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CARLA JUAÇABA

  • 3 de set. de 2020
  • 11 min de leitura

Atualizado: 11 de set. de 2020

Arquiteta carioca, com apenas 44 anos, premiada internacionalmente e autora de obras marcadas pela leveza e precisão.


VIDA E CARREIRA


Nascida no Rio de Janeiro, no ano de 1976, Carla Juaçaba frequentou a Universidade de Santa Úrsula, onde se formou no curso de arquitetura. O perfil experimentativo da Universidade explica a forma de projetar da arquiteta, com características exploratórias e investigativas. Em entrevista para a revista virtual Designboom, Carla relata que o principal motivo que a levou a escolher a arquitetura foi sua avó, que era artista, e possuía uma grande biblioteca com livros sobre arte e arquitetura, onde passava bons momentos de suas férias. Suas obras possuem características de uma arquitetura moderna e orgânica, e representam poucos elementos, resultado de cálculos precisos, com o objetivo de se atingir funcionalidade e expressão com o mínimo necessário.


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Carla Juaçaba. Fonte: <http://www.polocasaearte.com.br/noticia/47/carla-juacaba-vai-construir-capela-na-italia>
Enquanto estudante, Carla trabalhou com a arquiteta Gisela Magalhães, pertencente à geração Niemeyer, no campo de cenografia. Gisela Magalhães, em conjunto com Lina Bo Bardi e Janete Costa, se destacam entre os principais personagens responsáveis pela consolidação e formação das tendências modernistas no Brasil.

Carla se formou no ano de 1999 e, em 2000, inaugurou seu próprio escritório no Rio de Janeiro, onde passou a desenvolver projetos de caráter público e privado, focando em programas culturais e habitacionais. Porém, seu trabalho não se limita somente à arquitetura construída. No campo artístico, Carla também cria projetos de expografia; no campo investigativo, participa de pesquisas, e, no campo docente, participa de uma vasta gama de palestras e eventos em universidades onde apresenta seus trabalhos. Entre elas, a Escola de Design de Harvard e a Universidade de Columbia. Hoje, a sede de seu escritório encontra-se em Londres e Carla leciona na Accademia di Architettura di Mendrisio, escola de arquitetura localizada na Suíça.


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Fonte: <http://www.arcvision.org/carla-juacaba-millennium-meetings-with-architetcure-second-edition/?lang=en>

Dentre seus projetos, o de maior destaque foi o Pavilhão da Humanidade 2012, em parceria com a artista Bia Lessa. O projeto recebeu o evento Rio + 20, uma conferência da ONU onde se discutiu desenvolvimento sustentável, que foi a principal proposta do projeto. Carla afirma que “um dos princípios da sustentabilidade na arquitetura é construir com o acessível“, e o fez utilizando da estrutura de andaimes que já se encontrava no local, fazendo com que estes se tornassem a arquitetura, espaço de abrigo e circulação de pessoas. Essa observação feita pela arquiteta é comprovada fortemente em suas obras. O contexto do local onde irá projetar é de suma importância, o que faz com que suas criações pareçam parte do lugar, pertencentes àquele espaço. Isso justifica a leveza e fluidez de seus projetos, a relação harmoniosa entre o interior e exterior.


Em 2013, Carla foi a primeira vencedora do prêmio arcVision - Women and Architecture, organizado pelo grupo Italcementi, exclusivo para mulheres arquitetas. Esse prêmio pretende contribuir para o desenvolvimento de uma cultura que ressalte a importância das mulheres no campo da arquitetura, tradicionalmente governada por homens, e “fazer um tributo à ‘ discriminação positiva ‘ a favor das mulheres“ , como disse o CEO do grupo, Carlo Pesenti. Além disso, a arquiteta também participou como júri na Bienal Iberoamericana de Arquitetura e Urbanismo nos anos de 2012 e 2019, em Madrid. Em 2018, Carla foi convidada pelo Vaticano a participar da 16ª Bienal de Arquitetura de Veneza. Lá, Carla expôs o Pavilhão da Santa Sé, que, como ela mesma diz, apresenta a “síntese dos elementos da Igreja Católica”, ao associar a cruz e o banco em um espaço de contemplação em meio à natureza integrada pelas árvores e a água ao redor da ilha em que se encontra.


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Fonte: <https://www.designboom.com/architecture/carla-juacaba-vatican-chapel-holy-see-pavilion-venice-biennale-07-26-2018/>

Em reconhecimento ao Pavilhão de Santa Sé e também a Casa Santa Teresa, no Rio de Janeiro, ainda em 2018 Carla venceu o prêmio AR Emerging Architecture Awards, destinado a jovens arquitetos ao redor do mundo. Os jurados, entre eles a arquiteta espanhola Angela García, elogiaram a “consistência e continuidade da arquiteta… de um simples pavilhão a uma residência familiar, a tenacidade e determinação para alcançar sua visão e trabalhar de perto no terreno.”

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Fonte: <https://revistaplot.com.br/casa-em-santa-teresa/>
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Fonte: <https://www.architectsjournal.co.uk/news/brazilian-architect-wins-ar-emerging-architecture-awards-2018>

Em entrevista para a revista virtual Designboom, Carla afirma que as influências presentes no seu trabalho são variadas. Internacionalmente, cita os arquitetos nórdicos Sigurd Lewerentz, Sverre Fehn e Jørn Utzon.




Já no Brasil, cita Paulo Mendes da Rocha, pertecente à geração de Villanova Artigas, e vencedor do Prêmio Pritzker em 2006 e da Medalha de Ouro do RIBA (Royal Institute of British Architects). Carla afirma que a arquitetura de Paulo é uma inserção urbana, uma espécie de modificação no espaço que cria um projeto para a população, e não apenas um projeto “bonito” na paisagem da cidade.

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Museu Brasileiro de Escultura e Ecologia. Fonte: <https://www.bancocultural.com.br/mube-museu-brasileiro-de-escultura-e-ecologia/>

Além de Paulo, Carla também cita o arquiteto Sérgio Bernardes, que atuou durante o auge do modernismo no Brasil, e entre seus projetos destaca-se o Pavilhão do Brasil na Exposição Mundial de Bruxelas. Carla considera Sérgio um mestre, e elogia sua habilidade como artesão ao criar sistemas construtivos, como por exemplo uma viga de concreto dentro de uma pedra, e afirma ter sido uma referência para a criação do projeto da Casa Rio Bonito.

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Pavilhão de Bruxelas, 1958. Fonte: <https://www.archdaily.com.br/br/620490/classicos-da-arquitetura-pavilhao-de-bruxelas-1958-sergio-bernardes/5541716ee58ece502900031c-classicos-da-arquitetura-pavilhao-de-bruxelas-1958-sergio-bernardes-imagem?next_project=no>

OBRAS:

Entre suas obras, podemos listar:

Casa Atelier, 2001

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Fonte: <https://revistaprojeto.com.br/acervo/carla-juacaba-e-mario-fraga-casa-atelie-rio-08-11-2004/>

Casa Rio Bonito, 2005

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<https://www.archdaily.com.br/br/01-159708/casa-rio-bonito-slash-carla-juacaba/52a8ab2be8e44e90be000312-rio-bonito-house-carla-juacaba-photo>

Casa Varanda, 2007

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Fonte: <https://www.archdaily.com.br/br/01-161067/casa-varanda-slash-carla-juacaba>

Casa Mínima, 2008

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Fonte: <https://www.archilovers.com/projects/119530/casa-minima.html>

Isostasy, LIGA 04, 2011

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Fonte: <https://www.carlajuacaba.com.br/isostasy-liga-04>

Casa Santa Teresa, 2012

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Fonte: <https://revistaplot.com.br/casa-em-santa-teresa/>

Pavilhão da Humanidade, 2012

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Fonte: <https://revistaprojeto.com.br/acervo/carla-juacaba-pavilhao-rio-janeiro-10-10-2012/>

Capela de Santa Sé, Vaticano, 2018

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Fonte: <https://www.e-pavilion.com/cursoonline/arquitetura/blog/carla-juaaba-em-debate-no-metropolitan>

Ballast, 2018

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Fonte: <https://www.carlajuacaba.com.br/ballast?lightbox=dataItem-jpmqf67b>

Dentre elas, selecionamos a Casa Rio Bonito e o Pavilhão da Humanidade 2012 para apresentar em mais detalhes, a seguir:


Casa Rio Bonito


Ficha técnica:

A Casa Rio Bonito fica localizada próxima ao povoado de Rio Bonito de Lumiar na cidade de Nova Friburgo no Rio de Janeiro. Sua implantação não é exatamente documentada, localizando-se próxima ao rio em um extenso lote.


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Fonte: Google Maps editada para acervo pessoal

O projeto de Carla foi executado em 2005 com a ideia de uma casa-refúgio, não somente pelo mistério da localização, mas também pela proporção de ocupação dos seus 91,50m² em um terreno de 5000m².


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Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/01-159708/casa-rio-bonito-slash-carla-juacaba

Esta casa, de uso residencial, traz um padrão arquitetônico contemporâneo e que, assim como grande parte das casas compactas deste estilo no Brasil, não se desliga muito do modernismo. A herança está nos arranjos funcionais e espaciais do objeto, inspirada em obras de partido planar e pavilhonar como as de Mies Van Der Rohe. Os aspectos mais contemporâneos são demonstrados na feição da obra em si, em seus materiais e inovações particulares.


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Fonte: https://deviagemsa.wordpress.com/2014/07/15/chicago-terceiro-dia/

Análise da planta:

A planta da casa se organiza de forma compacta e ao mesmo tempo aberta, tanto entre os cômodos como para o exterior. O setor social é amplo e livre, porém é quebrado pelo banheiro, que é disposto transversalmente na planta para garantir a privacidade mínima do setor íntimo.

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Fonte: https://www.ufrgs.br/casacontemporanea/wp-content/uploads/2014/10/casariobonito_an%C3%A1lise1.pdf

O terraço social é, como diz Carla para a Revista MDC (2006), o observatório de estrelas. Ambiente limpo e aberto com acesso pelo muro externo de pedras, onde se forma a escada.


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Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/01-159708/casa-rio-bonito-slash-carla-juacaba

Os núcleos de aquecimento da casa têm localização oposta se fundindo ao muro, a lareira no quarto e o fogão a lenha na cozinha, assim como os núcleos hidráulicos, apesar de mais próximos.


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Fonte: https://www.ufrgs.br/casacontemporanea/wp-content/uploads/2014/10/casariobonito_an%C3%A1lise1.pdf

A organização de ambientes em módulos transversais se encaixa na circulação livre, proposta na longitudinal.

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Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/01-159708/casa-rio-bonito-slash-carla-juacaba editada

Por meio do vão no fronte da edificação pode se ter acesso a todos os cômodos, assim como para a área social externa por qualquer ponto do trajeto.


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Fonte: https://www.ufrgs.br/casacontemporanea/wp-content/uploads/2014/10/casariobonito_an%C3%A1lise1.pdf

Espacialidade:

Apesar da redução de privacidade para o quarto, esta liberdade frontal da planta garante um amplo e dinâmico fluxo espacial não só de pessoas, mas também de iluminação e de ar.


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Fonte: https://www.ufrgs.br/casacontemporanea/wp-content/uploads/2014/10/casariobonito_an%C3%A1lise1.pdf

As incidências de luz no plano norte, em conjunto com as aberturas zenitais e no plano sul, harmonizam com a dinâmica dos ambientes e trazem um efeito ainda mais amplo ao espaço.


Volumetria:

A volumetria da Casa Rio Bonito é simples e formada essencialmente por um paralelepípedo único suspenso.


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Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/01-159708/casa-rio-bonito-slash-carla-juacaba/52a8aafce8e44ec623000299-rio-bonito-house-carla-juacaba-photo?next_project=no

Essa volumetria descomplicada é refletida também nos volumes internos. Um paralelepípedo no centro da edificação dá lugar ao banheiro e, nos demais espaços, de mesmo formato geométrico, funcionam uma sala e cozinha integradas e um quarto do lado oposto.

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Fonte; https://www.archdaily.com.br/br/01-159708/casa-rio-bonito-slash-carla-juacaba/52a8aafce8e44ec623000299-rio-bonito-house-carla-juacaba-photo?next_project=no

Modernatura/Ritmo dos elementos:

A disposição dos elementos na Casa Rio Bonito é relativamente simples. Dois grandes muros de pedra garantem apoio a quatro vigas metálicas que, por sua vez, sustentam duas lajes, sendo uma de piso e uma de cobertura, compondo toda a estrutura da edificação.


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Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/01-159708/casa-rio-bonito-slash-carla-juacaba/52a8aad3e8e44e00d8000299-rio-bonito-house-carla-juacaba-photo

Devido à inclinação do terreno, uma das paredes tem 4,4m de altura, enquanto a oposta tem 4,2m. Ambas as paredes possuem 1,1m de profundidade e estão a uma distância de dez metros uma da outra. As vigas de aço, por sua vez, estão separadas por uma distância de 7,5m.


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Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/01-159708/casa-rio-bonito-slash-carla-juacaba/52a8aadee8e44e90be00030f-rio-bonito-house-carla-juacaba-section?next_project=no

Aspectos inovadores:

O caráter moderno e orgânico da arquiteta Carla Juaçaba se apresenta na Casa Rio Bonito de forma simples, mas não menos inovadora.

Dentre as soluções apresentadas pela arquiteta, os contrastes chamam muito a atenção.

Essa característica é mais evidente no uso de elementos estruturais pesados como as espessas paredes de pedra e outros relativamente leves, como as vigas metálicas e as paredes cortina.


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Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/01-159708/casa-rio-bonito-slash-carla-juacaba/52a8ab17e8e44ec62300029b-rio-bonito-house-carla-juacaba-photo?next_project=no

Outro contraste expressivo na casa é o de estilos. Enquanto Carla opta por usar um módulo moderno composto por elementos também modernos, o fogão à lenha, os móveis, as pedras das paredes e o uso de madeira no piso e no teto dão um aspecto rústico à construção.


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Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/01-159708/casa-rio-bonito-slash-carla-juacaba/52a8ab23e8e44e00d800029f-rio-bonito-house-carla-juacaba-photo?next_project=no

A arquiteta ainda explora a antítese entre água e fogo ao projetar um fogão à lenha e uma lareira para a Casa Rio Bonito, da qual, devido à elevação da edificação, é possível observar o rio correndo.


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Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/01-159708/casa-rio-bonito-slash-carla-juacaba/52a8ab69e8e44e00d80002a3-rio-bonito-house-carla-juacaba-photo?next_project=no
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Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/01-159708/casa-rio-bonito-slash-carla-juacaba/52a8ab6be8e44e90be000315-rio-bonito-house-carla-juacaba-photo?next_project=no

Outro aspecto inovador apresentado por Carla na construção é o uso de duas claraboias, uma de cada lado da edificação. As aberturas separam a laje superior da parede de pedra e completam as duas janelas do fundo da casa, formando um ‘L’ de vidro.

Como resultado do uso desses elementos, há um maior aproveitamento da luz zenital no interior da edificação, o que torna dispensável a abertura de janelas nas espessas paredes de pedra laterais.


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Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/01-159708/casa-rio-bonito-slash-carla-juacaba/52a8ab41e8e44e00d80002a1-rio-bonito-house-carla-juacaba-photo?next_project=no

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Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/01-159708/casa-rio-bonito-slash-carla-juacaba/52a8aaf5e8e44e00d800029c-rio-bonito-house-carla-juacaba-photo?next_project=no

Pavilhão Humanidade 2012 Rio+20


Ficha técnica:


Localizado no Rio de Janeiro, o pavilhão humanidade foi construído em 2012, para exibições da rio +20. O fato de ser um pavilhão temporário, traz com ele algumas particularidades estruturais que serão discutidas mais adiante.


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Fonte: https://revistaprojeto.com.br/acervo/carla-juacaba-pavilhao-rio-janeiro-10-10-2012/

O terreno se encontra em um relevo instável, com vista para a praia de Copacabana e Ipanema. O vento no local chega a alcançar 120 km / hora


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Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/01-166107/pavilhao-humanidade2012-slash-carla-juacaba-plus-bia-lessa/5746b0abe58ece8652000177-pavilhao-humanidade2012-slash-carla-juacaba-plus-bia-lessa-implantacao?next_project=no

Seu padrão arquitetônico é contemporâneo, sendo possível notar uma semelhança com o centro George Pompidou do Renzo Piano, com traços de uma arquitetura Brutalista, estrutural e pós moderna.


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Fonte: https://travelbetweenthepages.com/2018/11/30/centre-pompidou-has-an-identity-crisis/

Análise de planta:

A estrutura do Pavilhão é formada por 4 níveis mais o terraço. Porém os blocos construídos são intercalados em meio nível um do outro, apresentando uma altura menor do que a comum para 5 níveis. Com isso, o deslocamento entre níveis se torna uma subida menos íngreme, facilitando o deslocamento de pessoas com deficiência motora e fazendo com que o próprio andar entre os módulos seja uma atração do Pavilhão. 


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Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/01-166107/pavilhao-humanidade2012-slash-carla-juacaba-plus-bia-lessa/5746b04ce58ece8652000175-pavilhao-humanidade2012-slash-carla-juacaba-plus-bia-lessa-cortes-1-2-3-4?next_project=no

A estrutura é dotada de salas de exibição, que se configuram como elementos de semi-permanência, já que apresenta um conteúdo a ser admirado. Porém este se complementa com as outras salas, então a movimentação entre essas salas é essencial. No centro da planta temos o auditório principal e a biblioteca, configurando a parte principal de permanência da estrutura, além do centro de serviços já que é onde se localiza a cozinha e os banheiros privados. Além desse lugar, ainda temos, no canto esquerdo da estrutura, a pequena sala de auditórios e os banheiros públicos, que configura mais um lugar de permanência. Tirando esses dois centros de permanência, o pavilhão utiliza do deslocamento com um importante fator para seu funcionamento, fazendo com que os visitantes tenham que entrar e andar pelas salas de exibição para continuar seu trajeto.


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FONTE: https://www.archdaily.com.br/br/01-166107/pavilhao-humanidade2012-slash-carla-juacaba-plus-bia-lessa/5746b112e58ecebb960001d1-pavilhao-humanidade2012-slash-carla-juacaba-plus-bia-lessa-planta-nivel-1?next_project=no EDITADO POR: Gleiderson Roger

O primeiro nível do Pavilhão é um nível de passagem, onde existem rampas e escadas que dão acesso aos módulos de exibição nos níveis assim. Esse nível apresenta uma divisão que deixa confortável o enfrentamento de filas, já que quase toda sua extensão são corredores que chegam nas rampas e escadas.

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Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/01-166107/pavilhao-humanidade2012-slash-carla-juacaba-plus-bia-lessa/5746b1d8e58ecebb960001d5-pavilhao-humanidade2012-slash-carla-juacaba-plus-bia-lessa-planta-terreo?next_project=no

O segundo nível é o que apresenta a maior quantidade de módulos de exibição, além da sala de conferência e o grande auditório que o Pavilhão possui. Pode-se dizer que esse nível é o mais funcional entre todos, tornando-o essencial para o funcionamento do Pavilhão.

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Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/01-166107/pavilhao-humanidade2012-slash-carla-juacaba-plus-bia-lessa/5746b112e58ecebb960001d1-pavilhao-humanidade2012-slash-carla-juacaba-plus-bia-lessa-planta-nivel-1?next_project=no

O terceiro nível é um nível fundamentalmente de passagem, já que apresenta apenas dois módulos de exibição. A biblioteca e o grande auditório continuam nesse nível, mas apenas o transpassando, existindo apenas uma entrada para o auditório nesse nível.

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Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/01-166107/pavilhao-humanidade2012-slash-carla-juacaba-plus-bia-lessa/5746b127e58ece865200017a-pavilhao-humanidade2012-slash-carla-juacaba-plus-bia-lessa-planta-nivel-2?next_project=no

O quarto nível exerce um papel semelhante ao segundo, sendo um nível que apresenta diversas salas de exibição, além de acesso para o auditório principal e para o mini auditório ao lado direito da planta. As rampas continuam nesse nível, sendo o principal meio de se locomover entre os níveis e proporcionando um respiro entre as salas de exibição, permitindo que os visitantes apreciem a vista das praias do Rio de Janeiro que o Pavilhão oferece.

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Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/01-166107/pavilhao-humanidade2012-slash-carla-juacaba-plus-bia-lessa/5746b175e58ece865200017b-pavilhao-humanidade2012-slash-carla-juacaba-plus-bia-lessa-planta-nivel-3?next_project=no

O último nível é o terraço do Pavilhão, que possui a extensão do auditório principal mais a biblioteca, apresentando duas rampas de acesso e duas escadas, sendo as rampas o acesso principal. Esse nível funciona como o respiro final do Pavilhão, já que os visitantes passaram por diversas salas de exibição e/ou apresentações nos auditórios, agora tendo apenas a vista do Rio de Janeiro para apreciar e digerir todo o conteúdo que os foi apresentado durante a exibição. Esse nível completa a experiência do Pavilhão, sendo essencial para todos que o visitaram.

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Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/01-166107/pavilhao-humanidade2012-slash-carla-juacaba-plus-bia-lessa/5746b18ce58ece865200017c-pavilhao-humanidade2012-slash-carla-juacaba-plus-bia-lessa-planta-nivel-4?next_project=no

Espacialidade:

O Pavilhão apresenta 7 espaços distintos, com objetivos diferentes, mas que muitas vezes se complementam. Esses espaços são: as salas expositivas, a biblioteca, o auditório principal, a sala de conferências, o espaço para café, o auditório menor, os banheiros e o terraço. Todos esses módulos estão espalhados em cinco níveis, incluindo o nível de entrada e o terraço.


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Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/01-166107/pavilhao-humanidade2012-slash-carla-juacaba-plus-bia-lessa/5746af26e58ece865200016f-pavilhao-humanidade2012-slash-carla-juacaba-plus-bia-lessa-axonometrica?next_project=no

Os módulos de exibição apresentam em sua maioria cerca de 19 metros de comprimento e um perfil de 5.3x3.86m, possuindo tamanho considerável para as exibições, sem trazer uma sensação de claustrofobia e deixando os visitantes confortáveis em cada sala.


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Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/01-166107/pavilhao-humanidade2012-slash-carla-juacaba-plus-bia-lessa/5746af8ee58ece8652000171-pavilhao-humanidade2012-slash-carla-juacaba-plus-bia-lessa-detalhe-sala-1-corte-2?next_project=no
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Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/01-166107/pavilhao-humanidade2012-slash-carla-juacaba-plus-bia-lessa/5746af46e58ecebb960001c7-pavilhao-humanidade2012-slash-carla-juacaba-plus-bia-lessa-detalhe-sala-1-corte-1?next_project=no

Um ponto que já foi abordado anteriormente e é importante para essa análise é como a arquiteta determina a separação dos níveis, de modo que os níveis intermediários ocupem o espaço entre o superior e o inferior. Essa ideia é importante para a espacialidade pois gera um ritmo mais suave para a mobilidade entre níveis, além de, verticalmente falando, ocupar um espaço menor, utilizando o volume gerado pelos andaimes de maneira muito mais consciente e inteligente.


Volumetria:

O Pavilhão é composto por formas geométricas em meio a estruturas metálicas. Seu volume pode ser descrito como um paralelepípedo formado por um emaranhado de andaimes e blocos dispostos aleatoriamente.


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Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/01-166107/pavilhao-humanidade2012-slash-carla-juacaba-plus-bia-lessa/5746b0dce58ece8652000178-pavilhao-humanidade2012-slash-carla-juacaba-plus-bia-lessa-foto?next_project=no

Modenatura/Ritmo dos elementos:

Por ser uma obra contemporânea, não é possível analisar modulações em sua composição. Porém, ao observar a estrutura dos andaimes, é possível notar uma ordem, sendo: cinco fileiras de estrutura, em que duas são duplas e, das cinco, quatro delas possuem o mesmo comprimento. Elas são igualmente espaçadas.


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Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/01-166107/pavilhao-humanidade2012-slash-carla-juacaba-plus-bia-lessa/5746b1d8e58ecebb960001d5-pavilhao-humanidade2012-slash-carla-juacaba-plus-bia-lessa-planta-terreo?next_project=no

Os blocos não seguem um padrão de tamanho nem de disposição e, ao todo, são treze blocos com distintas funcionalidades.


Aspectos inovadores:

Os andaimes, normalmente utilizados como apoio de construção, são usados nesse projeto como parte da estética. Eles foram deixados expostos propositalmente, proporcionando uma habitabilidade agradável, aproveitando o vento do local e a iluminação natural. Por ser um edifício temporário, a ideia de utilizar andaimes como parte da produção, facilita o processo de desmontagem e ainda adiciona uma estética única.


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Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/01-166107/pavilhao-humanidade2012-slash-carla-juacaba-plus-bia-lessa/52c6be93e8e44edda7000039-em-construcao?next_project=no
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Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/01-166107/pavilhao-humanidade2012-slash-carla-juacaba-plus-bia-lessa/5746b1f5e58ece865200017e-pavilhao-humanidade2012-slash-carla-juacaba-plus-bia-lessa-foto?next_project=no

Referências



PEREIRA, Mateus. Casa Rio Bonito / Carla Juaçaba. ArchDaily Brasil, 2020. Disponível em: <https://www.archdaily.com.br/br/01-159708/casa-rio-bonito-slash-carla-juacaba>. Acesso em: 04 de setembro de 2020.



CASA Rio Bonito. CASA CONTEMPORÂNEA BRASILEIRA, 2014. Disponível em: <https://www.ufrgs.br/casacontemporanea/casa-rio-bonito-2005/>. Acesso em: 07 de setembro de 2020.


COSTA, Ana Elísia. Regra em meio à natureza: casas-refúgio na arquitetura brasileira, 2015. Disponível em: <https://www.ufrgs.br/casacontemporanea/wp-content/uploads/2014/ > Acesso em: 09 de setembro de 2020.


COSTA, Ana Elísia. Pequenas (ou não tão grandes) casas na arquitetura contemporânea brasileira: ideias para amanhã?, 2014. Disponível em: <https://www.ufrgs.br/casacontemporanea/wp-content/uploads/2014> Acesso em: 09 de setembro de 2020.


JUAÇABA, Carla. Nelson Kon, 2003. Disponível em:<http://www.nelsonkon.com.br/fotos/arquitetura/arquiteto/juacaba-carla/>. Acesso em: 08 de setembro de 2020.


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Pavilhão Humanidade 2012 Uma arquitetura frágil e sustentável no evento Rio+20 Rio de Janeiro, 2012 [Carla Juaçaba e Bia Lessa]. Disponível em: <https://www.vitruvius.com.br/revistas/read/projetos/12.138-139/4403> Acesso em: 06 de set. de 2020



Pavilhão Humanidade Rio+20 [Projeto em Colaboração] [Participação na equipe de arquitetura liderada por Bia Lessa & Carla Juaçaba] Disponível em: <http://estudiochao.com/Pavilhao-Humanidade-Rio-20> Acesso em: 06 de set. de 2020


Carla Juaçaba: Pavilhão, Rio de Janeiro. Disponível em:<https://revistaprojeto.com.br/acervo/carla-juacaba-pavilhao-rio-janeiro-10-10-2012/> Acesso em: 06 de set. de 2020


Integrantes do grupo: Bruna Matos, Catarina Ferolla, Gleiderson Roger, Lucas Dias e Nickolas Garcia

 
 
 

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