dá acesso aos demais andares.
Já em relação a parte administrativa, ela é acessada pelos funcionários por meio de uma escada e elevadores que só eles podem utilizar. Nota-se por fim, que os elementos cinzas presentes nas plantas dos quatro primeiros pavimentos representam os vazios e/ou aberturas da edificação.

Figura 13: Planta do primeiro pavimento do IMS Paulista. Fonte:Andrade Morettin Arquitetos Associados.
No segundo pavimento estão localizadas as salas de aula. O acesso se dá novamente pela escada rolante central, mas também pela escada comum ou pelo elevador. Entretanto, há a presença de outra escada rolante que dá acesso aos demais pavimentos. Destaca-se que o nível é predominantemente composto por espaços vazios e abertos.

Figura 14: Planta do segundo pavimento do IMS Paulista. Fonte: Andrade Morettin Arquitetos Associados.
O terceiro pavimento é acessado pela segunda escada rolante presente no pavimento anterior, pela escada comum ou pelo elevador. A escada que dá acesso aos pavimentos superiores, dessa vez, não está mais centralizada, e sim no lado esquerdo da fachada e seguirá esse padrão até o quinto pavimento. Nesse andar, encontram-se o auditório, que se expande para o andar de cima, e o foyer.

Figura 15: Planta do terceiro pavimento do IMS Paulista. Fonte:Andrade Morettin Arquitetos Associados.
No quarto pavimento, encontra-se a cabine de projeção advinda da presença do auditório no andar debaixo. Com isso, esse pavimento acaba exercendo função de pé direito duplo.

Figura 16: Planta do quarto pavimento do IMS Paulista. Fonte: Andrade Morettin Arquitetos Associados.
No quinto pavimento, acessado tanto pelas escadas (rolante, que acaba nesse nível; ou comum), quanto pelo elevador. Aqui, finalmente encontra-se a recepção do edifício. Além disso, aqui também há o café, a loja do IMS e uma abertura que proporciona um “ponto de observação" para a avenida.

Figura 17: Planta do quinto pavimento do IMS Paulista. Fonte: Andrade Morettin Arquitetos Associados.
O sexto e o oitavo pavimento são dedicados às exposições temporárias. A ausência do sétimo andar se dá pelo fato de que o sexto apresenta pé direito duplo. O acesso desses andares acontece somente pela escada comum ou pelo elevador, ambos citados anteriormente.

Figura 18: Planta do sexto pavimento do IMS Paulista. Fonte: Andrade Morettin Arquitetos Associados.

Figura 19: Planta do oitavo pavimento do IMS Paulista. Fonte: Andrade Morettin Arquitetos Associados.
Por fim, o nono pavimento é onde se encontra a exposição permanente. O acesso se dá de forma exclusiva pelo elevador.

Figura 20: Planta do nono pavimento do IMS Paulista. Fonte:Andrade Morettin Arquitetos Associados.
Analisando os aspectos ambientais da construção, a fachada principal para a Avenida Paulista faz com que o edifício esteja voltado para o sudoeste. As grandes janelas de vidro translúcido autoportante contribuem para a iluminação interna, tão importante em um museu. Ademais, a curvatura das paredes também contribui para a entrada de luz solar no edifício. A qualidade de luz no interior do instituto foi priorizada pelos arquitetos não só para suprir a necessidade de iluminação necessária, mas também para carregar um “rastro da cidade” para os ambientes externos. Tais estratégias foram importantes, dado que o IMS é menor que os edifícios ao seu redor e, por isso, acaba recebendo sombreamento deles.
Outrossim, a fachada também conta com uma grande varanda suspensa responsável por conectar os ambientes internos com o entorno urbano. A arquitetura contemporânea e minimalista do prédio trabalha com linhas descomplicadas e aspectos geométricos e é marcada pelas grandes paredes de concreto branco. O revestimento das paredes e dos pisos internos é feito com materiais naturais, como mármore e madeira, criando, portanto, um ambiente elegante e tranquilo.

Figura 21: Vista do rasgo do interior do edifício. Fonte:Andrade Morettin Arquitetos Associados.
Nesse sentido, a composição dos materiais externos foi feita pensando no entorno do edifício. No térreo elevado é utilizado o piso de mosaico português, presente nas antigas calçadas da Av. Paulista; no piso que se encontra ao mesmo nível da rua, há a utilização do mesmo material usado atualmente nas calçadas, a fim de criar um espaço contínuo entre a rua e o museu. Essa continuidade também cria a sensação de uma praça interna no IMS. Posto isso, é utilizado estrutura metálica para fins estruturais e aço aparente com finalidade estética, como é o caso da chapa vermelha perfurada localizada no interior do edifício.
O prédio também conta com uma “caixa” de concreto no interior, localizada no canto esquerdo a partir da Av. Paulista, que exerce função estrutural, junto com a estrutura metálica; estética; e também prática, uma vez que nessa “caixa” estão localizados os banheiros e tubulações.

Figura 22: Diagrama da estrutura do edifício. Fonte:Andrade Morettin Arquitetos Associados.
Residência P.a.

Figura 23: Vista frontal da Residência. Fonte: Andrade Morettin Arquitetos Associados.
Ficha técnica
Projeto: Residência P.A
Localização: Carapicuíba - SP
Uso: Habitacional
Área construída: 62m²
Início do projeto e conclusão da obra: 1997-1998
Equipe do projeto: Andrade Morettin Arquitetos: Vinicius Andrade, Marcelo Morettin
Colaboradores: José Silveira e José Alves
Pensado para um casal de fotógrafos, a Residência P.A é um pavilhão localizado no estado de São Paulo, imerso na vegetação e próximo a um lago. Apesar da grande extensão do terreno, a casa é comparativamente pequena (62 m²) já que não houve necessidade de ser maior por abrigar apenas duas pessoas. A residência é composta por dois blocos retangulares conectados, o principal estruturado em madeira elevada do chão por muros de alvenaria e painéis de policarbonato alveolar translúcido, permitindo assim uma estrutura leve e conectada à natureza. Contudo, um detalhe interessante é encontrado em uma das quinas que dão vista ao lago, o painel translúcido dá lugar ao vidro transparente, possibilitando a conexão ainda mais direta com o meio.

Figura 24: Sala de estar da residência. Fonte: Andrade Morettin Arquitetos Associados.
O outro bloco é feito de alvenaria conectado diretamente com o solo, esta parte abriga os locais de serviços, banheiro, cozinha e reservatório de água, enquanto no bloco principal ficam uma sala e um quarto. A cobertura é feita de telhas metálicas termoacústicas inclinadas em direção da entrada que consta com um pequeno deck de madeira. Além disso, há um espaçamento entre a telha e a estrutura de madeira, possibilitando desta maneira a circulação do ar e um maior conforto dentro da edificação.
Pode-se perceber influências do movimento moderno na construção da edificação ao elevarem o bloco principal acima do solo e grandes aberturas de vidro estendendo ao longo da fachada.

Figura 25: Vista frontal da residência durante a noite. Fonte: Andrade Morettin Arquitetos Associados.

Figura 26: Implantação da edificação. Fonte: Andrade Morettin Arquitetos Associados.

Figura 27: Planta baixa da residência. Fonte: Andrade Morettin Arquitetos Associados.

Figura 28: Corte transversal. Fonte: Andrade Morettin Arquitetos Associados.

Figura 29: Elevação leste. Fonte: Andrade Morettin Arquitetos Associados.
AUTOReS
Alysson Neves, Ana Beatriz Pessôa, Arthur Ricardo, Iago Marques e Pedro Guarrido. Estudantes da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da UFMG.
Belo Horizonte, Maio de 2023.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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HELM, Joanna. Casa MM / Andrade Morettin Arquitetos Associados. ArchDaily Brasil. Disponível em: <https://www.archdaily.com.br/br/01-3264/casa-mm-andrade-morettin-arquitetos-associados>. Acesso em: 10 maio 2023.
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