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FLÁVIO DE CARVALHO

  • Foto do escritor: ACR 113
    ACR 113
  • 2 de fev.
  • 11 min de leitura

Arquiteto modernista brasileiro conhecido por suas ideias e projetos inovadores.

Figura 1 - foto de Flávio de Carvalho em 1950                                                                                                       Fonte: New City Brasil
Figura 1 - foto de Flávio de Carvalho em 1950 Fonte: New City Brasil

Biografia

Flávio de Carvalho (1899-1973), nascido em Barra Mansa, Rio de Janeiro, destaca-se como uma das figuras mais versáteis e revolucionárias do modernismo brasileiro. Filho de Raul de Rezende Carvalho e Ophélia Crissiúma de Carvalho, ele transcendeu os limites convencionais da arquitetura, atuando também como engenheiro, artista plástico, escritor e teatrólogo, construindo um legado marcado pela ousadia e inovação.

Apesar de vir de uma família abastada e tradicional, Flávio de Carvalho teve uma formação progressista, adquirida principalmente no exterior. Ainda bebê, em 1900, mudou-se com a família para São Paulo, onde seu pai investia em fazendas de café. Entre 1908 e 1910, estudou na Escola Americana do Instituto Mackenzie. Em 1911, partiu para a Europa, matriculando-se no Liceu Janson-de-Sailly, em Paris. Com o início da Primeira Guerra Mundial em 1914, transferiu-se para Londres, onde continuou seus estudos no Clapham College e, posteriormente, no Stonyhurst College. Foi nesse período que ele descobriu sua paixão pelo teatro, produzindo textos, desenhos e pinturas inspirados em um romance passageiro.

Em 1915, ingressou na University of Newcastle Upon Tyne e na University of Durham para cursar Engenharia Civil, enquanto também estudava Belas Artes na King Edward VII School of Fine Arts. Em 1920, teve contato com as ideias revolucionárias de Le Corbusier e da Bauhaus, que influenciariam profundamente sua visão artística e arquitetônica. Ao concluir sua graduação em 1922, Flávio de Carvalho retornou ao Brasil, mas sua chegada foi marcada por um incidente curioso: ele foi preso por saltar do navio antes de atracar. Esse episódio foi apenas o primeiro de uma série de polêmicas que cercariam sua trajetória. Mesmo assim, logo após sua chegada, ele se tornou membro do Instituto de Engenharia e começou a trabalhar como calculista de estruturas de concreto na empresa Barros, Olivia & Cia.

Em 1924, projetou sua primeira obra arquitetônica, uma casa na Fazenda Pinheiros, em Valinhos, destinada a confortar sua família após a morte de sua avó materna. Apesar de não seguir os preceitos modernistas que viriam a definir seu estilo posterior, a casa refletia sua experiência europeia e um traçado rural tradicional. No mesmo ano, passou a atuar como calculista de estruturas metálicas e concreto armado no Escritório Técnico Ramos de Azevedo, onde permaneceu até 1927.

Em 1926, Flávio de Carvalho começou a trabalhar como ilustrador no jornal Diário da Noite e abriu seu próprio escritório de arquitetura, anexo ao Instituto de Engenharia. Em 1927, participou de um concurso para projetar as fachadas do Palácio do Governo de São Paulo. Embora não tenha vencido, seu projeto foi um marco inicial da arquitetura moderna no Brasil.

Em 1929, ele projetou a Fazenda Capuava, uma obra que refletia sua personalidade e consolidou sua contribuição para o modernismo brasileiro. Muitos de seus projetos, no entanto, nunca saíram do papel. Em 1938, a casa da Fazenda Capuava foi finalmente construída, tornando-se um espaço de encontros e festas, algumas delas bastante polêmicas, com convidados despidos. No mesmo ano, ele concluiu um conjunto de 17 casas na Alameda Lorena, em São Paulo, outro marco de sua carreira.

Em 1943, Flávio de Carvalho embarcou em uma missão geopolítica no Paraguai, onde escreveu 26 textos da série "Ruma ao Paraguai". Ao longo de sua vida, ele produziu uma vasta obra artística, incluindo pinturas, desenhos e textos que continuam a ser celebrados até hoje.

Um dos aspectos mais curiosos de sua trajetória foi sua incursão na moda. Em 1956, ele criou o "New Look", um traje masculino composto por saia, blusa leve, chapéu verde e sandálias. A proposta era oferecer uma alternativa ao terno, que ele considerava inadequado para o clima tropical. Essa iniciativa desafiava os padrões de gênero e as normas sociais da época, reforçando seu papel como um provocador cultural.

Portanto, é possível entender que Flávio de Carvalho foi muito mais do que um arquiteto; ele foi um pensador visionário que usava a arte e a arquitetura como ferramentas para questionar e transformar a sociedade. Suas obras transcendiam a mera resolução de problemas funcionais ou estéticos – eram manifestos que desafiavam convenções e propunham novas formas de viver e interagir com o espaço.

Projetos como a Fazenda Capuava e a Vila América exemplificam sua visão do espaço como um laboratório de ideias. Na Fazenda Capuava, ele criou um ambiente que funcionava tanto como residência quanto como palco para festas e performances, refletindo sua crença de que a arquitetura deve ser viva, dinâmica e capaz de estimular novas experiências humanas.

Sua abordagem ao modernismo foi singular. Enquanto muitos de seus contemporâneos buscavam adaptar os princípios europeus ao contexto brasileiro, Flávio de Carvalho os reinterpretava de forma original. Na Vila América, por exemplo, ele antecipou discussões fundamentais sobre habitação coletiva e igualdade social, demonstrando como a arquitetura poderia promover novas formas de sociabilidade - uma visão que permanece extremamente relevante em um momento em que as cidades enfrentam desafios de segregação e isolamento social.

Além disso, sua interdisciplinaridade – que abrangia arte, performance e moda – expandiu os limites da profissão. Sua emblemática "Experiência nº 3", na qual desfilou com um traje tropical pelas ruas de São Paulo, exemplifica sua defesa de uma arquitetura responsiva ao clima e à cultura local, além de demonstrar como ele usava a arte para questionar normas sociais e propor novas possibilidades. Essa ousadia fez dele um precursor de práticas artísticas que diluem as fronteiras entre disciplinas, influenciando gerações futuras.

A relevância de suas teorias se manifesta também em questões contemporâneas de sustentabilidade e identidade cultural. Seus projetos residenciais dialogam diretamente com as demandas atuais por práticas mais conscientes e contextualizadas.

Hoje, Flávio de Carvalho é lembrado como um dos grandes visionários da cultura brasileira. Sua obra nos convida a repensar o papel da arquitetura e da arte, não como campos isolados, mas como ferramentas poderosas para a transformação social. Ele nos mostrou que a arquitetura vai além da construção de espaços – ela pode construir novos caminhos para a humanidade.


Figura 2 – Flávio de Carvalho em 1956                                                                                                                     Fonte: Escritório de Arte
Figura 2 – Flávio de Carvalho em 1956 Fonte: Escritório de Arte

obras na arquitetura

1924: Casa na Fazenda Pinheiros (Valinhos, SP).

1925: Projeto para uma casa de veraneio em Campos do Jordão (não construído).

1927: Projeto para o Palácio do Governo de São Paulo (não construído).

1928: Projeto para a Universidade de Minas Gerais (não construído).

1929: Fazenda Capuava (Valinhos, SP).

1930: Projeto para um centro cultural em São Paulo (não construído).

1933: Vila América - Conjunto de 17 casas na Alameda Lorena (São Paulo, SP).

1935: Projeto para um edifício residencial no Rio de Janeiro (não construído).

1936: Projeto para o Paço Municipal de São Paulo (não construído).

1938: Conjunto de casas na Alameda Lorena (São Paulo, SP).

1940: Projeto para o Edifício Esther (São Paulo, SP - não construído).

1942: Reforma da Casa da Fazenda Capuava (Valinhos, SP).

1945: Projeto para um museu de arte moderna em São Paulo (não construído).

1950: Projeto para o Teatro Municipal de São Paulo (não construído).

1955: Projeto para um parque urbano em Belo Horizonte (não construído).


PERFORMANCES E EXPERIMENTAÇÕES

1931: "Experiência N° 2" - Caminhada contra uma procissão de Corpus Christi em São Paulo.


Figura 3 - Contracapa do livro "Experiência N.2", Flávio de Carvalho.                                                                                 Fonte: Espaço sebo nas canelas livros e artes.
Figura 3 - Contracapa do livro "Experiência N.2", Flávio de Carvalho. Fonte: Espaço sebo nas canelas livros e artes.

1956: Lançamento do "New Look" - Traje masculino tropical, apresentado como uma alternativa ao terno tradicional.


Figura 4 - Projeto do "New Look" de Flávio de Carvalho, 1956.                                                                           Fonte: Archdaily.
Figura 4 - Projeto do "New Look" de Flávio de Carvalho, 1956. Fonte: Archdaily.

Obras Artísticas e Literárias Relevantes

1930-1935: Série de retratos psicológicos - Pinturas que exploravam a psicologia humana.

1943: Série "Rumo ao Paraguai" - 26 textos escritos durante uma missão geopolítica no Paraguai.

1957: "A Origem Animal de Deus" - Livro que explora temas filosóficos e antropológicos.

1958: "Os Ossos do Mundo" - Livro que reúne ensaios e reflexões sobre arte, cultura e sociedade.

1960: "O Homem e Sua Expressão" - Coleção de textos sobre arte e comportamento humano.

1961: "Teatro da Verdade" - Série de performances e textos teatrais.

1965: "A Cidade do Homem Nú" - Projeto teórico sobre urbanismo e sociedade.


CASA DA FAZENDA CAPUAVA

Ficha técnica

Endereço: Rua Gildo Tordin (Fazenda Capuava), sem n.º - Valinhos – São Paulo – Brasil

Período de execução: 1937-1938 (reformas em 1942)

Tipologia de uso: Habitacional 

Padrão arquitetônico:  Modernismo

Área total construída: 600 m²


O projeto

A Casa da Fazenda Capuava, localizada em Valinhos, São Paulo, foi projetada por Flávio de Carvalho como uma residência rural para sua família. Diferente das tradicionais casas de fazenda, a construção incorpora elementos modernistas, como o uso de concreto e uma planta inovadora, que inclui espaços multifuncionais, como escritório, biblioteca e salão de festas. A forma da edificação, com volumes geométricos e uma fachada monumental, reflete a busca de Carvalho por uma arquitetura que rompesse com os padrões convencionais, mantendo a funcionalidade e a conexão com a natureza.

Localizada em um terreno elevado e aberto, a casa se integra harmoniosamente à paisagem rural, aproveitando a topografia e o entorno para criar uma relação fluida entre o interior e o exterior. O acesso principal é marcado por uma fachada que combina modernismo e influências tradicionais, com todas as portas dos cômodos voltadas para os jardins, reforçando a conexão com a natureza.


Figura 5 – Casa da Fazenda Capuava.                                                                                                                         Fonte: KON, Nelson.
Figura 5 – Casa da Fazenda Capuava.  Fonte: KON, Nelson.
Figura 6 – Casa da Fazenda Capuava.                                                                                                                      Fonte: KON, Nelson.
Figura 6 – Casa da Fazenda Capuava.  Fonte: KON, Nelson.

Em 1942, a casa passou por uma reforma significativa, que refletiu a evolução do pensamento arquitetônico de Carvalho. As varandas laterais foram ampliadas e ganharam pérgulas de concreto em balanço, proporcionando sombra e conforto térmico. A reorganização dos ambientes internos buscou integrar melhor os espaços sociais e as funções culturais, consolidando a casa como um centro de convivência artística.


Figura 7 - Elevações da casa antes e depois da reforma de 1942.                                                                      Fonte: ISHIDA, 1995, p. 95 e p 100. 
Figura 7 - Elevações da casa antes e depois da reforma de 1942. Fonte: ISHIDA, 1995, p. 95 e p 100. 
Figura 8 – Planta da casa conforme situação de 1942.                                                                                         Fonte: ROSSETI, 2007, p 303. 
Figura 8 – Planta da casa conforme situação de 1942. Fonte: ROSSETI, 2007, p 303. 

O interior da casa foi projetado para promover fluidez e funcionalidade. O grande salão central, com pé-direito elevado de aproximadamente 6,50 metros, funciona como o núcleo da residência, ideal para reuniões familiares e eventos sociais. A circulação principal conecta intuitivamente os diferentes ambientes, como dormitórios, biblioteca e sala ancestral. As áreas úmidas, como banheiros e cozinha, foram estrategicamente posicionadas próximas ao salão central, facilitando o uso durante eventos.


Figura 9 - Vista para a varanda da casa.                                                                                                                   Fonte: KON, Nelson. 
Figura 9 - Vista para a varanda da casa. Fonte: KON, Nelson. 

As varandas desempenham um papel crucial na circulação da casa, atuando como extensões dos ambientes internos e integrando-se ao jardim. A escolha dos materiais, como o alumínio nas áreas úmidas e a madeira talhada nas lareiras, reflete o equilíbrio entre modernidade e tradição proposto por Carvalho.

Infelizmente, a Casa da Fazenda Capuava encontra-se atualmente em estado de abandono, apesar de sua importância como um exemplo notável da arquitetura modernista brasileira.


vila América - conjunto de casas da alameda Lorena

Ficha técnica

Endereço: Vila América (hoje Jardim Paulista), São Paulo - SP

Período de execução: 1933-1938

Tipologia de uso: Habitacional  

Padrão arquitetônico: Modernismo 

Área total construída: 1.903,77m²


Figura 10 - Vista das cinco casas da Alameda Lorena, a partir da rua interna                                                    Fonte: Archidaily
Figura 10 - Vista das cinco casas da Alameda Lorena, a partir da rua interna   Fonte: Archidaily

A Vila América, projetada integralmente por Flávio de Carvalho, é um marco da arquitetura moderna no Brasil. O conjunto se destaca por seus aspectos formais e pela integração entre as residências e a malha urbana, refletindo a visão inovadora de Carvalho. Financiado pelo próprio arquiteto, o projeto teve liberdade criativa para explorar novas formas e conceitos, resultando em uma obra única.

Desenvolvido em um período de intensa urbanização e transformações sociais, o conjunto foi pensado para atender demandas contemporâneas de forma acessível. Com 17 casas construídas em um lote de aproximadamente 3.163 m², localizado na esquina entre a Alameda Lorena e a Alameda Ministro Rocha Azevedo, no bairro Jardim Paulista, em São Paulo, a Vila América buscava integrar o espaço privado ao público. Originalmente, o conjunto contava com dez casas voltadas para as alamedas e sete casas internas, acessadas por uma rua particular. Essa disposição visava criar uma área comum para os moradores e promover uma continuidade entre as residências e a cidade.


Figura 11 - Perspectiva esquemática do conjunto                                                                                                   Fonte: Teses USP - Flávio de Carvalho: Arquitetura e Urbanismo
Figura 11 - Perspectiva esquemática do conjunto   Fonte: Teses USP - Flávio de Carvalho: Arquitetura e Urbanismo
Figura 12 - Implantação do conjunto de casas                                                                                                       Fonte: Teses USP - Flávio de Carvalho: Arquitetura e Urbanismo
Figura 12 - Implantação do conjunto de casas Fonte: Teses USP - Flávio de Carvalho: Arquitetura e Urbanismo

A integração entre o interior e o exterior foi um dos pilares do projeto. As casas não eram cercadas por muros, e suas estruturas apresentavam solários e aberturas generosas, permitindo uma relação fluida entre os ambientes internos e a cidade. Essa concepção reflete a ideia de coletividade presente na obra e nos textos de Flávio de Carvalho. 


Figura 13 - Vista das casas geminadas que dão para o espaço comum na ruela interna.                              Fonte: do-co,mo.mo_ Núcleo São Paulo
Figura 13 - Vista das casas geminadas que dão para o espaço comum na ruela interna.  Fonte: do-co,mo.mo_ Núcleo São Paulo

As casas seguiam premissas modernistas, com cômodos de dimensões reduzidas e funcionalidade otimizada. A hierarquia entre os ambientes foi diluída, promovendo uma circulação interna mais fluida. As plantas variavam, mas seguiam um padrão: a entrada principal levava diretamente à sala, seguida pela cozinha, área de jantar e serviço. No segundo pavimento, localizavam-se os dormitórios, banheiros e terraços, acessados por uma escada. Algumas casas da rua interna incluíam um terceiro andar com dormitório adicional e teto-jardim, mas sem solário.


Figura 14 - Planta da casa n°1076, sem escala                                                                                                       Fonte: Teses USP - Flávio de Carvalho: Arquitetura e Urbanismo
Figura 14 - Planta da casa n°1076, sem escala  Fonte: Teses USP - Flávio de Carvalho: Arquitetura e Urbanismo
Figura 15 - Planta da casa n°1 da rua interna, sem escala                                                                                   Fonte: Teses USP - Flávio de Carvalho: Arquitetura e Urbanismo
Figura 15 - Planta da casa n°1 da rua interna, sem escala  Fonte: Teses USP - Flávio de Carvalho: Arquitetura e Urbanismo

A forma circular de algumas casas, com volumes puros e pé-direito duplo, reforça a estética moderna e amplia a relação entre a residência e o entorno. Esses elementos, somados às aberturas e solários, proporcionavam amplitude aos ambientes e concretizavam a visão de Carvalho sobre o "viver na cidade".

Figura 16 - Interior da sala, mostrando aberturas para a rua e acesso ao solário.                                          Fonte: Teses USP - Flávio de Carvalho: Arquitetura e Urbanismo  
Figura 16 - Interior da sala, mostrando aberturas para a rua e acesso ao solário.  Fonte: Teses USP - Flávio de Carvalho: Arquitetura e Urbanismo  

A fim de compreender melhor a forma das casas projetadas, é possível analisar de maneira individual e detalhada a planta da casa 1052, localizada de frente para a Alameda Ministro Rocha Azevedo, que atualmente foi restaurada e é sede da Casa SP- Arte, funcionando como espaço permanente para realização de exposições entre março de 2023 e setembro de 2024. 

Figura 17 - Perspectiva esquemática do conjunto                                                                                                 Fonte: Teses USP - Flávio de Carvalho: Arquitetura e Urbanismo
Figura 17 - Perspectiva esquemática do conjunto   Fonte: Teses USP - Flávio de Carvalho: Arquitetura e Urbanismo

Analisando a residência vista do exterior, sua forma é quase prismática, apresenta cantos arredondados e volume circular no piso superior, que sendo sustentado por um pilotis, se projeta na fachada e sombreia o térreo, também é possível observar as janelas nos cantos do piso superior, que de quina, acompanham o formato arredondado das paredes. A porta de entrada se localiza no centro, ao passar por ela, encontrasse a sala a qual possui um vão de pé direito duplo. Ao atravessá-la, tem-se o acesso à copa ao lado esquerdo e à cozinho ao lado direito. Aos fundos, encontrasse a área de serviço descoberta, seguida pelo quarto e banheiro de serviço. Imediatamente a esquerda da porta de entrada da residência, se encontra a escada de acesso ao piso superior, a qual circula o vão e cria uma circulação em C. Já no piso superior, tem-se ao fundo um corredor de acesso para o banheiro no centro, um dormitório à direita, e outro à esquerda, o qual possui acesso ao terraço. Na parte frontal do piso superior, encontra-se a escada para o solário e o terceiro dormitório, que por sua vez apresenta volume circular e janela central acompanhando esse formato, sendo esse o volume projetado na fachada, mencionado anteriormente.


Figura 18 - Fotos da casa 1052                                                                                                                                  Fonte: Flavio de carvalho: vila américa - conjunto de casas da alameda Lorena, um modernismo
Figura 18 - Fotos da casa 1052 Fonte: Flavio de carvalho: vila américa - conjunto de casas da alameda Lorena, um modernismo

Apesar de sua importância, a Vila América sofreu modificações ao longo dos anos. Originalmente destinada a famílias, parte das casas foi alugada para artistas e, posteriormente, vendida. Atualmente, apenas uma das 17 casas permanece em pé, a casa 1052, e o conjunto não foi tombado como patrimônio, encontrando-se descaracterizado. No entanto, sua relevância para o modernismo brasileiro é inegável, destacando-se pela plasticidade das formas e pela integração entre arquitetura e vida urbana.


AUTORES

DAVYD MESSIAS SILVA CAMPOS

JOÃO GABRIEL ALVES VASCONCELOS

LARISSA REIS SANTANA

LORENA GONÇALVES DE MATOS


REFERÊNCIAS

GARCIA, C. Self-Assured and Shocking: A New Exhibition Takes on the Legacy of Flávio de Carvalho | Newcity Brazil. Disponível em: <https://www.newcitybrazil.com/2019/10/08/self-assured-and-shocking-a-new-exhibition-takes-on-the-legacy-of-flavio-de-carvalho/>. Acesso em: 17 dez. 2024.  

  

CEDAE -CENTRO DE DOCUMENTAÇÃO CULTURAL “ALEXANDRE EULALIO”. [s.l: s.n.]. Disponível em: <https://cedae.iel.unicamp.br/fundos/Fundo_FC.pdf>. 

‌  

ARTE, E. DE. Flavio de Carvalho - Obras, biografia e vida. Disponível em: <https://www.escritoriodearte.com/artista/flavio-de-carvalho>.  

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MIGLIANI, A. Do ladrilho hidráulico ao alumínio: a irreverência de Flávio de Carvalho no Brasil moderno. Disponível em: <https://www.archdaily.com.br/br/913591/do-ladrilho-hidraulico-ao-aluminio-a-irreverencia-de-flavio-de-carvalho-no-brasil-moderno?ad_campaign=normal-tag>. Acesso em: 17 dez. 2024. 

 

CONJUNTO DE CASAS DA VILA AMÉRICA. Disponível em: <https://www.nucleodocomomosp.com.br/conjunto-de-casas-da-vila-america>. Acesso em: 17 dez. 2024. 


MIGLIANI, A. Do ladrilho hidráulico ao alumínio: a irreverência de Flávio de Carvalho no Brasil moderno. Disponível em: <https://www.archdaily.com.br/br/913591/do-ladrilho-hidraulico-ao-aluminio-a-irreverencia-de-flavio-de-carvalho-no-brasil-moderno>. Acesso em: 17 dez. 2024. 

  

Residência Flávio de Carvalho. Arquivo Arq. Disponível em: <https://arquivo.arq.br/projetos/residencia-flavio-de-carvalho>. Acesso em: 17 dez. 2024. 

ROSSETTI, Carolina Pierrotti. Flávio de Carvalho: questões de arquitetura e urbanismo. 2007. Dissertação (Mestrado) – Universidade de São Paulo, São Carlos, 2007. Disponível em: <http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/18/18142/tde-01082007-025241/>. Acesso em: 17 dez. 2024. 


STEVOLO, Pedro Luiz. A casa modernista de Flávio de Carvalho: arte, política e um território em disputa?. Revista CPC, São Paulo, Brasil, n. 22, p. 10–36, 2016. DOI: 10.11606/issn.1980-4466.v0i22p10-36. Disponível em: <https://www.revistas.usp.br/cpc/article/view/111614>. Acesso em: 17 dez. 2024. 


ISHIDA, Américo. Flávio de Carvalho: arquitetura e expressionismo. 1996. Dissertação (Mestrado) – Universidade de São Paulo, São Paulo, 1996. Disponível em: <https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/16/16131/tde-09022024-113013/es.php>. Acesso em: 17 dez. 2024. 

 

L, J. Experiências secretas – Flávio de Carvalho – Escritório de Arte. Disponível em: <https://www.escritoriodearte.com/blog/artigos/experiencias-secretas-flavio-de-carvalho/>. Acesso em: 17 dez. 2024. 

 
 
 

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