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BISELLI KATCHBORIAN

  • Foto do escritor: ACR 113
    ACR 113
  • 27 de out. de 2023
  • 15 min de leitura

Atualizado: 8 de mai. de 2024


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Figura 1: imagem dos arquitetos sócios fundadores, Mário Biselli à esquerda e Artur Katchborian à direita. Fonte: https://revistaprojeto.com.br/noticias/viagem-de-biselli-katchborian-decola-em-aeroporto-e-pousa-no-clube/


APRESENTAÇÃO:


Biselli Katchborian Arquitetos Associados é um escritório de arquitetura localizado em São Paulo, no bairro Higienópolis, fundado por Mario Biselli e por Artur Katchborian. A dupla se conheceu na Universidade Mackenzie, localizada em São Paulo, onde se formaram como arquitetos urbanistas. Dois anos após a graduação, criaram o escritório no ano de 1987, com a finalidade de propor uma arquitetura que compreendesse e respondesse às transformações culturais e econômicas brasileiras. Desde então, Biselli Katchborian vem se destacando tanto nacionalmente, quanto no meio internacional, sendo homenageados com diversos prêmios, incluindo “A Melhor Obra Construída no Ano”, do Prêmio Rino Levi, além de participarem de renomadas exposições, como a Bienal de Veneza. O escritório tem se expandido bastante, e atualmente conta com oito arquitetos associados, tendo mais de oitenta auxiliares, entre os ainda atuantes e os que já concluíram o trabalho no escritório.


CURRÍCULO E TRANJETÓRIA PROFISSIONAL:


Mario Biselli, sócio diretor da Biselli Katchborian Arquitetos Associados, é Arquiteto e Urbanista formado em 1985 pela Universidade Mackenzie. Professor do departamento de projeto na Universidade Presbiteriana Mackenzie e no Unicentro Belas Artes de São Paulo.

Nasceu em São Paulo – Brasil, em 1961. Em 2000, recebeu o título de mestre pela Universidade Mackenzie, onde recentemente também concluiu seu doutorado. Iniciou sua carreira como professor pela Faculdade de Belas Artes de São Paulo em 1992 e pela Universidade Mackenzie em 1999. Um ano após concluir sua graduação, Mario Biselli abriu o escritório Biselli Katchborian Arquitetos com seu sócio Artur Katchborian.


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Figura 2: retrato do arquiteto Mário Biselli


Artur Katchborian, o segundo sócio diretor da Biselli Katchborian Arquitetos Associados também é Arquiteto e Urbanista formado em 1985 pela universidade Universidade Mackenzie e pós graduado em Docência no Ensino Superior.

Nasceu em São Paulo – Brasil, em 1958. Desde a fundação do escritório coordena integralmente as atividades de gerenciamento técnico e gestão administrativa além de suas ações de projeto. Atualmente docente na graduação e pós graduação da Universidade Mackenzie e SENAC.

Ao longo de sua trajetória participou de diversas bancas de avaliação e eventos como a 4ª Bienal Internacional de Arquitetura de São Paulo em 2000 e Exposição Geral de Arquitetura em 2003. Ao longo de sua carreira profissional foi prestigiado com diversos prêmios brasileiros e internacionais de arquitetura.


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Figura 3: retrato do arquiteto Artur Katchborian



LISTA DE OBRAS:


1988:

Igreja Matriz de Cerqueira César

→ Hospital Medical Care

→ Colégio Metropolitano São Paulo


1989:

→ Residência RCBF


1991:

→ Paço Municipal de Osasco


1992:

→ Edifício Residencial I

→ Residência RC


1993:

→ Biblioteca Liceu Pasteur

→ AFRESP - Sede Administrativa

→ CDHU Itatiba


1995:

→ Residência SC

→ Escritório de Advocacia


1996:

→ I Senar

→ Casteval - Sede Administrativa


1997:

→ Colégio Polilogos


1998:

→ Residência RP

→ Residência ADLJ


1999:

→ Igreja da Comunidade Coreana de São Paulo

→ Residência RCBF II

→ Residência MB


2000:

→ Supervia - Estação São Cristóvão

→ Monumento Comemorativo de Barueri

→ CENTEC


2001:

→ Ginásio Poliesportivo Municipal de Barueri

→ Residência LPVM


2002:

→ Torres de Escritórios Coorporativos

→ Escola Caritas

→ Teleporto Centro de Convenções

→ Paço Municipal de Barueri


2003:

→ Residência SWS

→ Residência para “Expo Morar Metrópole”

→ Galpões CDK

→ Sede do PNUD em Brasília

→ Ginásio Municipal de Esportes em Mauá

→ UNISINOS - Arena Multiuso

→ Templo Adventista

→ Intervenção Urbana e Biblioteca Pública

→ Museu Nam June Paik

2004:

→ FAPERGS - Nova Sede

→ HABITASAMPA - Concurso de Habitação Social

→ FUTURONG


2005:

→ Mogi Shopping

→ Petrobrás - Sede Vitória

→ Teatro de Natal


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Figura 4: Teatro de Natal

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Figura 5: Teatro de Natal


2006:

→ Residência BV

→ Centro de Distribuição Adidas

→ Centro Judiciário de Curitiba

→ Aeroporto Internacional de Florianópolis I

→ Museu da Pré-História Jeongok

→ Templo do Som


2007:

→ Sede da Capes

→ Eco-museu

→ Teatro de Londrina


2008:

→ Residência S

→ Casa TRD


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Figura 6: Casa TRD


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Figura 7: Casa TRD

→ Shopping Mogi

→ Golden Shopping

→ COMPERJ

→ ITA - Edifícios de Sala de Aula

→ Colégio Cristo Rei

→ Centro de Artes e Educação dos Pimentas


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Figura 8: Centro de Artes e Educação dos Pimentas


2009:

→ Casa BRM

→ Complexo Multifuncional Barra Funda

→ Centro Comercial Ibitinga

→ Estádio Bruno José Daniel

→ Concurso para SESC Guarulhos


2010:

→ Escritório na Vila Mariana

→ Complexo Esportivo Camaçari

→ Clube Escola Unifesp

→ Aeroporto Internacional de São Paulo - Terminal 3


2011:

→ GPA Malls Lausanne

→ Edifício Tramontano

→ Plaza Shopping

→ Conjunto Habitacional Heliópolis

→ USP - Ciclo Básico FMRP


2012:

→ Residência FJ

→ Edifício Residencial II

→ Residência NSN

→ Residência AS

→ Mall Granja Viana

→ Concurso Sede CEAP

→ Colégio Santa Rita

→ Concurso para a Sede Fatma - FAPESC


2013:

→ Residência CST

→ GPA Malls Barra

→ Edifício Multifuncional Ghana

→ Centro Comercial em Caçapava

→ GPA Malls Cabo Frio

→ GPA Malls Leblon

→ GPA Malls Ibirapuera

→ Clínica Médica

→ Precinto Olímpico de Deodoro

→ Concurso Estação Antártica Comandante Ferraz

→ Alphaville Welcome Center

→ Concurso para SESC Franca


2014:

→ Edifício Residencial Mader

→ Casa CPB

→ GPA Malls Ilha Pura

→ Complexo Comercial e Residencial Souzas

→ BNDES


2015:

→ Residência MAN

→ Complexo Habitacional ETAPA → Projeto de Reurbanização do Vale do Anhangabau

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Figura 9: Projeto de Reurbanização do Vale do Anhangabau


2016:

→ Complexo Habitacional Júlio Prestes


2017:

→ Residência Q

→ Restaurante Alameda

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Figura 10: Restaurante Alameda


→ Sede Administrativa para a Castelatto

→ Aeroporto Internacional de Florianópolis II

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Figura 11: Aeroporto de Florianópolis – Terminal Internacional de Passageiros


→ Esporte Clube Pinheiros - Centro de Tênis


2018:

→ Escola Classe Crixá


2020:

→ Edifício de escritórios em Vila Velha


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Figura 12: Edifício de escritórios em Vila Velha

→ Colégio Etapa Vila Mascote - Ampliação/ Retrofit



PRÊMIOS E EXPOSIÇÕES:


1999:

→ II Bienal Internacional de Arquitetura de São Paulo → IV Bienal Internacional de Arquitetura de São Paulo → Prêmio Anual do Instituto dos Arquitetos do Brasil – melhor projeto executado


2000:

→ Prêmio Anual do Instituto dos Arquitetos do Brasil – melhor projeto executado

→ Primeiro Prêmio no concurso para Estação Supervia São Cristovão - RJ

2001:

→ Bienal 50 Anos: “Rede de Tensão”

2002:

→ “Morar na Metrópole” – Espaço Cultural Citibank / Revista Arquitetura e Construção, Ed. Abril

2003:

→ São Paulo, Siglo XXI – Universidad de Salamanca, Espanha

→ IV Bienal Internacional de Arquitetura de São Paulo

→ Projeto finalista no concurso da UIA para o NJP Museum em Seul-Coréia

2004:

→ Primeiro Prêmio no concurso nacional para a nova sede da FAPERGS (Fundação de Amparo à Pesquisa do Rio Grande do Sul) → Primeiro Prêmio no concurso nacional para o Novo Terminal de Passageiros do Aeroporto Hercílio Luz em Florianópolis, SC

2005:

→ Primeiro Prêmio no concurso nacional para o Novo Teatro de Natal, RN


2006:

→ Primeiro Prêmio no concurso para o Centro Judiciário de Curitiba, PR

2010:

→ La Biennale di Venezia - Mostra Internazionale di Architettura 2010 - arquiteto convidado para o Pavilhão Brasil

→ Projeto para Terminal 3 Aeroporto Internacional de Guarulhos - SP → Prêmio Rino Levi. IAB - Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB/SP) - Melhor Obra Construída do Ano (CEU Pimentas). → Prêmio APCA 2010, Melhor Obra construída em São Paulo (CEU Pimentas) - APCA - Associação Paulista dos Críticos de Artes.



conjunto habitacional heliópolis:

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Figura 13: Conjunto Habitacional Heliópolis, Gleba G

Fonte: site ArchDaily

  • Ficha técnica

Localização: Heliópolis - São Paulo, SP - Brasil

Tipologia de uso: Residencial/Comercial

Ano de conclusão: 2023

Área Construída: 15.5500 m²

Projeto de Arquitetura:

Autores: Artur Katchborian e Mario Biselli

Coordenadora: Melina Giannoni de Araujo

Equipe: Adriana Godoy, André Biselli Sauaia, Cássio Oba Osanai, Guilherme Filocomo, Luiza Monserrat, Marcelo Santos Checchia, Maria Fernanda Vita, Priscila Dianese, Vinicius Figueiredo.

Construtora: Passarelli

Estrutura: Steng Engenharia de Projetos

Instalações: DMA Engenharia

Geotecnia: GEObrAX

Número de pavimentos: entre 7 e 8


Com mais de 1.000.000 m2 em área, Heliópolis é a maior favela da capital, possui uma população superior a 100.000 habitantes e carece de uma infraestrutura pública adequada para proporcionar uma boa qualidade de vida para seus habitantes. Por isso, Heliópolis recebe, desde a década de 1980, investimentos por parte do governo municipal e estadual na melhoria da infraestrutura urbana e na provisão de moradia.


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Figura 14: Vista aérea de Heliópolis, a maior favela de São Paulo -


Um dos mais recentes dentre esses projetos, foi o que leva em conta a gleba G e foi encarregado do escritório Biselli Katchborian arquitetos. O conjunto, que foi implantado na confluência da Avenida Comandante Taylor e Avenida das Juntas Provisórias, em uma área de um antigo alojamento provisório, teve sua primeira fase, que contou com 200 unidades, concluída em 2014 e sua segunda fase, que contou com mais 220 unidades, concluída em 2023.


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Figura 15: volumetria do Conjunto habitacional Heliópolis, Gleba G -


Em primeiro plano, é possível perceber que a composição da volumetria do projeto é uma consequência da escolha, por parte dos arquitetos, da ocupação do lote de forma perimetral. Essa decisão, que teve impactos tão grandes no projeto como um todo, é, não só específica ao projeto, mas sim ideológica, como afirmou Biselli em 2014: “Mais que um projeto, isso é uma tese. Sempre achei muito estranho esse negócio de recuo.” Para o arquiteto, as grandes cidades do mundo são aquelas que têm seus quarteirões densamente edificados no perímetro, deixando livres os miolos de quadra: para exemplificar, cita a Barcelona de Ildefons Cerdà e as cidades italianas.


O uso desse modelo que se assemelha a uma quadra europeia, se traduz no projeto como um grande pátio interno no centro dos dois conjuntos, que são interligados entre si e cidade por meio de grandes pórticos.


O projeto de paisagismo do projeto valoriza vários tipos de pisos e vegetações. Áreas de lazer localizam-se nos pavimentos de entrada e os espaços cobertos dos pórticos foram transformados em pátios, que possuem equipamentos de ginástica e recreativos, além de uma iluminação especial.


Artur conta que o programa diferenciado promove a convivência entre os moradores. “Existe um histórico de que esta é uma área que ninguém cuida, mas a realidade mostra-se outra. Hoje, o mais bacana é ver aquele pátio sempre ocupado. É o aposentado jogando seu joguinho, são as crianças brincando”.


Vale ressaltar que as edificações tiveram como seu material de construção principal os blocos de concreto, de modo que somente os grandes pórticos de acesso fogem a esse padrão, já que demandaram uma estrutura mista de concreto armado. Durante o processo de criação desse projeto, os arquitetos enfrentaram diversos problemas.O maior deles foi, certamente, a impossibilidade de instalar elevadores. Por conta disso, não seria possível construir mais de cinco andares, uma vez que esse é o limite de andares permitido sem elevador, fato que colocou o escritório em uma posição difícil, já que eles não estavam conseguindo encontrar uma forma de dispor 420 unidades sem verticalizar no lote disponível.


A solução que foi encontrada é, hoje, a característica mais marcante do projeto: o uso de passarelas metálicas: “O terreno tem um desnível importante que atinge quase dois metros, e existe um artigo da lei que permite ao arquiteto decidir qual será o térreo, desde que este esteja contido na cota média entre a menor e a maior. Então, determinamos vários térreos, cada um com três andares acima e cinco abaixo; ou dois para baixo e cinco para cima”, explica Artur Katchborian.


Essa nova forma de projetar, tirando partido dos desníveis naturais, fez com que fosse possível a construção de até oito pavimentos sem a utilização do elevador, com acessos em diversos níveis e de acordo com a legislação de subida máxima.


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Figura 16: Detalhe nas passarelas do Conjunto habitacional Heliópolis

Fonte: site ArchDaily

Vale ressaltar que essa solução é tão fora do usual que foi preciso muita insistência para que ela pudesse ser implementada, e até mesmo o fato de elas serem metálicas é algo sem precedentes em habitações populares, segundo Artur.


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Figura 17: Corte do Conjunto habitacional Heliópolis

Fonte: site ArchDaily

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Figura 18: Corte do Conjunto habitacional Heliópolis

Fonte: site ArchDaily

Também é preciso analisar a volumetria dos edifícios em si, que, mesmo estando “grudados” uns aos outros, são interpretados como independentes devido ao jogo de volumes e ao uso das cores - que também serve para imprimir um senso de identidade ao lugar e seus habitantes, segundo Artur Katchborian. Jogo de volumes esse que é resultado do uso inteligente dos dois tipos de planta presentes no projeto.


O projeto apresenta apenas dois tipos de planta que se repetem de forma organizada pelos edifícios. A planta tipo A, implantada nas fachadas Noroeste e Sudeste, possui sua fachada que é voltada para o pátio interno lisa, sem recuos ou avanços, criando uma homogeneidade que é quebrada somente pelos enormes pórticos que a trespassam. Enquanto isso, a planta tipo B, implantada na face Nordeste e Sudoeste, apresenta uma parede do dormitório com um avanço, fato que gera uma tensão nesse volume e acaba por quebrar a monotonia do grande edifício laminar, tão comum aos conjuntos habitacionais.


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Figura 19: Diagrama que mostra as plantas tipo e suas respectivas localizações no conjunto

Fonte: Autores, Plantas retiradas do site Archdaily


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Figura 20: Conjunto habitacional Heliópolis

Fonte: site ArchDaily

Em suma, o conjunto conta com 420 apartamentos que possuem aproximadamente 50m² cada um e variam entre dois tipos, com 2 dormitórios, espaço integrado de cozinha, estar e sacada. Os conjuntos contam também com unidades adaptadas aos portadores de necessidades especiais, locados no pavimento térreo, com acesso direto pela rua.

Ao analisarmos a planta térreo do projeto, percebemos alguns fatos interessantes. Primeiro, fica claro o quão grande é a área do lote destinada ao uso coletivo (28%). Além disso, nota-se como a fluidez proporcionada pelos pórticos de fato articulam os pátios entre si e com o ambiente externo da cidade.


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Figura 21: Planta Térreo do Conjunto habitacional Heliópolis

Fonte: site ArchDaily


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Figura 22: Diagrama de acesso/fluxos do Conjunto habitacional Heliópolis

Fonte: site ArchDaily


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Figura 23: Diagrama de espaços compartilhados privados do Conjunto habitacional Heliópolis

Fonte: site ArchDaily

Outra característica importante do projeto é a integração do comércio local ao conjunto. Isso é atingido por meio da destinação de alguns setores voltados para a parte externa do edifício à essa atividade, mostrando que o contexto urbano local foi levado em conta na elaboração dessa obra. Além disso, também foram destinados alguns apartamentos para a função de salas comuns, que os moradores podem usar para realizar pequenos trabalhos, como no caso de costureiras, ou até montar espaços como uma biblioteca.


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Figura 24: Planta Térreo com destaque para as os setores destinados ao comércio

Fonte: Autores, Plantas retiradas do site Archdaily


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Figura 25: Destaque para os comércios integrados à uma das fachadas externas do Conjunto habitacional Heliópolis


Em contrapartida, ao analisarmos as plantas de acesso do conjunto A e do conjunto B, ambas localizadas em pavimentos tipo, podemos ver com clareza como o uso das passarelas é o que conecta todos os diferentes blocos, tornando esse amontoado de edifícios em um conjunto coeso.


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Figura 26: Planta de acesso ao conjunto A - Conjunto habitacional Heliópolis

Fonte: site ArchDaily


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Figura 27: Planta de acesso ao conjunto B - Conjunto habitacional Heliópolis

Fonte: site ArchDaily


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Figura 28: Diagrama de conexões através das passarelas do Conjunto habitacional Heliópolis

Fonte: site ArchDaily


Mais a fundo na análise do projeto, é válida uma investigação do design dos interiores das diferentes plantas.


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Figura 29: Planta tipo A com setores

Fonte: Canal Unna e Arquitetura Interiores



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Figura 30: Planta tipo A-PNE com setores

Fonte: Canal Unna e Arquitetura Interiores


O padrão A tem duas variações, uma comum e uma destinada a pessoas portadoras de necessidades especiais. Em ambas, a entrada do apartamento é na sala de estar/jantar, que tem uma varanda ao seu final. Da perspectiva de um observador de dentro do apartamento, à esquerda temos a cozinha e área de serviço e, mais a frente, o banheiro. Um corredor separa os dormitórios, um planejado para receber uma cama de casal e o outro planejado para receber duas camas de solteiro da residência, do setor de serviço, fato que proporciona uma melhor qualidade de vida para os moradores. Além da mesa em formato circular, que se deforma em uma bancada na sala, nota-se que, no padrão de planta A e A-PNE, é possível a ventilação cruzada, uma vez que as janelas dos quartos e da cozinha estiverem abertas. Também vale ressaltar que as mudanças feitas na planta PNE aumentam a área dos dormitórios e do banheiro, enquanto diminui a área da cozinha, além de alterar o layout dos móveis proposto para a sala e separar com uma parede a cozinha e a área de serviço.


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Figura 31: Planta tipo B com setores

Fonte: Canal Unna e Arquitetura Interiores


Já no que tange ao padrão B, ve-se que não há uma versão PNE e que há os mesmos ambientes presentes na planta A e A-PNE. Entretanto, percebe-se que nesse caso, não há a possibilidade de ventilação cruzada, uma vez que só há janelas em um dos lados do apartamento.


Em conclusão, vemos que mais recentemente, após o fim das obras no conjunto, algumas peculiaridades da vida cotidiana acabaram por alterar o espaço em questão.

Um ponto negativo destacado por Gustavo Marcondes Massimino em sua dissertação de mestrado é o fato de que o conjunto, mesmo tendo um projeto que busca trazer um ambiente seguro e confortável para seus moradores, não conseguiu evitar todos os problemas que afligem a região do seu entorno. Sendo assim, os espaços comuns ao nível das passarelas citados anteriormente, como responsáveis pela distribuição da circulação e são de uso coletivo dos moradores, têm se tornado espaços residuais e suscetíveis à apropriação por integrantes do tráfico de drogas presentes no conjunto.


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Figura 32: Espaço comum no nível de uma das passarelas

Fonte: site ArchDaily

Outra característica que não ficou clara no projeto inicial mas que foi incorporada na obra foram grades que interrompem o fluxo livre entre o ambiente externo e os pátios centrais, mas permitem uma maior segurança para os moradores.


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Figura 33: Detalhe para a grade cercando o Conjunto habitacional Heliópolis - Gleba G

Fonte: site Google Street View


Finalmente, a última dimensão observada atualmente no conjunto é a presença de murais enormes em algumas das empenas cegas do edifício. Essa realidade se faz ainda mais interessante quando percebemos que no contexto em que está inserido o conjunto, formado quase que uma divisão entre a cidade formal e a favela, a presença da arte urbana se faz ainda mais importante, ainda mais no caso das obras em questão, que retratam temas como: moradia, família, diversidade e a força das mães.


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Figura 34: Arte Urbana na fachada de um dos edifícios do Conjunto habitacional Heliópolis - Gleba G

Fonte: site Google Street View


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Figura 35: Arte Urbana na fachada de um dos edifícios do Conjunto habitacional Heliópolis - Gleba G

Fonte: site Google Street View


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Figura 36: Arte Urbana na fachada de um dos edifícios do Conjunto habitacional Heliópolis - Gleba G

Fonte: site Google Street View




CASA BRM:

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Figura 37: Fachada frontal durante o dia - Fonte: site arch daily


  • Ficha técnica:

Local: Curitiba - PR, Brasil

Conclusão da obra: 2018

Área construída: 520 m²

Tipo de obra: Residêncial

Materiais predominantes: Concreto / Vidro

Engenharia Estrutural - Estrutura de Concreto: Engest Engenharia e Estrutura

Gerenciamento/Coordenação e projeto de interiores : Biselli Katchborian Arquitetos Associados


Situada em um condomínio fechado no bairro Santo Inácio, em Curitiba (PR), a Casa BRM, projetada pelo escritório Biselli Katchborian Arquitetos Associados, possui uma área construída de 520 m² e está localizada em um terreno com um acentuado declive que se estende em direção a uma vista privilegiada de um bosque. A topografia inclinada do terreno inspirou uma concepção vertical para o projeto, resultando em uma arquitetura composta por quatro pavimentos, sendo dois pavimentos superiores e dois pavimentos inferiores, todos distribuídos a partir de um nível intermediário em relação à cota da rua. O pavimento térreo funciona como o andar intermediário da construção, enquanto o pavimento inferior acomoda a área social, o bloco de serviços e a suíte principal. Por sua vez, o pavimento superior é destinado aos dormitórios dos filhos.

A volumetria da residência é o resultado da organização do espaço em dois blocos com proporções e estruturas distintas. O bloco mais longo, que acomoda a maior parte dos quartos, é marcado por sua estrutura de concreto protendido aparente e impressionantes balanços de 7,5 metros.


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Figura 38: Corte A

Fonte: site arch daily


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Figura 39: Maquete do projeto

Fonte: site arch daily


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Figura 40: Visão noturna da fachada frontal

Fonte: site galeria da arquitetura


No nível inferior, o projeto estrutural cria a ilusão de que a casa paira no ar, pois os suportes do piso térreo estão estrategicamente recuados, no centro da construção, conferindo à residência uma aparência de "flutuação", descolada do solo. Nesse pavimento se localizam as áreas de serviço da casa que apresentam uma estrutura em concreto protendido aparente.


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Figura 41: Planta pavimento inferior

Fonte: site arch daily


O bloco inferior, de proporções mais compactas, é subdividido em áreas definidas pela circulação vertical. No pavimento térreo, a suíte principal é orientada para o bosque ao noroeste. A espaçosa sala de pé-direito duplo é distinguida por sua estrutura metálica, painéis de zinco como revestimento e extensas áreas envidraçadas que possibilitam a integração da área social com o terraço e o exuberante entorno natural da casa.


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Figura 42: Planta pavimento térreo

Fonte: site arch daily


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Figura 43: Sala de estar com pé direito duplo no pavimento térreo

Fonte: Site Nelson Kon


O primeiro pavimento é protagonizado pelo escritório e acompanhado de um hall de acesso. A escada de acesso aos pavimentos adjacentes é centralizada na planta.


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Figura 44: Planta primeiro pavimento

Fonte: site arch daily


Na parte externa do pavimento se localiza uma piscina de raia que se comporta como um espelho d’agua para a vegetação ao redor da casa.


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Figura 45: vista da piscina

Fonte: site arch daily


Já no segundo e último pavimento, uma sala de TV, onde o painel da televisão é integrado com a parede da escada, une os outros 3 dormitórios da casa, sendo duas suítes e um quarto. As suítes são localizadas nas extremidades do pavimento oeste e leste do pavimento, possibilitando abertura para a paisagem através das varandas individuais de cada uma.


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Figura 46: Planta do segundo pavimento

Fonte: Site Arch Daily


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Figura 47: Sala de TV do segundo pavimento

Fonte: Site Arch Daily


Referências bibliográficas:


MASSIMINO, G. M. Habitação Coletiva de Interesse Social em Heliópolis: A visão de quatro arquitetos. Tese (mestrado em arquitetura e urbanismo) - Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo. São Paulo, p. 204 a 255. 2018


Biselli + katchborian arquitetos. Disponível em: <http://www.bkweb.com.br/about/>. Acesso em: 5 out. 2023.

AGUILAR, C. SEHAB Heliópolis / Biselli Katchborian Arquitetos. Disponível em: <https://www.archdaily.com.br/br/625377/sehab-heliopolis-biselli-katchborian-arquitetos?ad_medium=office_landing&ad_name=article>. Acesso em: 5 out. 2023.

LUCO, A. Conjunto Habitacional Heliópolis Gleba G – Fase 2 / Biselli Katchborian Arquitetos Associados. Disponível em: <https://www.archdaily.com.br/br/1001777/conjunto-habitacional-heliopolis-gleba-g-fase-2-biselli-katchborian-arquitetos-associados>. Acesso em: 7 out. 2023.

Conjunto Habitacional Heliópolis - Gleba G. Disponível em: <https://www.galeriadaarquitetura.com.br/projeto/biselli-katchborian-arquitetos-associados_/conjunto-habitacional-heliopolis-gleba-g/1842>. Acesso em: 4 out. 2023.

Biselli + katchborian arquitetos. Disponível em: <http://www.bkweb.com.br/projects/institutional/conjunto-habitacional-heliopolis/>. Acesso em: 5 out. 2023b.

SILVA, V. Casa BRM / Biselli Katchborian Arquitetos. Disponível em: <https://www.archdaily.com.br/br/934126/casa-brm-biselli-katchborian-arquitetos>. Acesso em: 5 out. 2023.

Biselli + katchborian arquitetos. Disponível em: <http://www.bkweb.com.br/projects/residential/residencia-brm/>. Acesso em: 12 out. 2023.‌



Autores:


Arthur Cunha Ferreira,

Mateus,

Joana,

Maria,

Bárbara


UFMG, 2023

 
 
 

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