CAROL BUENO
- ACR 113
- 12 de fev. de 2021
- 11 min de leitura
VIDA PESSOAL
Carol Bueno nasceu no dia 28 de outubro de 1974, na cidade de São Paulo. Ela mesmo dizia, como contado por seus colegas próximos, que sempre foi apaixonada pelo centro da cidade, por conta dos prédios altos e foi daí que surgiu a admiração pela Arquitetura que a fez seguir a área. Porém, seu amor pela cidade não refletiu apenas na sua vida profissional, tanto que a mesma foi uma das fundadoras do bloco de rua Acadêmicos do Baixo Augusta, um dos maiores da cidade atualmente.
A arquiteta sempre foi muito engajada em diversas causas, como comentado por seu colega de trabalho Grégory Bousquet. Ele mesmo cita Carol como uma pessoa muito feminista, e que a colega nunca deixou que o domínio masculino na área da construção civil intimidasse ela nem por um momento. Bousquet também conta que a colega tinha uma grande conexão com a natureza, e que foi esse fascínio que fez com que Carol Bueno incorporasse muitos elementos naturais em seus projetos. (BOUSQUET, 2021)
Infelizmente, no dia 04 de janeiro de 2021, após uma longa batalha, Carol Bueno faleceu devido a um câncer no cérebro aos 46 anos de idade. Seu falecimento foi informado no Instagram do Tripytique, que é a empresa onde ela era co-fundadora. A Arquiteta lutava já a um ano contra o câncer, mas não resistiu. Ela deixou Zoe, sua filha de 8 anos e um grande legado na arquitetura contemporânea.
CARREIRA
Formada como arquiteta e urbanista pela École d’Architecture Paris-La Seine, na França, Carol também passou pela Itália na Scuola Politecnico di Milano obteve formação em paisagismo pelo IBRAP. Logo após sua formação na França, a arquiteta fundou o escritório Triptyque, em 2000, onde trabalhou até o fim de sua vida. Junto de Carolina, o escritório também contava com os sócios Olivier Raffaelli, Guillaume Sibaud e Greg Bousquet, todos franceses e ex-colegas de faculdade dela na École d’Architecture.
Apesar de Carol ser a única brasileira do grupo, o Triptyque teve sua sede inicialmente localizada no Rio de Janeiro e transferida, alguns anos mais tarde, para São Paulo. Ademais, a partir de 2008, o escritório contou também com uma sede em Paris, visto que a maioria dos arquitetos do grupo são provenientes de lá.
Em seus projetos para o escritório, Carol procurou sempre trabalhar bastante com uma relação entre natureza e tecnologia. Na esfera visual, era usada com abundância a madeira e a presença de vegetação em suas construções, simbolizando o vínculo com a natureza. Já o design contemporâneo e ousado de alguns elementos construtivos e de alguns sistemas de iluminação ilustravam a o viés tecnológico das obras. Em paralelo, no campo estrutural, o uso de técnicas sustentáveis e inovadoras uniam tecnologia e natureza em um só.
No fim de sua carreira, porém, a arquiteta procurou, talvez influenciada pela gravidade de sua doença, começar a focar em projetos mais sociais e que pudessem “mudar um pouco o mundo”, segundo Bousquet, seu colega de escritório. Sendo assim, podemos destacar sua participação no Festival Clube de Criação, em 2019, com tema relacionado à preservação do meio ambiente, e sua presença no projeto da habitação sustentável “AMATA”.

Imagem 1: Edifício Amata
Fonte: http://triptyque.com/en/project/amata-3/INFLUÊNCIAS
Tendo em vista que Carol é uma arquiteta da contemporaneidade e que faleceu antes que pudesse ter um maior reconhecimento no país, não é possível achar muitas falas dela acerca de suas influências e referências. No entanto, em uma entrevista dada para o canal do Youtube “LABDESIGN.tv”, a arquiteta ressalta a influência positiva que a vivência e presença de seu escritório no centro agitado de São Paulo traz para o seu processo criativo e dos seus colegas do Tryptique, promovendo também um maior contato com o ambiente urbano. Além disso, na mesma entrevista, Carol ainda destaca como uma de suas referências o arquiteto Rem Koolhaas, ao citar um discurso em que ele afirma desejar ser um arquiteto brasileiro, fala que provocou uma reflexão na arquiteta sobre os valores que se encontram no nosso país e o jeito de construir e morar existentes aqui.
LISTA DE PROJETOS
No escritório, eram desenvolvidos projetos residenciais e comerciais. Dentre os principais, podemos citar trabalhos de retrofit como o do edifício RB12, no Rio de Janeio, e alguns em São Paulo, a exemplo do Redbull Station e da Escola Concept. Ademasis, também em São Paulo, na Vila Madalena, podemos citar alguns projetos residenciais feitos para Idea!Zarvos, como o Pop XYZ, o Fildaga e o Onze22.
Além desses, também devemos destacar a obra “AMATA”, por ser um edifício habitacional que marcou bastante a carreira de Carolina e que alinhava suas expectativas quanto à natureza e à tecnologia em uma construção. Nele, podemos ver refletido todo o seu estudo de paisagismo e interesse pela natureza. Dessa forma, o edifício rendeu o 5º Prêmio Saint-Gobain de Arquitetura para Carol e seus sócios.
HARMONIA 57

Imagem 2: Entrada
Fonte: https://www.google.com.br/url?sa=i&url=https%3A%2F%2Fbr.pinterest.com%2Fpin%2F569846159084936019%2F&psig=AOvVaw2ZUOViQWo9k_aLMMTXrjmX&ust=1613246871084000&source=images&cd=vfe&ved=0CAIQjRxqFwoTCPiCmY6T5e4CFQAAAAAdAAAAABADFICHA TÉCNICA
Local: Rua Harmonia, 57, Vila Madalena, São Paulo
Ano: 2008
Tipologia de uso: Edifício comercial
Padrão Arquitetônico: Contemporâneo
Área do terreno: 500 m²
Área construída: 1060 m²
ANÁLISE DA PLANTA

Imagem 3: Corte Longitudinal
Fonte: https://triptyque.com/en/project/harmonia/O edifício Harmonia 57 é composto pelo subsolo e mais 3 pavimentos, sendo eles compostos, basicamente, por dois blocos ligados por passarelas ou áreas de convivência. Seu subsolo é bem simples e abriga somente rampa para entrada, vagas de estacionamento para carros, banheiro e uma escada que leva ao pavimento acima.

Imagem 4: Subsolo
Fonte: https://triptyque.com/en/project/harmonia/Já o térreo e demais pavimentos são divididos em áreas de permanência (em vermelho) e de passagem (em azul), com exceção do primeiro pavimento, que abriga uma área com ambas as funções, já que além da área azul ser usada como passagem, também possui o papel de uma área planejada para convivência.
Ainda no primeiro piso, podemos ver a rampa que leva ao subsolo marcada em amarelo e em roxo os reservatórios que fazem parte de um sistema de tratamento de água presente nessa construção. Além disso, as áreas de permanência (vermelhas) são estúdios destinados ao uso comercial e incluem uma varanda e um banheiro dentro delas.

Imagem 5: Primeiro Pavimento
Fonte: https://triptyque.com/en/project/harmonia/No segundo e terceiro pavimento, a lógica da representação pelas cores é seguida, com a diferença de que a passarela em azul dessa vez foi projetada para ser área exclusivamente de passagem. Quanto à forma dos estúdios, podemos perceber que nenhum deles segue exatamente o mesmo padrão, diferenciando-se na alteração da localização das varandas e das janelas. Sendo assim, isso reforça a intenção dos arquitetos de construir um edifício mais orgânico, quase como uma “arquitetura viva”.

Imagem 6: Segundo Pavimento
Fonte: https://triptyque.com/en/project/harmonia/
Imagem 7: Terceiro Pavimento
Fonte: https://triptyque.com/en/project/harmonia/Por último, no quarto pavimento encontra-se uma extensão de um dos estúdios, que é o único a possuí-la, a qual é acessada por uma escada helicoidal. Também nesse piso, encontramos uma parte do terraço, representada em roxo, em que podemos ver mais reservatórios que compõem o sistema de tratamento de água.

Imagem 8: Quarto Pavimento
Fonte: https://triptyque.com/en/project/harmonia/ESPACIALIDADE
Os ambientes são divididos, basicamente, em locais de passagem e de permanência. As lojas são os locais de permanência e os corredores, de passagem, o único ambiente diferente é a pracinha interna, localizada no térreo, que serve como ambos, tendo em vista que fica entre os dois blocos que compõem o prédio, dependendo somente do objetivo da pessoa que trafega.
Os terraços estão presentes, de forma avulsa, em cada pavimento, fazendo com que ocorra um jogo de cheios e vazios que se mistura com o de luz e sombra, o que dá diferentes aspectos à edificação.
As escadas são as únicas formas de acessos para os diferentes andares, dificultando a acessibilidade, além disso, para acessar outros ambientes do mesmo andar, o edifício apresenta corredores e passarelas.

Imagem 9: Espacialidade da edificação
Fonte: www.archdaily.com.br/br/01-16694/harmonia-57-triptyque/5010000128ba0d4222000335-harmonia-57-triptyque-imageVOLUMETRIA
O edifício é bastante prismático e retangular, na parte onde está localizada a garagem ocorre o seu descolamento do chão. A sua volumetria é simples, composta por dois blocos vegetais que estão conectados por passarelas metálicas, o frontal é suspenso por pilotis e, o do fundo, é maciço, assemelhando-se a uma caixa de pássaros devido ao volume da sua cobertura. Há a presença de janelas e terraços de vidro e concreto, os quais possuem a forma também retangular.

Imagem 10: Visão superior
Fonte:https://images.adsttc.com/media/images/500f/ffb9/28ba/0d42/2200/0323/slideshow/stringio.jpg?1414335414
Imagem 11: Fachada
Fonte:https://i2.wp.com/ideasinspiringinnovation.files.wordpress.com/2009/08/harmonia-57-sao-paulo-br-harmonia_57-triptyque-01.jpgMODERNATURA / RITMO DOS ELEMENTOS
A edificação não possui muita distinção dos espaços, principalmente por ser de cunho comercial. O andar que apresenta maior diferença é o térreo por ter a presença de uma pracinha no seu meio. O segundo e o terceiro andar são muito parecidos, possuindo duas salas comerciais, de tamanhos parecidos, e a passarela de passagem.
O prédio tem uma base neutra e cinza, é esculpido e deformado, em virtude do seu processo de construção, o que mostra a preocupação com o meio ambiente e com as formas de intervenção.

Imagem 12: Vista bloco dianteiro
Fonte:https://images.adsttc.com/media/images/5745/aaca/e58e/ceaa/8500/0023/medium_jpg/10803HR080827_032D.jpg?1464183483ASPECTOS INOVADORES
O edifício em si já é muito inovador, faz uma interação entre arquitetura e vegetação, funcionando como um organismo vivo, as paredes, grossas, de concreto vegetal, são recobertas por uma camada vegetal, como se fosse a sua pele. Além disso, nelas, há furos que permitem o aparecimento de diversas espécies vegetais; ocorre, também, a drenagem da água da chuva e do solo, que são reutilizadas e contribuem com a formação de um ecossistema no local. Ademais, para dar mais vida ao projeto, as tubulações são expostas nas paredes externas, trazendo a sensação de serem veias e artérias

Imagem 13: Vegetação brotando na parede e tubulação aparente
Fonte:https://images.adsttc.com/media/images/500f/fffe/28ba/0d42/2200/0334/slideshow/stringio.jpg?1414335451REDBULL STATION
FICHA TÉCNICA
Projeto: RedBull Station, Praça da Bandeira 137, São Paulo SP Brasil
Arquitetura: Triptyque / arquitetos Greg Bousquet, Carolina Bueno, Olivier Rafaëlli e Guillaume Sibaud
Coordenador geral: Luiz Trindade
chefe de projeto: Paulo Adolfo Martins
Equipe: Pedro de Mattos Ferraz (arquiteto). Colaboradores: Thiago Bicas, Ricardo Innecco (arquitetos); Luísa Vicentini, Sofia Saleme, Priscila Fialho, Murillo Fantinati, Alfredo Luvison, Natallia Shiroma, Nely Silveira (estagiários)
Paisagismo: Alex Hanazaki
Realização: Red Bull do Brasil
Apoio institucional: Secretaria Municipal de Cultura de SP
Data: Projeto: 2011-2013 Entrega: outubro 2013
A RedBull Station é um projeto contemporâneo feito em 2011 pela Triptyque Architecture, empresa de arquitetura da qual Carol Bueno participava. A obra fica localizada na Praça da Bandeira, 137 - Centro Histórico de São Paulo. O projeto foi vencedor do Prêmio Murilo Marx, modalidade Práticas, outorgado pelo DPH da Prefeitura de São Paulo.
O centro da cidade de São Paulo é um dos polos urbanos mais importantes do mundo e por muitos anos a beleza de suas ruas caiu em esquecimento. A RedBull Station surge como uma proposta de mudar esse cenário, sendo realizado um retrofit em um antigo prédio, em estilo eclético, da década de 20, que antes era sede da companhia de energia Light. A reforma teve um importante papel na reabilitação do centro da cidade, articulando arquitetura e novas formas de expressão artísticas.
O retrofit foi realizado seguindo os conceitos de preservação do patrimônio arquitetônico, assim a essência do edifício foi mantida, como a fachada original que permaneceu sem alterações, porém a beleza de seus elementos foi potencializada. O novo papel que o edifício adquiriu foi de um centro cultural, unindo arte e música e incentivando a difusão de expressões artísticas de caráter experimental, sendo assim, um ambiente que promove transformações urbanas.

Imagem 14: Fachada RedBull Station
Fonte:https://images.adsttc.com/media/images/5297/2848/e8e4/4ec1/6e00/007c/slideshow/0112.Triptyque.RedBullStation_4497.jpg?1385637953ANÁLISE DA PLANTA

Imagem 15: Corte Longitudinal
Fonte: http://triptyque.com/en/project/redbull-station/Composto por 5 pisos, sendo um deles no subsolo e outro um terraço, o Redbull Station é um retrofit realizado pelo Triptyque e é abrigo de diversas atividades culturais. Na divisão do seu espaço, todas as paredes internas da construção original foram demolidas e foi utilizada uma lógica em que grandes espaços fossem aproveitados para a realização de exposições e os restantes divididos em pequenas áreas para realização de atividades mais reservadas, como oficinas. Sendo assim, apesar desse ser um edifício de livre visitação, dentro dele podemos perceber a existência de ambientes mais públicos, que serão representados em azul, e outros mais privados, representados em vermelho.
Começando pelo subsolo, já podemos observar bastante esse contraste entre os ambientes com características mais públicas e mais privadas. Nesse piso, habita uma sala de exposição, representada pela cor azul, e uma sala de ensaio com camarim, que é um ambiente mais reservado e que menos pessoas têm acesso, estando representada em vermelho.

Imagem 16: Subsolo
Fonte: http://triptyque.com/en/project/redbull-station/
O pavimento térreo, por sua vez, segue a mesma lógica de representação de cores, também possuindo um espaço para exposições um pouco maior em azul e em vermelho um estúdio de música altamente equipado.

Imagem 17: Térreo
Fonte:http://triptyque.com/en/project/redbull-station/O mezanino, que é acessado por uma escada no piso térreo, é uma exceção dentro do edifício, pois é o único que possui apenas um ambiente mais reservado e não destinado à visitação do público. Atualmente, esse espaço é utilizado como um Market place.

Imagem 18 : Mezanino
Fonte:http://triptyque.com/en/project/redbull-station/No pavimento superior ocorre, mais uma vez, o contraste observado no subsolo e no térreo, onde existem salas que funcionam como oficinas privadas para artistas, representadas em vermelho, e um espaço maior destinado a workshops e palestras, que está na cor azul.

Imagem 19: Pavimento Superior
Fonte:http://triptyque.com/en/project/redbull-station/Por último, o terraço é uma área sem espaços mais reservados em que encontramos uma fonte e algumas plantas que compõem um projeto de paisagismo que remete a um ambiente externo, além de podermos aproveitar a vista.

Imagem 20: Terraço
Fonte: http://triptyque.com/en/project/redbull-station/VOLUMETRIA
O edifício é localizado no centro de 3 ruas, ocupando como se fosse um quarteirão. Desse modo, quando foi construído, obteve o formato do espaço. Possui uma base prismática seguindo um triângulo e sendo arredondado nas pontas. A sua volumetria é composta por um bloco único de 3 andares. O primeiro andar é o único que não segue totalmente a volumetria do prédio, pois possui uma área externa com uma cafeteria.
Na parte superior a cobertura metálica é apoiada em um pilar metálico que vai até o térreo transpassando todo o edifício. A fachada é composta por colunas e muitas janelas arredondadas, sendo extremamente simétrico, seguindo as características do estilo eclético.

Imagem 21: Vista aérea
Fonte:https://images.adsttc.com/media/images/5293/381c/e8e4/4e91/9a00/0003/slideshow/_131113_RB_STATION_panorama_380.jpg?1385379861CARACTERÍSTICAS DO PROJETO
Primeiramente na reforma do prédio, foi feita a demolição dos elementos não-estruturais para a criação mais livre de novos espaços, como sanitários, copas, áreas técnicas, além de escritórios e ateliers de artistas, divididos por vidro ou gesso acartonado. As paredes estruturais originais foram mantidas com a pintura original, sendo apenas tratadas com hidrojateamento e hidrofugante, dando um aspecto interessante para o interior do edifício.

Imagem 22: Interior
Fonte:https://images.adsttc.com/media/images/5297/2825/e8e4/4ec1/6e00/007a/slideshow/0112.Triptyque.RedBullStation_4405.jpg?1385637918No exterior da edificação foram inseridos elementos metálicos para a criação de espaços como uma bilheteria e uma cafeteria, além disso, também houve a construção de uma escada metálica que permite a circulação externa por todo o edifício. As estruturas metálicas e as escadas que criam caminhos dentro do museu e novos meios de comunicação interna e de circulação.
Na parte superior os arquitetos criaram um terraço sobre a cobertura existente em steeldeck e colocaram uma cobertura metálica apoiada sobre um grande pilar metálico, que lembra uma folha. As estruturas de metal trazem modernidade ao prédio da década de XX, criando um contraste diferenciado entre elementos contemporâneos e os elementos construtivos do ecletismo.
Além disso, a cobertura conta com o paisagismo de Alex Hanazaki. O paisagista colocou uma fonte externa, sendo algo inovador por estar no último andar e não. Outros elementos inseridos foram plantas contornando o parapeito e uma horta ao lado. Todo o aspecto do paisagismo trouxe modernidade e uma complementação ao edifício antigo.
Outras requalificações feitas no edifício foram nos sistemas de instalações, energia e conforto ambiental. A cobertura metálica permite a captação das águas da chuva e a instalação de painéis fotovoltaicos. Além disso, o sistema elétrico e hidráulico foi todo trocado, permitindo ainda a existência de uma cisterna subterrânea.

Imagem 23: Vista lateral superior
Fonte:https://images.adsttc.com/media/images/5297/2868/e8e4/4e5c/5000/005c/slideshow/0112.Triptyque.RedBullStation_4543.jpg?1385637987
Imagem 24: Terraço
Fonte:https://images.adsttc.com/media/images/5293/3802/e8e4/4eba/3c00/0001/slideshow/_131113_RB_STATION_104.jpg?1385379835No interior do projeto, foi feito um ambiente destinado principalmente para exposições. O piso térreo é dividido em duas partes, uma destinada a galeria principal, local que recebe exposições das mais variadas formas de expressões artísticas, como artes visuais, performances e concertos; a outra, foi feito um volume de concreto extremamente bem projetado para receber um estúdio de música.
Além disso, a cave também foi transformada em um espaço que comporta salas de ensaio musical e salas de exposição. No segundo andar foram criadas seis oficinas de residências artísticas que são tocadas a cada trimestre. Ao redor dessas oficinas existe a “Galeria Transicional” que guarda as obras que ainda não foram expostas, durante o processo criativo dos artistas.

Imagem 25: Interior
Fonte:https://images.adsttc.com/media/images/5297/27f8/e8e4/4e5c/5000/0055/slideshow/0112.Triptyque.RedBullStation_4264_(1).jpg?1385637874ASPECTOS INOVADORES
A obra possui diversos aspectos inovadores. Ela é um retrofit que foi extremamente bem projetado, respeitando a fachada original, as paredes originais e principalmente a história do edifício. Com as mudanças feitas, elementos metálicos foram inseridos ao longo do edifício e na cobertura, criando um contraste diferenciado com o estilo eclético já construído. Além disso, o paisagismo também inovou colocando uma fonte no terraço e uma cobertura metálica, trazendo modernidade ao projeto. E por fim, o próprio conceito do edifício de ser um centro cultural que também serve de estúdio para os artistas é uma proposta de espaço inovadora para o centro de São Paulo, que instiga a cultura e diferentes formas de expressões artísticas.
Referências
ARCHDAILY (org.). RedBull Station São Paulo / Triptyque. ArchDaily, 25 nov. 2013. Disponível em: https://www.archdaily.com.br/br/01-155192/redbull-station-sao-paulo-slash-triptyque.
MARADEI, GIOVANNA; SEQUIN, AMANDA; CHIMELLO, GABRIELLE. 40 arquitetas e designers mulheres que você precisa conhecer: Uma lista completa que reúne desde nomes icônicos até grandes profissionais em ascensão. Casa Vogue, 8 mar. 2018. Disponível em: https://casavogue.globo.com/Design/noticia/2018/03/40-arquitetas-e-designers-mulheres-que-voce-precisa-conhecer.html. Acesso em: 19 jan. 2021.
COSTA, Giovana. Carolina Bueno – Biografia e obras. Live, 11 jan. 2021. Disponível em: https://live.apto.vc/carolina-bueno-biografia-e-obras/#:~:text=Trajet%C3%B3ria%20de%20Carolina%20Bueno&text=Carolina%20nasceu%20na%20cidade%20de,e%20se%20formou%20em%201999. Acesso em: 19 jan. 2021.
Morreu nesta segunda, aos 46 anos, a arquiteta Carol Bueno, fundadora da Triptyque Architecture. Glamurama, 4 jan. 2021. Disponível em: https://glamurama.uol.com.br/morreu-nesta-segunda-aos-46-anos-a-arquiteta-carol-bueno-criadora-da-triptyque/. Acesso em: 19 jan. 2021.
LORES, Raul Juste. O legado de Carol Bueno. CBN, 5 jan. 2021. Mais São Paulo. Disponível em: https://cbn.globoradio.globo.com/media/audio/327804/o-legado-de-carol-bueno.htm. Acesso em: 19 jan. 2021.
HELM, Joana. ArchDaily Brasil Entrevista: Triptyque Arquitetura. ArchDaily Brasil, 26 Nov. 2012. Disponível em: <https://www.archdaily.com.br/br/01-83337/archdaily-brasil-entrevista-triptyque-arquitetura> ISSN 0719-8906
ANGIOLILLO, Francesca. Arquiteta sócia-fundadora do escritório Triptyque, Carol Bueno, morre aos 26 anos. Folha de Londrina, 26 Jan. 2021. Disponível em: https://www.folhadelondrina.com.br/geral/arquiteta-socia-fundadora-do-escritorio-triptyque-carol-bueno-morre-aos-46-anos-3042998e.html
BOUSQUET, Grégory. Folhapress. In: ANGIOLILLO, FRANCESCA. Arquiteta sócia-fundadora do escritório Triptyque, Carol Bueno morre aos 46 anos. Yahoo Notícias, 6 jan. 2021. Disponível em: https://br.noticias.yahoo.com/arquiteta-s%C3%B3cia-fundadora-escrit%C3%B3rio-triptyque-233100868.html.






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