LÚCIO COSTA
- ACR 113
- 12 de fev. de 2021
- 20 min de leitura
Atualizado: 24 de abr. de 2021

Lúcio Costa foi um dos precursores da Arquitetura Moderna no Brasil. Seu avançado pensamento e estudos paralelos à universidade (e pós formação) fez com que as famosas construções sobre pilotis fossem internacionalmente notadas. Com muita apreciação e menção pelas obras modernas européias, Lúcio Costa começa a implantar no Brasil traços do que seria a arquitetura moderna brasileira.
Lúcio Marçal Ferreira Ribeiro Lima Costa, conhecido como Lúcio Costa, filho dos brasileiros Alina Ferreira da Costa e Joaquim Ribeiro Costa, nasceu em 1902, no dia 27 de fevereiro, na cidade de Toulon, na França, em decorrência do posto de Almirante que seu pai ocupava na marinha brasileira que exigia mudanças constantes. Em decorrência desse fato, Lúcio Costa estudou em colégios localizados na Inglaterra (Royal Grammar School, em Newcastle) e Suíça (Collège National, em Montreux) até sua adolescência.
Em 1917, Lúcio Costa é matriculado na Escola Nacional de Belas Artes do Brasil, no Rio de Janeiro, e em 1924 se forma no curso de Arquitetura e Pintura aos 22 anos.
Seus projetos primários, alguns feitos quando ainda era estudante e em um escritório de Arquitetura formado em parceria com Fernando Valentim (que é mantido de 1922 a 1929), eram influenciados pelo ecletismo, corrente arquitetônica resultante da mistura de diversos estilos.
Em 1924, o Dr. Lúcio Costa (nessa época estagiário) é comissionado, pela Sociedade Brasileira de Belas Artes, a visitar a cidade de Diamantina juntamente com alguns artistas do movimento moderno, como Mário de Andrade e Tarsila do Amaral. Tal viagem foi crucial para difundir os pensamentos de Lúcio. Segundo a arquiteta Maria Elisa Costa, filha de Lúcio Costa, “tinha uma coisa tão normal na arquitetura civil em Diamantina que ficou a semente de um desconforto. E ao mesmo tempo, junto com esse desconforto em relação ao que ele fazia (arquitetura eclética) veio também a indagação: qual deve ser a linguagem (arquitetônica) da minha época?” (O RISCO: Lúcio Costa e a utopia moderna; 2003). Porém, é em 1929, ao conhecer a Casa Modernista de Gregori Warchavchik (hoje museu em São Paulo), que a admiração de Lúcio Costa pelo modernismo é intensificada.
Segundo as jornalistas Luciâni Gomes, Maria Beatriz Pedroso e Patrícia Braga, ele (Lúcio Costa), conseguiu aliar os elementos para que o movimento de fato acontecesse. Lia e escrevia muito. Foi responsável por formular conceitualmente a existência de um movimento de arquitetura moderna brasileira e foi graças a isso que a arquitetura moderna no Brasil chegou a tanto.” (GOMES et al, 2007)
Em dezembro de 1930, a convite de Rodrigo Melo Franco, chefe de gabinete do ministro dos Negócios da Educação e Saúde Pública, Lúcio Costa se torna diretor da Escola Nacional de Belas Artes. Após poucos meses no cargo, Costa organizou em 1931, como era de costume, a Exposição Geral da Escola Nacional de Belas Artes e, por sua iniciativa, artistas da corrente moderna participaram da mostra, rompendo com o padrão academicista das exposições da ENBA. Essa mostra ficou conhecida como Exposição Revolucionária. No ensino da ENBA, Lúcio encabeçou uma grande reformulação na metodologia e no programa dos cursos, em especial do de Arquitetura, exonerando alguns professores tradicionais da Escola e contratando novos, alinhados ao pensamento moderno. Essa transformação causou grande celeuma e animosidade na comunidade acadêmica conservadora da instituição (assim como dos professores demitidos) e, em decorrência disso, Lúcio foi exonerado de seu cargo no mesmo ano, após apenas nove meses como diretor da Belas Artes.
Lúcio Costa sempre achava, de acordo com Otávio Leonídio (2010), que a arquitetura Moderna brasileira estava em constante ameaça e ser exonerado de seu cargo não ajudou esse sentimento ser amenizado, muito pelo contrário.
Contudo, sua trajetória seguiu e já em 1935 se tornou responsável pela execução do projeto da nova sede do Ministério da Educação e Cultura, no Rio de Janeiro, a convite do Ministro Gustavo Capanema. Ele decide não trabalhar sozinho, mas sim com a presença de vários arquitetos, dentre eles Affonso Eduardo Reidy, Carlos Leão e Oscar Niemeyer. Além disso, Lúcio convence Getúlio Vargas (então presidente da república da época) a convidar Le Corbusier para ser consultor da obra.
O Brasil era um território possível de construção e Lúcio Costa sempre foi um homem que avaliava muito bem as possibilidades e ele sabia que teria outra fortaleza se ele tivesse Le Corbusier como consultor. (CAVALCANTI, 2003)
Com isso, o Brasil chegou a ser referência com um dos maiores edifícios modernos do mundo. Pele de vidro é umas das novidades apresentadas pelo prédio, que por alguns anos foi considerado o mais moderno do mundo. (MARTINELLI, 2017)
Projeto de formação de uma arquitetura nacional, de um urbanismo nacional. Acompanhava o projeto de formação de uma nação com uma certa autonomia, independência e riqueza própria. Esse projeto, no início, é um projeto bastante ousado e bastante corajoso, considerando que a arquitetura moderna no Brasil era uma arquitetura de início, não consolidada. (FERRO, 2003)
No ano de 1937, Lúcio Costa ocupa mais um cargo público, se torna diretor da Divisão de Estudos e Tombamentos do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (SPHAN). No mesmo ano, Lúcio Costa ganha um concurso para projetar o pavilhão brasileiro na feira mundial de New York, mas acha o projeto de Niemeyer, que ficara em segundo lugar, tão excepcional que o convida para realizar um novo projeto. E assim, dois dos pioneiros da arquitetura modernista brasileira, projetam mais uma obra em conjunto.
Não é possível falar de Lúcio Costa sem falar de Brasília. Esse é, sem sombra de dúvidas, seu maior feito profissional. O ápice de sua carreira chega quando ganha mais um concurso, porém dessa vez para ser o responsável pelo plano piloto da nova capital federal que foi construída no centro geográfico do país, em uma área do estado de Goiás. O trabalho, inaugurado em 1960, foi o que coroou a reputação profissional que Lúcio já possuía nacional e internacionalmente.
Em 1954 um grave acidente aconteceu. Lúcio perde sua esposa e se sente culpado por isso. Em uma noite, em uma auto-estrada, eles estão juntos voltando para casa e batem o carro em uma árvore. Costa fica bem, mas infelizmente sua esposa falece. Por esse motivo, Lúcio Costa não comparece à inauguração de Brasília já que a esposa não poderia estar ao seu lado. Como é de se imaginar, a ausência de Lúcio Costa causou grande impacto aos envolvidos e, segundo Maria Elisa Costa (2003), como tentativa de explicar a situação, Dr. Lúcio escreve uma carta ao jornal The New York Times:
Acompanhei e aprovei o desenvolvimento do projeto de Brasília a partir do escritório da Novacap no Rio, e acho que a concretização da ideia original se mostrou melhor que eu esperava. Não vou lá por dois motivos: primeiro, porque quero deixar todo o crédito da expressão arquitetônica e da construção atual da cidade para Niemeyer e Pinheiro, segundo, porque minha esposa Leleta teria adorado estar lá, e eu depois prefiro compartilhar o impedimento.
Lúcio Costa, 1960
Durante o ápice de sua carreira, Dr. Lúcio recebeu diversas honrarias, dentre elas o título de Professor Honoris Causa de Harvard e, quatro anos depois, em 1964, em decorrência de uma inundação que devastou Florença, foi convidado a participar da equipe responsável pela reconstrução da cidade.
Em 1969, Lúcio Costa fica responsável por elaborar o plano de urbanização da Barra da Tijuca no Rio de Janeiro, mas infelizmente tem fim diante de diversas irregularidades.
Além de Arquiteto, Lúcio era também escritor. Publicou diversos livros e, dentre eles, o “Registro de uma vivência”, uma obra de caráter pessoal e autobiográfica onde Costa revela segredos de seus projetos e obras, reúne alguns ensaios e artigos, além de cartas pessoais.
Lúcio Costa era muito admirado por aqueles que trabalhavam com ele. Sempre defendia suas obras e as obras de seus colegas que acreditava ter potencial. “Não media palavras quando se trata de defender o projeto ao qual, cada vez mais, sua persona pública se associava.” (LEONÍDIO, 2010, p.3)
Dr. Lúcio viveu por muitos anos em seu apartamento na Av. Delfim Moreira, no Leblon, até os 96 anos em 1998 quando faleceu, deixando duas filhas, Maria Elisa e Helena. Teve uma vida e carreira notável e foi, durante a maior parte de sua vida, funcionário público.


Figuras 1 e 2: Linha do Tempo das Obras de Lúcio Costa - Fonte: Acervo Pessoal
PARK HOTEL SÃO CLEMENTE
Ficha Técnica
Local: Alameda Marquês Barbacena, 131, no bairro Poço São Clemente, na cidade de Nova Friburgo, Rio de Janeiro.
Construção do Projeto: 1944
Tipologia de Uso: Pousada e Hotelaria
Padrão Arquitetônico: Moderno
Materiais Predominantes: Madeira e Pedra
Número de Pavimentos: 3 (subsolo, térreo, pavimento superior)
O Park Hotel foi encomendado pelo engenheiro e amigo César Guinle, buscando a criação de local para descanso, um para os interessados em comprar terrenos na região do Parque São Clemente, área de posse da Família Guinle. Em razão dessa demanda, Lucio Costa constituiu um programa de uma pousada com um número reduzido de quartos em uma área desproporcional às áreas de uso comum, que ocupam quase a mesma área construída. A previsão inicial para o funcionamento desse local de repouso seria de 10 anos, contudo, o Park Hotel cumpriu seu papel de abrigo pelo dobro de tempo, até início da década de 1960. Para Carlucci (2005, p. 63), tal obra refletiu não apenas o projeto e a construção de um produto de um determinado cliente, mas foi o testemunho de uma amizade (Lúcio e “Dr. César” eram amigos) e a “conformação de um modo de ser e estar no mundo onde a delicadeza, o cuidado e o detalhe transpõem e superam a arquitetura enquanto objeto material para atuar também na esfera da vida privada do usuário” (CARLUCCI, 2005, p. 63).

Figura 3:Vista da fachada sul do Park Hotel - Fonte: ArchiDaily (2021)
ESPACIALIDADE

Figura 4: Croqui da planta com anotações manuscritas - Fonte: Jobim(2006)
Um olhar mais detido sobre esse edifício traz à luz uma apropriação moderna de materiais muito utilizados em construções vernaculares (madeira e pedra) e elementos construtivos da tradição colonial brasileira (telhados cerâmicos, varandas, treliçados). A distribuição dos espaços internos no piso térreo respeita proposições modernas e dialogam com o espaço externo ao norte. O padrão arquitetônico expresso por Lucio Costa nessa obra possui uma essência Moderna, sendo um desdobramento prático de vários preceitos e concepções da Arquitetura Moderna: elevação da construção (plano voltado para o sul) por meio de pilotis feitos de toras brutas de eucalipto, liberando parte do pavimento térreo - varanda - para a circulação das pessoas entre o interior e o parque (exterior); o uso da planta livre, sendo a varanda um espaço flexível e articulado com outros espaços, se configurando em um térreo iluminado parcialmente fechado com pano de vidro; a proposta da fachada livre como decorrência da planta livre, fazendo com que as vedações não tivessem uma função estrutural e permitindo uma maior liberdade no posicionamento de esquadrias; grandes janelas do térreo (parede de vidro), que proporcionam mais iluminação ao ambiente interno e uma bela vista panorâmica ao parque, através da transparência proporcionada;

Figura 5: Vista em perspectiva - Fonte: Nelsonkon (2021)
orientação única e uniforme da série de suítes; a predominância contínua das varandas em balanço nos quartos ao longo da fachada sul; estruturação das formas em proporção geométrica. O princípio modernista regulou a intenção plástica de Lúcio Costa, e orientou não só a concretização do programa demandado pelo proprietário do hotel, como o sobrepujamento de tal programa com uma construção rústica que ganhou expressão nacional e internacional devido aos seus méritos incontestáveis do seu projeto arquitetônico.
ANÁLISE DA PLANTA
Lucio Costa vai projetar uma pousada visando atender o programa de necessidade de um amigo cliente e as exigências da legislação local de Nova Friburgo à época, que ordenava o estilo “hotel de montanha”, marcadamente campestre. Sua proposta de erguer um pavimento prismático sobre um térreo livre, optando por uma estrutura mista de alvenaria e madeira roliça, ressaltando ao máximo o uso desse material natural, o permitiu apresentar de forma direta uma caracterização de “cabana” ao mesmo tempo que possibilitava utilizar os preceitos da arquitetura moderna.
O térreo é amplo e apresenta toda a largura do pavimento superior (onde se localizam as suítes). Não sendo um hotel tradicional, e sim um abrigo para hóspedes interessados em terrenos da região, essa pousada buscava evidenciar de forma mais pujante o belo parque projetado pelo paisagista Auguste Glaziou ao sul da construção.

Figura 6:Planta Térreo - Fonte: ArchiDaily (2021)
Logo, esse pavimento térreo, na sua fachada norte, é bem poroso, com pilotis de madeira de seção transversal média de vinte centímetros de diâmetro e eixos verticais distantes entre si três metros térreo, constituindo uma planta livre que permite Lucio Costa dispor os espaços com mais liberdade. A poente do térreo, encontra-se um pano de vidro com caixilhos de madeira, que envolve – de forma translúcida - o ambiente e sofre uma leve inclinação até próximo à metade longitudinal do pavimento. Daí uma varanda se impõe estabelecendo acessos a um restaurante/recepção, sala de recreação e fluxo ao parque por meio de uma escada. Ainda se encontram na planta térreo, no braço oeste, a construção em pedra, que comporta a recepção, a cozinha, e outros locais de serviços.
O pavimento superior é sustentado por toras de eucalipto, que compõem o piso e o forro do térreo, permitindo a instalação de oito suítes simples uniformemente dispostas, tendo nas extremidades oeste e leste, duas suítes especiais. A uniformidade e a rigidez das formas geométricas desse pavimento serão marcas do padrão arquitetônico moderno no interior dessa pousada.

Figura 7: Planta Pavimento Superior -Fonte: ArchiDaily (2021)
Ao Sul, encontra-se um balanço que sustenta um balcão com guarda-corpo de treliça azul, treliça essa que integra o vernáculo colonial. Ao Norte, um corredor que leva aos quartos está disposto sobre um balanço e encerrado em estrutura de madeira no lado oposto à entrada dos quartos, e limitado às extremidades pelos banheiros das suítes especiais.

Figura 8: Corte Transversal - Fonte: ArchiDaily (2021)

9: Fachada Sul, com destaque para o pano de vidro as varandas em balanço - Fonte: Nelsonkon (2021)

Figura 10: Escada de acesso ao térreo, interligando o interior da casa com o Parque - Fonte: ArchiDaily (2021)

Figura 11: Interior do Térreo - Fonte: Nelsonkon (2021)

Figura 12: Térreo - Fonte: Nelsonkon (2021)

Figura 13: Corredor do Pavimento superior - Fonte: Nelsonkon (2021)

Figura 14: Suíte do Pavimento superior, com a varanda em balanço ao fundo - Fonte: Nelsonkon (2021)
VOLUMETRIA
A edificação se apresenta a partir da composição de dois volumes retangulares, interligados pela cozinha. O de menor extensão apresenta apenas o pavimento térreo, enquanto o principal, mais longo, apresenta pavimento superior. (ver figuras 6 e 7). Esse primeiro pavimento é a sobreposição do volume, com leve extensão da sua área por conta do balanço criado pelas varandas, e corredor de acesso às suítes, esse em leve desnível, cortados superiormente por dois telhados de uma água. (ver figura 8). Há ainda o pavimento subsolo que não impacta no desenho da edificação.
Os volumes se articulam através de uma variação entre cheios e vazios, proporcionados pela diferença criada pelo vão térreo, suspenso por pilotis, e seus fechamentos em pano de vidro - no bloco principal - e a massa construída mais fechada, em alvenaria, no volume menor. A presença das varandas ao longo de toda extensão Sul, desse bloco principal, colabora para essa diferença de peso da parte mais leve, sobre a mais pesada, entre as duas volumetrias. No bloco mais extenso ainda é possível perceber uma diferenciação leve entre as fachadas Norte e Sul, quanto à permeabilidade visual.
RITMO DOS ELEMENTOS
A edificação apresenta uma forte regularidade. Sua modulação é percebida a partir da disposição enfileirada dos pilares de madeira, presentes no térreo da fachada Sul, em que quatro desses módulos estão fechados por panos de vidro, seguidos por outros cinco, que dão acesso ao vão aberto, finalizando com mais um módulo fechado. A disposição das suítes padrão, moduladas em oito, limitadas por duas suítes principais, em suas extremidades, são outro exemplo de modulação presente nessa fachada. No restante da edificação, essa ocorrência se dá, na apresentação enfileirada e/ou em pares de elementos como esquadrias, guarda-corpos, contraventamentos e panos de vidro, o que dá ao desenho da edificação uma percepção de continuidade e linearidade.
SEDE DO JOCKEY CLUB BRASILEIRO
Ficha Técnica:
Local: Avenida Almirante Barroso, 139 - Centro, Rio de Janeiro
Início e Conclusão do Projeto: 1956-1972
Tipologia de Uso: Comercial e Lazer
Padrão Arquitetônico: Modernismo
Área: Aproximadamente 7500m²
Materiais Predominantes: Aço na garagem e concreto armado nos demais blocos (Archdaily)
Número de Pavimentos: 12 andares
UM POUCO DA HISTÓRIA…
O Jockey Club Brasileiro, foi fundado em 1932, com a junção de dois clubes já existentes, o Derby Club e o Jockey Club, segundo informações divulgadas pelo próprio Jockey (2021). As sedes de ambos os clubes conforme o Rio de Janeiro Aqui (2018), foram construídas lado a lado na Avenida Central, que hoje é chamada de Avenida Rio Branco no Centro do Rio de Janeiro. Ambos foram demolidos e atualmente há um arranha-céu construído no terreno.

Figura 15: Sede do Antigo Jockey Club à Esquerda e do Derby Club à Direita - Fonte: Estilos Arquitetônicos (2020)
Conforme Fracalossi (2015), o projeto de Lúcio Costa para a Sede Social do Jockey Club Brasileiro, foi aprovado no mesmo ano do concurso do Plano Piloto de Brasília. A edificação que levou aproximadamente 12 anos (1956-1972) para ser concluída, é de escala monumental e assim como o prédio público que sediou o Ministério da Educação e Saúde a extensão de uma quadra na Avenida Almirante Barroso, no Centro do Rio de Janeiro.
[...] O primeiro nível em que o quarteirão se conceitua como entidade edificada ocorre quando o edifício ocupa o perímetro da quadra, conferindo um alto grau de clareza visual pela coesão plástica obtida pela homogeneidade da quadra sem parcelamentos. Suas características geralmente monumentais o caracterizam como exceção na paisagem da Cidade Figurativa. O típico exemplo de edifício quarteirão é o segundo terreno do edifício do Jockey Club Brasileiro. As duas alternativas formuladas para o mesmo local são reveladoras de uma grande variedade na morfologia urbana. Álvaro Vital Brazil vence o concurso, mas não constrói o anteprojeto caracterizado por uma ocupação total em baixa altura, criando uma praça edificada elevada, o tipo Lever Building nova iorquino. Na proposta efetivamente construída, Lúcio Costa torna-se prototípico: insere um prisma dentro de outro por pura economicidade, oportuna a quarteirões altamente densificados. O edifício-garagem em miolo de quadra é envolvido por um esquema de três lados com destinação à renda. O clube se posiciona na face voltada ao mar e na cobertura. A base é resolvida por duas galerias cobertas que flanqueiam as faces longitudinais com comércio junto à rua. (BAHIMA; BRINO, 2016, p. 9)
Em conformidade com o que nos diz Bahima e Brino (2016, p. 9), a sede do Jockey Club possui localização privilegiada, com vista para o mar, na região central da cidade, com espacialidade compatível com as construções do entorno.

Figura 16: Sede Jockey Club Brasileiro - Fonte: Viva Decora Pro (2019)
ANÁLISE DA PLANTA
O edifício da sede do Jockey Club Brasileiro, é uma construção que conseguiu abrigar em seus doze andares, diversas funções de forma harmoniosa. A sede social do clube segue as principais características da terceira etapa do movimento moderno conforme esboça Paulo Santos, os detalhes exteriores são simples, com predomínio de linhas retas, as paredes são desprovidas de decoração, a planta livre e as janelas são estreitas dispostas em fita. O Arq.Futuro (2016) considera que é mais fácil compreendê-lo como quatro edifícios em um.
São raros os exemplos de edifícios que tornam melhores os lugares em que se implantam. Mais raros ainda são aqueles pensados como modelos, que fazem avançar as tipologias usualmente reproduzidas nas cidades. Esse é o caso do Jockey Club. Ao se deparar com a possibilidade de construir uma quadra inteira no centro do Rio, com uma demanda complexa que envolvia a implantação de um clube associada à previsão de espaços comerciais e salas para locação e renda da instituição, e ainda a necessidade de abrigar uma significativa quantidade de automóveis, já àquela época uma questão, Lucio Costa concebe uma disposição espacial virtuosa em que as diversas atividades se distribuem em um arranjo tridimensional que assegura a cada parte a sua melhor condição ambiental e a melhor relação com a cidade. Em outras palavras, o Jockey não é um edifício. Melhor entendê-lo como quatro edifícios em um, em que o desenho da arquitetura subordina o edifício à cidade. (ARQ.FUTURO, 2016)
Por ser uma instituição privada, o Jockey necessita de renda. Refletindo sobre estas condições, Lúcio Costa, o concebeu segundo informações divulgadas por Fracalossi (2015), da seguinte maneira: na testada leste está o bloco administrativo ligeiramente recuado a norte e sul, escritórios para aluguel, instalações recreativas que se estendem sobre a garagem e sobre o teto-terraço das alas de escritórios nas demais testadas. Ainda há no edifício os escritórios do clube, vestíbulo térreo, salões de honra e restaurantes, salões de festa, quadras esportivas, cinema, pátios, piscina e terraços ajardinados.

Figura 17: Planta do Andar Térreo - Fonte: Fracalossi (2015)
No térreo da edificação as fachadas voltadas para as avenidas Nilo Peçanha e Almirante Barroso são recuadas, criando assim uma espécie de pilotis, a planta livre é composta por galerias voltadas para as calçadas, dando lugar a lojas comerciais. Na fachada para a Avenida Nilo Peçanha podemos encontrar também o local destinado a entrada e saída dos funcionários. A fachada da Avenida Presidente Antônio Carlos é composta basicamente pela chapelaria e entrada principal. Já a fachada da rua Debret se divide em: entrada para o subsolo, lojas e entrada/saída de veículos.

Figura 18: Planta Sobreloja - Fonte: Fracalossi (2015)
O piso sobreloja é destinado aos setores administrativos do clube e no pátio central encontramos o início do estacionamento.

Figura 19: 12° Pavimento - Fonte: Fracalossi (2015)
O 12º pavimento é o teto-jardim do edifício que garante vista ao mar e de boa parte do centro do Rio de Janeiro. É neste piso que estão localizados os equipamentos de lazer: piscina, ginásio, sauna, bar, etc.

Figura 20: Sede Jockey Club - Fonte: Leonardo Martins (2016)
ESPACIALIDADE
A Av. Almirante Barroso e a Av. Nilo Peçanha são de menor fluxo e nelas estão localizadas as fachadas dos dois edifícios compostos por escritórios.
Como já mostrado anteriormente, os térreos são recuados e com algumas lojas, isso reforça o uso público da rua, já que as fachadas ficam com um certo movimento. Além de poderem abrigar lojas, essas fachadas recuadas também servem de “abrigo” do sol e eventuais chuvas para pedestres.
Por ser a avenida principal, na Av. Presidente Antônio Carlos, se encontra a entrada do clube, o edifício mais importante quando comparado aos edifícios de escritórios. Na cobertura, há um espaço ao ar livre com equipamentos esportivos e algumas vegetações, fazendo essa parte da obra se parecer com uma espécie de praça.
No centro dos três prédios, se encontra o quarto e último edifício, o edifício-garagem. Ele foi construído com estrutura metálica, para permitir um maior número de pavimentos. Nesses pavimentos estão divididas 785 vagas.
Por apresentar janelas por toda sua extensão, o interior da obra é bem iluminado e ventilado

Figura 21: Interior do Jockey - Fonte: Fracalossi (2015)
RITMO DOS ELEMENTOS
Para a construção do Jockey Club, Lúcio Costa fez uma combinação de elementos estratégica, os materiais e técnicas construtivas fazem com que este seja funcional e de alto requinte. O volume integra-se bem com a paisagem do entorno, os espaços vazios da planta livre fazem com que este comunique-se com a rua.

Figura 22: Corte Longitudinal - Fonte: Fracalossi (2015)
Seguindo os padrões arquitetônicos nos blocos do prédio pode-se perceber um padrão no lançamento das vigas, dos pilares, na disposição em fita das janelas, etc.
Os elementos construtivos também seguem um determinado padrão, há predominância do concreto armado na estrutura, janelas de esquadrias de aço e vidros pretos. Os espaços internos seguem uma modulação no decorrer dos andares, variando apenas na cobertura. Até alcançar o andar no qual ocorrem as atividades de lazer. A garagem se eleva e seus níveis podem ser percorridos por meio de rampa. Embora preencha toda a construção, o bloco garagem não faz comunicação com os escritórios que o cercam. uando o visitei pela primeira vez, entrei silenciosamente em um dos edifícios de escritório e me dirigi a um pavimento-tipo qualquer. Na circulação, me pus a procurar uma porta que permitisse aceder ao estacionamento que sabia estar ali, atrás da parede. Indagado sobre a localização dessa passagem, um funcionário que chegava para o trabalho me informou que, para ter acesso ao estacionamento, eu deveria descer ao térreo, sair do edifício, dobrar a esquina e entrar pela outra rua. Eu sempre imaginei o quanto seria interessante estacionar no oitavo ou nono andar, abrir uma porta e encontrar o escritório. Mas não, eu estava enganado. Aquele era um edifício moderno, em que as funções se organizam separadamente. (ARQFUTURO, 2016)

Figura 23: Corte Transversal - Fonte: Fracalossi (2015)
VOLUMETRIA
É possível perceber que o edifício é composto basicamente de "paralelepípedos", a não ser as colunas que servem como base no exterior do conjunto que são colunas com bases circulares sendo uma obra com formatos bastante lineares. Esses formatos dão uma harmonia à obra, tanto em relação a ela mesma quanto em relação a onde ela está localizada.

Figura 24: Maquete 3D - Fonte: Fracalossi (2015)
Curiosidades e Impressões
Em 2017, os arquitetos Célio Diniz e Raíssa Rocha com colaboração de Carolina Baltar do Escritório Base Sete, elaboraram um projeto de revitalização da cobertura da Sede do Jockey. A intervenção no edifício segue a seguinte lógica
A intervenção do edifício do Jockey pode ser dividida em duas categorias: restauro dos acabamentos originais (magenta) e intervenção com novos revestimentos e novas configurações espaciais (amarelo). Onde foi possível, procuramos manter a integridade da obra de Lúcio Costa. Nos demais ambientes degradados ou com programas defasados, propusemos linguagens contemporâneas.
Externamente, pouco é alterado. A arquitetura de Lúcio Costa é mantida a não ser pelo acréscimo no último pavimento de uma singela caixa de vidro que se debruça em balanço sobre a estrutura existente, mostrando à cidade que algo diferente acontece no Jockey. O novo convive em harmonia com o edifício modernista sem renegar sua identidade. À noite, a caixa de vidro se transforma no farol do JCB, informando aos transeuntes sobre os eventos que acontecem em seu interior. (BASE SETE, 2017)
O projeto do Base Sete mantém a vista livre conforme foi projetado por Costa, o pavimento da piscina ganha um bar para um público mais jovem. No andar mais frequentado pelos sócios mais antigos, eles propuseram um ambiente e sóbrio, com a predominância de móveis e elementos em madeira escura e tons neutros. Outro espaço requalificado no projeto é o restaurante principal, com fechamentos de madeiras em ripa no mezanino e “no nível do salão, madeira e espelho bronze conferem sofisticação ao ambiente” (BASE SETE, 2017).







Figuras 23-29: Projeto de Revitalização dos Espaços Sociais do Jockey - Fonte: (BASE SETE, 2017)
Desenhos e Croquis Originais do Projeto

Figura 30: Planta, Corte, Fachada, Perspectiva - Fonte: Instituto Antônio Carlos Jobim (2006)

Figura 31: Perspectiva Exterior - Fonte: Instituto Antônio Carlos Jobim (2006)

Figura 32: Perspectiva Interior [I] - Fonte: Instituto Antônio Carlos Jobim (2006)

Figura 34: Perspectiva Interior [Ii] - Fonte: Instituto Antônio Carlos Jobim (2006)

Figura 35: Partido Arquitetônico Para Projeto Jockey Club - Fonte: Instituto Antônio Carlos Jobim (2006)

Figura 36: Distribuição Dos Dutos - Fonte: Instituto Antônio Carlos Jobim (2006)

Figura 37-38: Planta Do Andar Tipo - Fonte: Instituto Antônio Carlos Jobim (2006)

Figura 39: Planta - Fonte: Instituto Antônio Carlos Jobim (2014)
REFERÊNCIAS
ARQ.FUTURO. Um edifício-cidade: o caso do jockey club do rio. 3 fev. 2016. Disponível em: <https://arqfuturo.com.br/post/um-edificio-cidade-o-caso-do-jockey-club-do-rio>. Acesso em: 13 jan. 2021.
BAHIMA, Carlos Fernando Silva; BRINO, Alex Carvalho. Edifício moderno brasileiro na cidade pré-moderna: paradoxos entre paradigmas. Docomomo Brasil, Rio de Janeiro: jan. 2016. Disponível em:<https://docomomo.org.br/wp-content/uploads/2016/01/100.pdf>. Acesso em: 13 jan. 2021.
BASE SETE. Jockey Club Brasileiro. 2017. Disponível em:<http://www.basesete.com/projetos/637/jockey-club-brasileiro>. Acesso em: 13 jan. 2021.
CARLUCCI, Marcelo. As Casas de Lucio Costa. 2005. São Paulo: Escola de Engenharia de São Carlos, USP, 2005, 236 p 236.
CARNEIRO, Alan. Lucio Costa. Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil, Rio de Janeiro: 2020. Disponível em: <https://cpdoc.fgv.br/sites/default/files/brasilia/dhbb/Lucio%20Costa.pdf>. Acesso em: 20 de jan. de 2021.
CARVALHO, Ney. História: a história do Jockey Club Brasileiro. 2021. Disponível em:<https://jcbinforma.com.br/historia/>. Acesso em: 04 jan. 2021.
COMAS, Carlos Eduardo. Arquitetura moderna, estilo campestre. Hotel, Parque São Clemente. Vitruvius, São Paulo: aNO 11, n. 123, ago. 2010. Disponível em: <https://vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/11.123/3513>. Acesso em: 5 jan. 2021.
DUARTE, Rafael Saldanha. Clássicos da Arquitetura: Park Hotel / Lucio Costa. ArchDaily Brasil, Disponível em:< https://www.archdaily.com.br/br/763167/classicos-da-arquitetura-park-hotel-lucio-costa>. Acesso em: 5 jan. 2021.
ESTADÃO. Lúcio Costa. Acervo Estadão, São Paulo: 2007-2021. Disponível em:<https://acervo.estadao.com.br/noticias/personalidades,lucio-costa,1032,0.htm>. Acesso em: 04 de jan. de 2021.
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Alunos: Diogo Oliveira; Fabrício Nóbrega; Isadora Ribeiro; Lucas Terra; Vitória Lima.





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