Antônio Francisco Lisboa (aleijadinho)
- ACR 113
- 3 de nov. de 2022
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Atualizado: 4 de nov. de 2022
Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho, é considerado um dos mais importantes artistas do continente americano no século XVIII. As primeiras informações acerca da biografia de Aleijadinho foram escritas por Rodrigo José Ferreira Bretas, anos após a sua morte. Além de arquiteto, Aleijadinho também foi escultor e entalhador. Nascido em Minas Gerais, em Vila Rica (atual Ouro Preto), estima-se que Aleijadinho viveu entre 76 e 84 anos, pois há quem diga que seu ano de nascimento foi 1730 ou 1737, não se sabe ao certo.

Figura 1: Retrato Aleijadinho
Seu pai foi um português que se mudou para Minas Gerais à época da mineração, na década de 1720. A história afirma que Aleijadinho foi fruto de uma relação de seu pai com Isabel, uma africana que fora escravizada e de quem pouco se sabe. Portanto, Aleijadinho nasceu escravo e era negro, mas foi alforriado pelo seu pai.
Aleijadinho teve quatro meio-irmãos, com os quais cresceu, que eram fruto do casamento de seu pai com Maria Antônia de São Pedro. Apesar de ter crescido entre os meio-irmãos, quando da morte de seu pai Aleijadinho não teve direito à herança pois era considerado filho ilegítimo. A única herança deixada por seu pai fora a profissão de escultor, cuja influência é expressiva em toda a sua vida.
Após os 40 anos, desenvolveu uma enfermidade que, hoje, acredita-se que tenha sido hanseníase, sífilis ou porfiria.
A doença fez com que o artista perdesse os dedos dos pé e das mãos, a biografia escrita por Bretas relata que seus ajudantes amarravam as ferramentas às suas mãos quando já não haviam dedos para segurá-las. Todavia, assume-se a possibilidade deste relato ser uma romantização de sua enfermidade. Além disso, a doença também atingiu a sua face. Acredita-se que o termo “aleijadinho” seja uma referência à sua perda de locomoção. Aleijadinho faleceu em 1814, pobre e com pouco reconhecimento. Apenas dois séculos após sua morte foi reconhecido como o maior artista do rococó brasileiro.
formação
A principal influência fora seu próprio pai, contudo afirma-se que sua formação como escultor também contou com João Gomes Batista, desenhista e pintor; e José Coelho de Noronha, também escultor e entalhador.
influência
Desde cedo, Antônio Francisco inclinou-se muito mais para os trabalhos artísticos do que para os técnicos, preferidos pelo pai. Em razão disto, introduziu-se desde a infância em tarefas de entalhamento de retábulos, nas quais se concentrava a produção artística de seu tempo.
O conhecimento que tinha do desenho, de arquitetura e de escultura fora obtido na escola prática de seu pai e, talvez, na do desenhista pintor João Gomes Batista – oficial da Casa da Moeda de Lisboa que havia sido transferido para o Rio em 1735 e para Vila Rica em 1751. Ao que indica, João Gomes Batista acrescentou fundamentos eruditos aos conhecimentos empíricos de Antônio Francisco, dando acesso às novidades artísticas em curso na Europa e introduzindo-o a composições mais próximas do humanismo iluminista.
As obras de relevância de seu tempo, como a Matriz de Nossa Senhora do Pilar de Vila Rica – adornada interiormente por Antônio Francisco Pombal – e de outras obras similares, foram capazes de atrair a atenção de Antônio Francisco Lisboa e, rapidamente, este adquiriu conhecimentos práticos e adestramento suficientes para interferir em peças decorativas da região, a princípio como simples aprendiz, mas, logo depois, como hábil profissional.
Através de sua introdução em canteiros de obras como aprendiz, bem como em “aulas” ministradas por instrutores de maior categoria, foi que Antônio Francisco adquiriu seus conhecimentos profissionais e aptidões.
carreira
Conhecido por suas esculturas em pedra-sabão, entalhes em madeira, altares e igrejas, a obra de Antônio Francisco se caracteriza pela leveza, simplicidade e dinamismo, sendo grande parte situada nas cidades mineiras de Ouro Preto (antiga Vila Rica), Tiradentes, São João del-Rei, Mariana, Sabará e Congonhas do Campo.
Tendo como tema mais expressivo a religiosidade, sua obra se distingue dos trabalhos executados pelos demais artesãos regionais em inúmeros detalhes de composição e tratamento. A principal distinção é notada em sua particular caligrafia escultórica, como na anatomia de suas figuras humanas, que se qualifica quase como uma assinatura.
parcerias
Antônio Francisco Lisboa sempre se auxiliava por outros oficiais e aprendizes: Tomas Maia em Congonhas; José Soares, José Velasco, José Rodrigues, Joaquim da Silva e mais três auxiliares em Sabará; os artífices escravos: Maurício, Agostinho e Januário, em Ouro Preto. Estes, os de nome e atuação conhecidos, além dos demais ainda irrevelados.
lista de projetos
1766-71: São Francisco Ouro Preto (risco);
1770: Carmo Sabará (risco frontispício);
1771-72: São Francisco Ouro Preto (pedras dos púlpitos);
1773-74: São Francisco Ouro Preto (barrete capela-mor) e Carmo Sabará (frontispício);
1774: São Francisco Ouro Preto (novo risco da portada) e São Francisco São João (risco);
1775: Mercês e Perdões Ouro Preto (altares laterais);
1776: Carmo Ouro Preto (lavatório);
1777: Carmo Sabará;
1778-79: Carmo Sabará (imagens de São Simão e São João da Cruz; risco grades) e São Francisco Ouro Preto (risco da tribuna do altar-mor e lavatório);
1780-81: Carmo Sabará (risco púlpitos e côro);
1780-82: Carmo Sabará (grades, côro, púlpitos e portas principais);
1783: Matriz de Jaguara (altares);
1785: Matriz Barão Cocais (louvado, risco, imagem da fachada);
1790-94: São Francisco Ouro Preto (altar-mor);
1794: Início dos trabalhos em Congonhas do Campo:
1796-99: Congonhas (passos);
1800-05: Congonhas (profetas);
1804: Congonhas (caixa do órgão);
1807-08: Carmo Ouro Preto (altares colaterais, risco de moficação dos demais);
1808: Congonhas: castiçais (relicários).
igreja são francisco de assis - ouro preto
“Entre as jóias arquitetônicas de que Ouro Preto se enfeita e que para a nobre cidade fazem convergir as atenções de artistas e estudiosos, avulta a obra prima de Antônio Francisco Lisboa, a igreja de São Francisco de Assis, onde pompeia, inexcedível em luxo e em riqueza, a arte surpreendente daquele o arquiteto, o festejado Aleijadinho.” (Trindade, Raymundo, 1958).
ficha técnica
Localização: Ouro Preto, MG
Período de Execução: 1766/1890 (Alvenaria: 1766/1794)
Tipologia de Uso: Instituição Religiosa
Padrão Arquitetônico: Planta de lógica Barroca e ornamentação em Rococó
Tombamento IPHAN: 1938
Endereço: Largo de Coimbra - Centro, Ouro Preto - MG
Projeto de Arquitetura: Atribuído a Antônio Francisco Lisboa (Aleijadinho)
Ornamentação em Talha e Estuque: Sob direção de Aleijadinho
Execução de Alvenaria: Mestre Pedreiro Domingos Moreira de Oliveira
Pintura e Douramento: Manuel Costa Athaíde e Lourenço Petrício
histórico da execução
Apresentada como uma das principais obras de Aleijadinho e com grande protagonismo no Barroco Mineiro, a Igreja é construída a partir da solicitação de importantes membros da Ordem Terceira da Penitência de São Francisco de Assis. Aleijadinho inicia o projeto aos 28 anos de idade, em 1766 e sua atuação na obra ocorre a partir de 1770 e perdura por mais de 20 anos. No período entre 1770 e 1779 Aleijadinho executa elementos e espacialidade como os púlpitos, a decoração da abóbada da capela-mor e o lavabo da sacristia. Em paralelo, no ano de 1774 a obra da portada é contratada.
No ano de 1787 ocorreram acréscimos nas torres seguidas, no ano seguinte, da execução dos telhados. No período de 1790 e 1794 Aleijadinho executa a talha do retábulo da capela-mor, a qual é finalizada no mesmo ano em que a obra de alvenaria é concluída pelo Mestre Pedreiro Domingos Moreira de Oliveira. Já na primeira década do século XIX a obra contou com o protagonismo do mestre Manuel da Costa Athaíde, o qual apresenta grande relevância na consolidação da igreja a partir das suas pinturas e do douramento elaborado. Ainda restava a realização do douramento e pintura e execução da talha dos altares da nave, que foram executados no final do século XIX por Miguel Treguelas a partir do risco do Aleijadinho. Com as últimas etapas descritas, a Igreja é finalizada em 1890.

Figura 02: Teto da nave principal - pintura do mestre Manuel da Costa Ataíde
Disponível em: <//en.m.wikipedia.org/wiki/File:Mestre_Ata%C3%ADde_-_Glorifica%C3%A7%C3%A3o_de_Nossa_Senhora_-_Igreja_de_S%C3%A3o_Francisco_2.jpg >
análise do entorno
A Igreja encontra-se em local estratégico - por conta de sua proximidade com centro comercial - e dispõe de uma visibilidade significativa de suas fachadas a leste devido ao grande vale presente. A respeito da vista a partir do terreno, ocorre a presença do Largo de Coimbra a sua frente onde havia um mercado. A fachada frontal é direcionada a cidade e possui um valoroso enquadramento considerando seu posicionamento recuado no terreno, o declive de acesso e a presença constante da iluminação natural por conta do eixo norte-sul.

Figura 03: Perspectiva de Ouro Preto com a Igreja S. Franc. de Assis na lateral esquerda
Disponível em: <http://www.ipatrimonio.org/ouro-preto-igreja-de-sao-francisco-de-assis/ >

Figura 04: Perspectiva da entrada da Igreja São Francisco de Assis de Ouro Preto
Disponível em: <https://dicasdonossobrasil.com.br/ouro-preto/igreja-sao-francisco-de-assis-em-ouro-preto/>
análise da planta
Em relação a planta, ocorre um rompimento com o alinhamento sobretudo da fachada principal, na qual as torres se mostram recuadas da entrada. No espaço interior utiliza-se de segmentos circulares - uma quarto de círculo convexo - de início a partir do volume das torres na região do Nártex e também adjacentes ao arco do cruzeiro formando os acessos aos corredores laterais da capela-mor, a mesma possui maior integração com tais corredores. Com tal conformação, a nave se apresenta em formato retangular com os cantos arredondados, os quais tendem a convergir o olhar para a capela-mor devido ao afunilamento próximo ao arco do cruzeiro causado pela presença dos segmentos de círculos convexos presentes nas laterais. Aleijadinho pensou a planta da igreja a partir de um jogo de adição e subtração a partir dos círculos nos cantos.

Figura 05: Planta baixa - Igreja São Francisco de Assis
Disponível em: <https://smarthistory.org/sao-francisco-ouro-preto/>
Outro aspecto de grande relevância é a retirada dos corredores laterais da nave, permitindo que a mesma se expanda até as delimitações das fachadas laterais, o que ocasiona um aumento de luminosidade advinda das janelas na nave, essa iluminação é uma característica do Rococó. Em relação ao restante dos corredores laterais e a sacristia, ocorre a linearidade ao final das fachadas laterais que compõem um fechamento perpendicular com a fachada do fundo.
volumetria
A igreja assenta-se em platô terraplanado que exigiu desaterros e muros de arrimo, possui um adro extenso no entorno, com pavimentação e paredões de pedra.
Em uma elevação lateral podemos observar a volumetria da construção, em uma primeira porção a partir do frontispício observa-se o nartex avançado em relação às torres dos campanários, o que denota à obra um caráter de plasticidade e sinuosidade. A nave é o espaço mais amplo da igreja, possuindo o maior pé direito. Já a capela-mor possui uma menor volumetria, já que está entre os corredores laterais que levam à sacristia, esta sendo a porção dos fundos da igreja.

Figura 05: Elevação Lateral - Igreja São Francisco de Assis de Ouro Preto
Disponível em: <https://marcosocosta.wordpress.com/2011/09/14/a-igreja-de-sao-francisco-de-assis-de-ouro-preto/>
elementos externos
A portada da igreja São Francisco de Assis foi esculpida em alto relevo em pedra-sabão por Aleijadinho, é ladeada por duas colunas cujos capitéis sustentam fragmentos de arco, e entre os arcos e sobre a portada encontra-se um falso óculo, onde é esculpido a encenação de São Francisco recebendo as chagas de Cristo. Os arcos são encimados por um frontão que é coroado por uma grande cruz de Lorena.

Figura 06: Fachada Frontal - Igreja São Francisco de Assis de Ouro Preto
Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Igreja_de_S%C3%A3o_Francisco_de_Assis_(Ouro_Preto)>
elementos internos
A nave é decorada por seis altares laterais, que possuem uma rica decoração no estilo Rococó, e estátuas devocionais de santos de roca nos nichos. Outro elemento de destaque na nave é a pintura do forro - obra-prima do Mestre Athaíde, que representa a Nossa Senhora da Porciúncula cercado de anjos músicos, uma sensação possível ao se observar a obra é de uma orquestra ao redor da Nossa Senhora, que recebe o devoto no céu.
O arco de cruzeiro, que delimita a separação entre a nave e o presbitério, possui púlpitos em uma composição coerente, seguido pela abóbada que conta com medalhões com figuras de santos esculpidos. O retábulo é uma complexa composição em forma de arco de triunfo coroado por várias figuras, emoldurando um trono escalonado, sendo talvez a obra-máxima da talha rococó da região mineira.

Figura 06: Altar-mor - Igreja São Francisco de Assis de Ouro Preto
Disponível em: <https://www.flickr.com/account/upgrade/pro?utm_campaign=web&utm_source=desktop&utm_medium=gn&utm_content=Obtenha%20a%20assinatura%20Pro>
Na sacristia há um lavabo incrustado na parede executado por Aleijadinho, em estilo rococó esmerado, onde está esculpida a figura da virgem do Carmo com o menino Jesus nos braços. O douramento do lavabo e a pintura da sacristia foram executados por Mestre Athaíde.

Figura 07: Lavabo - Igreja São Francisco de Assis de Ouro Preto
Disponível em: <https://acervodigital.unesp.br/handle/unesp/252186>
ASPECTOS Inovadores
A Igreja São Francisco de Assis se apresenta como inovadora e singular para o período colonial brasileiro. Um dos principais aspectos para este marco consiste no rompimento com a bidimensionalidade das fachadas. Essa questão se dá principalmente pela quebra do alinhamento das torres com a fachada principal, a qual era tradicional nos projetos das Igrejas do período.
Outro aspecto de grande relevância consiste na inovação na disposição da planta com a eliminação dos corredores da nave. Em relação aos elementos, pode-se citar a utilização do óculo vedado, apenas como instrumento ornamental, sem que seja utilizado como abertura.
igreja são francisco de assis - são joão del rei

Figura 08: Igreja São Francisco de Assis de São João Del-Rei
ficha técnica
Local: São João del-Rei
Período de Execução: 1774/1809
Tipologia de Uso: Instituição Religiosa
Padrão Arquitetônico: Rococó
Tombamento IPHAN: 1938
Endereço: Praça Frei Orlando, 150. Centro. São João del-Rei - M.G.
Projeto de Arquitetura: Atribuído a Antônio Francisco Lisboa (Aleijadinho)
Frontispício: Antônio Francisco Lisboa (Aleijadinho)
Execução de Alvenaria e cantaria: Francisco de Lima Cerqueira
histórico de execução
A Igreja de São Francisco de Assis em São João Del Rei foi construída originalmente em 1749, como uma capela. Em 1772, a Ordem Terceira de São Francisco de Assis decidiu pela construção de uma nova igreja, cujo risco original (1774) é atribuído a Aleijadinho.
Existe uma certa controvérsia a respeito da autoria dele neste caso. Alguns estudos do Instituto Histórico e Geográfico de São João Del Rei questionam o fato de que o nome dele não é citado na aprovação do risco original. Além disso, apontam o fato de haver menção a outro artista, Antônio Martins, em uma ata de 1785 da Ordem Terceira de São Francisco de São João del-Rei (posteriormente rasurada para incluir o nome de Francisco Lisboa).
Vanessa Brasileiro e André D'Angelo, no livro “O Aleijadinho arquiteto e outros ensaios sobre o tema” abordam os argumentos favoráveis e contrários a esta atribuição autoral, destacando inclusive que o arquiteto Lúcio Costa aponta muitas semelhanças entre este projeto e a arquitetura de Aleijadinho.
A execução da obra foi designada ao mestre Francisco de Lima Cerqueira, que trabalhou por 30 anos e fez diversas alterações no projeto original. Sua execução contemplou a capela-mor (1781), retábulo, nave, sacristia e outras obras menores.
análise do entorno

Figura 12: Entorno - Igreja São Francisco de Assis de São João Del-Rei
Disponível em: https://viajeibonito.com.br/wp-content/uploads/2020/07/og-graph-sao-joao-del-rei-o-que-fazer.jpg
A igreja fica localizada no centro histórico da cidade, ao lado do Campus Santo Antônio da Universidade Federal de São João Del Rei. Está na Praça Frei Orlando, 150, na rua Dr. Balbino da Cunha, e tem acessos pelas ruas Ribeiro Bastos e rua Dr. José Bastos. Fica na encosta à margem direita (à jusante) do Córrego Lenheiros, duas ruas acima da Rua Hermílio Alves, importante eixo de comércio e serviços da cidade. Sua fachada frontal é voltada para norte noroeste, e devido à implantação acima do nível da rua, adquire caráter imponente, favorecido pela insolação.
análise da planta
A arquitetura da Igreja de São Francisco de Assis em São João Del-Rei é caracterizada pelos elementos do período do estilo rococó, como organicidade e dinamismo.

volumetria
A igreja se caracteriza por três volumes distintos:
O volume principal curvo que abriga a nave e a capela-mor, que é sucedida por dois volumes menores retangulares.
A sua planta se distribui de maneira longitudinal. É sua nave central é composta por um retângulo, cujas laterais são abauladas numa fluidez geométrica típica do rococó. A nave central rodeada de retábulos, sem a presença, portanto, de naves laterais.
Sua planta é caracterizada pela ausência de cantos com ângulos de 90° e pela preferência de cantos arredondados, característica do Rococó.
A igreja apresenta duas torres com sinos em ambos os lados de seu nártex. Como a maioria das igrejas coloniais brasileiras, não possui transepto. Seu altar-mor é dominado por imponente retábulo.
elementos
Frontispício:
A fachada é considerada o ponto máximo da excelência técnica de Aleijadinho. A perfeição da expressividade da Madonna e dos querubins talhados em pedra sabão são considerados por John Burry o melhor da escultura de Aleijadinho.

Figura 11: Frontispício - Igreja São Francisco de Assis de São João Del-Rei
Disponível em: https://cronicasmacaenses.files.wordpress.com/2013/01/s-joao-del-rey-20.jpg
Torres e sinos:
As torres com sinos e o frontão são apoiadas sobre a arquitrave e há no centro um óculo envidraçado. Por sua vez, o frontão está bi-apoiado sobre dois pilares revestidos de pedra sabão. Sobre o frontão se encontra uma cruz patriarcal, isto é, de dois braços.
As torres não se apresentam em eixo de 90° e estão rotacionadas em 15° ou 20° e suas cúpulas são campaniformes. O acabamento das torres ficou sob o cargo de Aniceto de Souza Lopes, a quem se atribui também a execução dos baixos relevos do frontão e do medalhão da portada.
Altares da nave:
São caracterizados por notável e distinto estilo rococó. Estudo de arquitetos como Lúcio Costa, Sylvio De Vasconcellos, Myriam Andrade Ribeiro e Germain Bazin reforçam a atribuição da autoria a Aleijadinho. São considerados o apogeu da influência do estilo rococó na obra de Aleijadinho.

Figura 12: Altar-mor e retábulos - Igreja São Francisco de Assis de São João Del-Rei
Disponível em: https://i.pinimg.com/originals/9f/65/be/9f65be6ee3650b711d93fac8836236a0.jpg
Retábulos:
Os retábulos foram provavelmente feitos por Francisco de Lima, artista são-joanense, responsável pelos retábulos da Igreja Matriz de Campanha.
Aspectos inovadores:
Abaulados das paredes da nave
Rotação das torres em 15° ou 20°
referências bibliográficas
BOTAZZINI, Marcelo Carvalho. Igrejas setecentistas mineiras: a influência das características arquitetônicas na qualidade acústica. Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo. Universidade Estadual de Campinas. Campinas. 2007.
DANGELO, André Guilherme Dornelles. BRASILEIRO, Vanessa. O Aleijadinho arquiteto e outros ensaios sobre o tema. Escola de Arquitetura da UFMG. Belo Horizonte. 2010.
LEMOS, Carlos A. C. A Igreja São Francisco de Assis de Ouro Preto. São Paulo, 2014.
MARTINEZ, Beatriz R. B. São Francisco de Assis Revisitada por Murilo Mendes. Linha D’água, (Online), São Paulo, v. 27, n. 2, p. 53-65, dez. 2014
GAGLIARDI, Ignacio. Ouro Preto (MG): Igreja São Francisco de Assis – Parte I: O Cartão Postal de Ouro Preto. Ilumine o projeto, 2019. Disponível em: <http://ilumineoprojeto.com/estrada-real-igreja-sao-francisco-de-assis-o-cartao-postal-de-ouro-preto/>.
IPATRIMONIO. Campanha. Catedral de Santo Antônio. Disponível em: http://www.ipatrimonio.org/campanha-catedral-santo-antonio/#!/map=38329&loc=-21.836301999999986,-45.400293,17
TIRAPELLI, Percival. As mais belas igrejas do Brasil. São Paulo. 1999.
TRINDADE, Raymundo. São Francisco de Assis de Ouro Preto (1958).




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