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Severiano porto

  • Foto do escritor: ACR 113
    ACR 113
  • 17 de dez. de 2021
  • 18 min de leitura

Atualizado: 27 de dez. de 2021

Conhecido como “arquiteto da floresta” pela sua forte influência na região amazônica, Severiano foi um dos arquitetos que, com a crise do modernismo, buscaram outras formas de fazer arquitetura.



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Severiano Mário Vieira de Magalhães Porto nasceu em Uberlândia, Minas Gerais, em 19 de fevereiro de 1930. Com apenas 5 anos, mudou com sua família para o Rio de Janeiro, onde seu pai havia fundado o Colégio Brasil América. Ainda no Rio, formou-se em Arquitetura, no ano de 1954, na Faculdade Nacional de Arquitetura da Universidade do Brasil, atual FAU/UFRJ, curso que desde pequeno pensava em se graduar. A partir da faculdade, começou a trabalhar como desenhista na construtora Ary C.R. de Britto, permanecendo na empresa por cerca de doze anos, onde adquiriu seu conhecimento de obras, essencial para se ter mais segurança ao projetar.


Em 1963, o arquiteto fez uma visita turística a Manaus, tendo o seu primeiro contato com a cidade. Dois anos depois, foi convidado pelo governador do Estado do Amazonas da época, Arthur Cezar Ferreira Reis, para reformar o palácio do governo e projetar a Assembleia Legislativa do Estado, duas obras que não foram concretizadas. Durante esse tempo, Severiano Porto recebeu outras encomendas e, consequentemente, decidiu se mudar para Manaus, em 1966. Mesmo morando do outro lado do país, Porto manteve seu escritório no Rio de Janeiro, passando a coordenação para o arquiteto Mário Emílio Ribeiro, amigo de faculdade e coautor em projetos relevantes, como o Estádio Vivaldo Lima e o Campus da Universidade Federal do Amazonas. Essa decisão de permanecer com o escritório no Rio de Janeiro foi essencial, pois em Manaus não havia recursos e tecnologias suficientes para desenvolver alguns de seus projetos. Entre 1972 e 1998, o arquiteto exerceu também a função de professor de Arquitetura e Urbanismo na Faculdade de Tecnologia da Universidade Federal do Amazonas.


Após 36 anos residindo na capital amazonense, em 2003, Porto retornou ao estado do Rio de Janeiro e transferiu seu escritório para Niterói, onde passou a morar. Também nesse ano, recebeu o título honorífico de Doutor Honoris Causa pela Universidade Federal do Rio de Janeiro.


Severiano Porto, segundo Hugo Segawa, faz parte do grupo de arquitetos migrantes da década de 1960 que, após a crise do modernismo brasileiro, buscam uma nova forma de fazer arquitetura. Esses estudiosos, portanto, ficaram conhecidos por se retirarem das principais capitais brasileiras, em direção a regiões interioranas, à procura de novas oportunidades de trabalho. Essa prática originou em “uma troca e um enriquecimento de valores que (...) vão desenvolver novas atitudes em outras paragens” (SEGAWA. 1998).


Apesar de Porto não ter concedido entrevistas à imprensa especializada com manifestações claras a favor da arquitetura regional, a sua própria forma de desenhar funcionalista, a sua sensibilidade climática aguçada e as suas pesquisas construtivas sérias antes de projetar fazem com que ele seja caracterizado como um dos principais representantes do Regionalismo Crítico, termo cunhado pelo casal de arquitetos e críticos Liane Lefaivre e Alexander Tzonis, justamente por sua compreensão profunda das especificidades das localidades em que atuava (JUNQUEIRA, ZEIN. 2010).


Seu nome, portanto, ficou conhecido no campo arquitetônico, principalmente, pelas obras realizadas na Amazônia, as quais foram capazes de demonstrar seu entendimento dos costumes e particularidades regionais. Essa compreensão de Severiano Porto era evidente na sua forma criativa de usar materiais e na incorporação de elementos inerentes aos povos originários na concepção de suas construções. Sendo assim, não é estranho quando Porto passa a ser referido como “arquiteto da Amazônia” ou “arquiteto da floresta”, tendo em vista que sua forma de projetar procurava unir as técnicas vernaculares a materiais sustentáveis, visando o conforto ambiental, o aproveitamento da luz natural e uma boa ventilação para, assim, reduzir o uso de aparelhos de ar-condicionado e ataques à integridade do meio ambiente. Logo, é possível afirmar que o Regionalismo Eco-eficiente (KEIKO, OLIVEIRA, 2004) é um conceito muito presente em seus projetos, por se tratar de uma vertente em que a arquitetura é aplicada de acordo com os princípios e economia tradicionais. Assim, para Porto, o arquiteto deve sempre integrar, ou seja, enquanto a natureza cria, o arquiteto tem a função de somente integrar a natureza da melhor forma possível, sem deliberadamente modificá-la. Por esse pensamento, Severiano Porto se insere além da arquitetura moderna brasileira, onde trajetórias alternativas, como o regionalismo, são seguidas e apreciadas.

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Charge de Severiano Porto, por Paulo Caruso. (Revista Projeto 83, jan. 1986, p. 46) Fonte: https://vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/04.043/631

Reconhecendo a genialidade de Severiano Porto, o Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB) premiou muitas de suas obras, como o Restaurante Chapéu de Palha (1967), a Residência Recife (1971), a sede da Superintendência da Zona Franca de Manaus (1974), a Casa Schuster (1978), a Pousada da Ilha de Silves (1982), o campus da Universidade da Amazônia e o Centro de Proteção Ambiental Balbina (1987). Em 1985, no período de auge dos ideais regionalistas, recebeu também o prêmio "Universidad de Buenos Aires” na Bienal Internacional de Buenos Aires. Em 2016, seu conjunto de obras remanescentes em todo o estado do Amazonas foi oficialmente tombado, no entanto, muitas de suas obras já haviam sido demolidas.


No dia 10 de dezembro de 2020, Severiano Porto veio a falecer em Niterói por complicações da doença Covid-19 e parte de seu acervo pessoal de desenhos foi doado para o NAMA – Núcleo de Arquitetura Moderna da Amazônia na Faculdade de Tecnologia, como forma de proporcionar para as novas gerações de arquitetos a possibilidade de conhecer as obras icônicas que ainda existem e as que já foram demolidas e, consequentemente, valorizar a figura e a atuação de Severiano Porto no Amazonas.

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Desenho em homenagem à morte do arquiteto Severiano Porto. Fonte: https://brasilamazoniaagora.com.br/morre-severiano-mario-porto-arquiteto-sustentabilidade-amazonica/

Lista de obras


Severiano Porto realizou inúmeras obras importantes por todo Brasil, mas a maior parte das construções documentadas em seu nome se localiza ou se localizou em Manaus.

Imagem 1: Sede da Suframa. Fonte: https://www.cauam.gov.br/severiano-mario-porto-o-arquiteto-da-amazonia-comemora-mais-um-aniversario/. Imagem 2: Residência Robert Schuster. Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/01-96594/classicos-da-arquitetura-residencia-robert-schuster-slash-severiano-porto. Imagem 3: Igreja do Cavaco. Fonte: http://blogdoclaudemirandrade.blogspot.com/2011/04/centro-ecumenico-igreja-de-cavaco.html.

  • 1965 - Estádio Vivaldo Lima (demolido), Manaus, AM

  • 1967 - Restaurante Chapéu de Palha (demolido), Manaus, AM

  • 1968 - Projeto da Agência de Correios, Porto Velho, RO

  • 1969 - Edifícios como a sede da Petrobrás, Manaus, AM

  • 1971 - Sede da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa), Manaus, AM

  • 1971 - Residência Recife (demolida), Manaus, AM

  • 1971 - Pousada Guanavenas, Ilha de Silves, AM

  • 1973 - Campus da Universidade Federal do Amazonas (UFAM), Manaus, AM

  • 1977 - Escola de Música e Clube do Trabalhador do Sesi, Fortaleza, CE

  • 1978 - Residência Robert Schuster, Tarumã, Manaus, AM

  • 1979 - Pousada dos Guanavenas, Ilha de Silves, AM

  • 1979 - Ambulatório Médico do Ipasea, Manaus, AM

  • 1983 - Centrais Telefônicas da Teleamazon, Manaus, AM

  • 1983-88 - Centro de Proteção Ambiental de Balbina, Presidente Figueiredo, AM

  • 1992 - Parque Urbanização de Ponta Negra, Manaus, AM

  • 1994 - Sede da Aldeia Infantil SOS (ONG vinculada à Unesco), Manaus, AM

  • 2006 - Instituto Socioambiental, São Gabriel da Cachoeira, AM

  • 2008 - Igreja do Cavaco, Rio Preto da Eva, AM

  • S.D - Sede do Tribunal Regional do Trabalho (TRT), Manaus, AM

  • S.D - Sede do Fórum de Justiça Henoch Reis, Manaus, AM

  • S.D - Campus da UNAMA, Belém, PA

  • S.D - Escola de madeira pré-fabricada Elizabete Rodrigues de Campos, Manaus, AM

  • S.D - Sede do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), Manaus, AM

  • S.D - Agência da Caixa Econômica Federal, Manaus, AM

  • S.D - Centro Integrado Clube do Trabalhador, Sesi, Manaus, AM

  • S.D - Assembleia Legislativa do Estado, Porto Velho, RO

Suas obras de destaque são o Estádio Vivaldo Lima, o Restaurante Chapéu de Palha, a Residência Schuster e o Campus da Universidade Federal do Amazonas. Além dessas, a Residência Recife e o Centro de Proteção Ambiental de Balbina também têm grande relevância, sendo as obras analisadas nesta página.

Residência Recife ou “Casa Porto”


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Casa Recife. Fonte: http://www.casasbrasileiras.arq.br/csaseveriano.html

Ficha técnica

  • Local: Manaus, Amazonas, na esquina da rua Recife, 1435. Atualmente, conhecida como Avenida Mário Ypiranga

  • Proprietários: Severiano Mário Vieira de Magalhães Porto (Uberlândia, 1930) e Gilda Nunes de Magalhães Porto (Niterói, 1931)

  • Ano: 1971

  • Data de demolição: 2003

  • Área do terreno: 926,95 m²

  • Área construída: 225,77 m²

  • Tipologia de uso: Residencial

  • Padrão arquitetônico: Regionalismo Crítico



Para Severiano Porto, a arquitetura deveria responder ativamente às necessidades locais e não importar modelos concebidos para outras regiões. A Residência Recife, dessa forma, foi a segunda casa da família Porto na capital manauara, na qual o arquiteto procurou levar em consideração, no momento de projetar, as particularidades climáticas da cidade, desde a escolha dos materiais até o tamanho dos ambientes.


A primeira residência do arquiteto em Manaus, de 1967, chamada Casa do Cafundó, representava um rompimento dos paradigmas de moradias vistas na cidade até então (ABRAHIM, 2014, pg. 30), assim como a incerteza da família Porto em fixar-se na região permanentemente. Já a “Casa de Porto” de 1971, na rua Recife, número 1435, simbolizou a presença mais assimilada do arquiteto na urbe amazônica, como consequência do aumento da demanda de trabalho do estudioso na região.

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Severiano e Gilda Porto na sala de estar da residência. Fonte: http://www.casasbrasileiras.arq.br/csaseveriano.html#

A casa, justamente por se tratar de uma construção amplamente engajada com a expressão regionalista da arquitetura, recebeu o Prêmio Marcelo Roberto, na categoria “Edifícios para fins recreativos”, pelo Instituto de Arquitetura Brasileira (IAB-GB) em 1971. No entanto, foi vendida pelo próprio arquiteto para a Construtora Cristal Engenharia e demolida em 2003. Enquanto as suas peças de madeira e os elementos vazados de concreto foram desmontados, catalogados e doados para o IAB-AM para uma futura reconstrução - que nunca ocorreu.


Segundo o artigo "Recife, 1762 e 1435: Considerações sobre a permanência e o transitório nas duas casas de Severiano Porto", o arquiteto afirma que não era contra a demolição da residência, pois, em sua opinião, a casa, devido a modificações climáticas que a cidade enfrentou ao longo de 30 anos, não funcionava mais em sua plenitude.


Porto recebeu, como bonificação de um de seus projetos, um lote mais ao sul, no entanto, na mesma região de sua residência Cafundó. A área era conhecida, na época, por ser bastante ampla e mais afastada do centro da cidade, logo, representou, para o arquiteto, um bom local para construir sua nova casa e fixar-se oficialmente na capital.

Imagem 1: Representação da casa no terreno. Fonte: http://www.casasbrasileiras.arq.br/csaseveriano.html#. Imagem 2: Planta de situação. Fonte: http://www.casasbrasileiras.arq.br/csaseveriano.html#. Imagem 3: Planta de implantação. Fonte: NPD-Núcleo de Pesquisa e Documentação da UFRJ.

O terreno tratava-se de um lote de esquina em formato de leque com 927 m², sendo a topografia em questão, relativamente plana e um pouco mais elevada que o nível da rua. A implantação, portanto, buscou respeitar a geometria do terreno, bem como a vegetação existente, ao propor uma planta de formato assimétrico com área construída de somente 225,77 m².


Em relação à posição da construção no terreno, a casa segue a orientação do eixo norte-sul, tendo a fachada leste de frente à rua principal. A edificação concentra-se, segundo a representação feita em maquete, no lado direito do lote, permitindo a criação de espaços livres verdes.


Maquete da Residência Recife. Fonte: http://www.casasbrasileiras.arq.br/csaseveriano.html

Na volumetria, a Casa Porto apresenta-se como um conjunto de três volumes simples. O elemento mais alto e maior, de formato retangular, possui dois andares e dispõe, no térreo, uma sala e a entrada, enquanto, no pavimento superior, acomoda os dormitórios e banheiros da residência.


A segunda estrutura, com telhado em formato de retângulo, possui apenas um pavimento, sendo assim, a mais baixa entre os demais blocos, e abriga os ambientes funcionais: cozinha, despensa, área de serviço e quarto de empregada.


Já a parte em formato de “L” também se desenvolve em dois andares. Abriga, na parte inferior, um jardim interno e as salas. Na parte superior, logo acima da sala de jantar, há um vão ocupado apenas pela escada que permite o acesso ao escritório e aos demais ambientes do segundo andar.


Além disso, os amplos beirais das telhas foram projetados com o intuito de proteger das chuvas recorrentes e sombrear as partes externas da casa.


Tratamento paisagístico externo


Severiano Porto buscou, ao máximo, durante a construção da Casa Porto, utilizar do repertório vegetal pré-existente na região, com objetivo de tanto auxiliar no conforto térmico da área, quanto criar formar uma paisagem arbórea esteticamente agradável. Isso se dá, porque a vegetação abundante, além de sombrear a edificação, é capaz de, por meio da evapotranspiração das plantas, resfriar o ar que circula na casa.


As árvores altas, dessa maneira, colaboram na redução da insolação direta sobre o telhado, melhorando, assim, o microclima interno da residência.

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Vista parcial da fachada Leste. Fonte: http://www.casasbrasileiras.arq.br/csaseveriano.html

Tratamento paisagístico interno


O jardim interno no primeiro pavimento é rodeado de elementos vazados, que permitem a entrada de luz e ventilação na casa, além de plantas de pequeno e médio porte.

Imagem 1: Sala de jantar e escada. Imagem 2: Sala de jantar. Fonte: http://www.casasbrasileiras.arq.br/csaseveriano.html#.

Aspectos externos


A necessidade de atender o clima da região, reduzir os custos de obra e otimizar sua execução fez com que Severiano Porto utilizasse elementos regionais em seu projeto. Essa adesão de referências locais são frutos de observações e estudos de costumes arquitetônicos ribeirinhos e indígenas:

“Nas obras residenciais do arquiteto Severiano Porto transparece a preocupação em utilizar toda a potencialidade da região com soluções simples, mas originais. O arquiteto que observou a inadequação construtiva da arquitetura que estava sendo desenvolvida em Manaus, muitas vezes oferecendo uma temperatura interna mais elevada que a externa, procurou aprender com a sabedoria dos mateiros, nas suas construções e na cultura indígena uma arquitetura que se adequasse a região amazônica e se integrasse ao entorno existente” (BASTOS, 2011).

Nesse sentido, a exterioridade da Casa Recife foi marcada, principalmente, pelo uso de madeiras maçaranduba, cedro, sucupira e itaúba, combinadas com a alvenaria revestida e pintada na cor branca.

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Visada direção Sudoeste (fachadas Leste e Norte). Fonte: http://www.casasbrasileiras.arq.br/csaseveriano.html#

A fachada Norte, de frente à rua, possui quatro colunas colossais e uma viga. No primeiro pavimento, além do vão da garagem sustentado por essas estruturas, há basculantes e uma das entradas da casa. Já no segundo pavimento, encontra-se um ambiente todo feito em madeira, também firmado pelas colunas e vigas. A ligação estética entre esses dois pavimentos se dá pelas réguas verticais em madeira presentes no projeto.

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Fachada Norte projeto. Fonte: http://www.casasbrasileiras.arq.br/csaseveriano.html#

Na fachada Sul, tem-se a presença de um painel de cobogós quadriculados de concreto junto ao jardim descoberto. Ainda, nela é vista diversas aberturas, que variam em porta de correr, janela e basculantes com vidros de cor amarela queimada.

Fachada Sul. Fonte: http://www.casasbrasileiras.arq.br/csaseveriano.html#

A fachada Leste possui dez colunas colossais e têm como elemento de destaque ripas de madeira que formam um brise-soleil . Além disso, nela há uma porta que ocupa grande parte do pé direito do ambiente.

Fachada Leste. Fonte: http://www.casasbrasileiras.arq.br/csaseveriano.html#

Já a fachada Oeste é composta por um conjunto de aberturas alternadas entre basculantes e brise-soleil, todos em madeira.

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Fachada Oeste. Fonte: http://www.casasbrasileiras.arq.br/csaseveriano.html#

Devido a orientação desfavorável da fachada principal e ao alinhamento do corpo residencial no eixo norte-sul, foi preciso adotar, por intermédio do sombreamento de árvores e outras técnicas de conforto térmico, proteção integral da fachada leste do segundo andar para, assim, reduzir a carga térmica da residência.

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Visada direção sudeste (fachadas Norte e Oeste). Fonte: http://www.casasbrasileiras.arq.br/csaseveriano.html#

A cobertura da Casa Recife, por sua vez, é de telha cimento-amianto, material desfavorável para a região por facilmente escurecer em decorrência das chuvas intensas, sua conformação varia de acordo com a altura das paredes, podendo ser constituída por telhados de uma ou duas águas.


A Casa Recife organiza-se em dois pavimentos bem distribuídos:


Cortes Casa Recife. Fonte: http://www.casasbrasileiras.arq.br/csaseveriano.html#

Os acessos da residência se dão pelo pavimento térreo nas fachadas norte, sul e leste, sendo a entrada principal na primeira orientação citada. Utilizando a fachada norte como referência, após cruzar a garagem e passar pela porta, é visto um pequeno hall.


De frente ao hall situa-se uma escada de madeira robusta apoiada em uma parede de pedra, com dois lances em sentidos opostos separados entre si (escada em U), que dá acesso ao segundo pavimento. À esquerda, encontra-se uma sala de estar, paralela ao mesmo ambiente a oeste (lado direito), tendo o jardim interno como transição entre eles, constituído por elementos vazados em conexão à fachada oeste e ao exterior por porta de correr em madeira. Além da função transitória, esse jardim também une visualmente as diferentes partes do edifício, acompanhando o pé direito duplo da casa e se destacando no vão entre os dois pavimentos.


Ainda no hall, à direita, localiza-se a sala de jantar frente ao jardim citado e o bloco de serviços, contendo o lavabo, a cozinha, a despensa, a área de serviço e o quarto de empregada.

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Planta do primeiro pavimento. Fonte: http://www.casasbrasileiras.arq.br/csaseveriano.html#

Ao subir as escadas, no segundo pavimento, o transeunte é direcionado a um corredor, que conecta duas alas. À leste localiza-se a suíte, o quarto e o banheiro. Já à oeste é visto um escritório. Tanto os quartos como o escritório mantêm o padrão arquitetônico de Severiano Porto: o uso de madeira e diversas aberturas para superar o desconforto térmico da região. Além disso, não somente no escritório como em toda casa é possível observar o emprego de redes, destacando a influência da tradição manauara no projeto.

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Planta do segundo pavimento. Fonte: http://www.casasbrasileiras.arq.br/csaseveriano.html#

Aspectos inovadores


A forma de projetar residências praticada por Porto foi novidade na capital amazonense, que estava acostumada a importar modelos utilizados em outras regiões. A preocupação com uma ventilação constante e o amplo uso de madeira regional são elementos que o arquiteto implantou na Residência Recife, com intuito de trazer conforto e garantir uma construção mais rápida, em cerca de 6 meses.


O uso de material local na obra, portanto, foi um elemento diferente para o período, pois o que consistia a normalidade era a requisição desses materiais de fora e a construção, consequentemente, por longos períodos. A decisão do arquiteto, dessa forma, permitiu que a casa fosse levantada rapidamente e o valor de sua construção, segundo COHAB-AM (GAGLIARDI, 1968), aproximadamente, 25% menor em relação às outras residências edificadas na mesma época.


Severiano Porto, dessa maneira, foi capaz de introduzir, na arquitetura amazônica da época, uma nova forma de pensar casas em Manaus. Além de incentivar uma maior valorização de elementos regionais, conseguiu trazer para essa produção, um fator mais econômico.



Casa em obra. Fonte: http://www.casasbrasileiras.arq.br/csaseveriano.html#

Centro de Proteção Ambiental de Balbina


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Centro de Proteção Ambiental de Balbina. Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/01-13645/especial-dia-do-arquiteto-a-invencao-de-uma-arquitetura-moderna-brasileira

Ficha técnica

  • Local: Presidente Figueiredo, Amazonas, Brasil

  • Ano: 1984 (conclusão da obra) - 1988 (fechamento da instituição)

  • Área: 2.900 m²

  • Tipologia de uso: administrativa e pesquisa

  • Padrão arquitetônico: pós-moderno


O Centro de Proteção Ambiental de Balbina (CPAB) foi um projeto a pedido da Eletrobrás Amazonas Energia a Severiano Porto, com o objetivo de criar um espaço que promovesse estudos de impacto ambiental da construção da barragem da Usina Hidrelétrica de Balbina. Para a implantação da hidrelétrica, a inundação de uma grande área foi feita e, por isso, o empreendimento foi considerado por ambientalistas um dos maiores desastres ambientais no Brasil, de forma que o centro de proteção foi uma medida de compensação ambiental do grande empreendimento. O CPAB não funcionou da forma esperada, tornando-se apenas um ponto turístico do estado do Amazonas na época de funcionamento. Atualmente, a edificação da antiga instituição se encontra em ruínas, apesar de ações judiciais, em 2017, que determinaram que a Eletrobrás deveria criar planos de ações de recuperação emergencial da edificação. Tais planos não foram apresentados à Secretaria de Estado de Cultura e nem ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) para a aprovação e execução das medidas de recuperação.

“Aquilo foi só para evitar briga. Porque ia inundar um mundo danado numa região que não tem altura. O máximo que podia ter de água era uns 20 metros aqui, então não tinha água nenhuma. Ela produz um percentual bem pequeno das necessidades, insignificante quase. E o resto é termelétrica. – Severiano Porto” (NEVES, 2006, p.214)
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Usina Hidrelétrica de Balbina. Fonte: https://amazonasatual.com.br/hidreletricas-na-amazonia-afetam-arvores-adaptadas-a-vida-submersa-diz-estudo/

Localizado no distrito de Balbina, pertencente à cidade de Presidente Figueiredo, sua construção foi concluída em 1984 e suas atividades se prolongaram por apenas 4 anos. Em 1988, o centro foi desativado, tendo seu acervo arqueológico retirado. Posteriormente, o mobiliário foi saqueado pela população após o fechamento da instituição.

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Centro de Proteção Ambiental de Balbina em 2016. Fonte: https://www.acritica.com/channels/especiais/news/obra-de-severiano-porto-o-centro-de-protecao-ambiental-de-balbina-esta-em-ruinas

Implantação


O Centro de Proteção Ambiental foi implantado em um terreno de 40.000 m², mas sua área coberta é de 6.100 m², sendo apenas 2.900 m² de sua área realmente construída. A edificação foi implantada ao longo da principal avenida de acesso (Avenida Um), correspondendo com a declividade natural do terreno e aproveitando os ventos dominantes de leste para oeste.


Para melhor aproveitamento do terreno, uma parte com alojamentos, interligada com o setor administrativo da instituição (laboratórios) por uma grande passagem que seguiria a rua lateral do terreno (Rua Tefé), foi pensada por Severiano Porto, mas não foi construída. Sendo assim, a edificação ocupou apenas uma parte limítrofe do grande terreno.

Imagem 1: Implantação coberta à esquerda e implantação da área construída à direita. Fonte: https://www.researchgate.net/publication/333396672_A_Concepcao_Estrutural_como_Expressao_Plastica_Um_Olhar_Tectonico_sobre_Arquitetura_em_Madeira. Imagem 2: Imagem de satélite de 2021 do Centro de Proteção Ambiental de Balbina. Fonte: Google Earth.

Volumetria


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Desenho de Severiano Porto do Centro de Proteção Ambiental de Balbina. Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/01-13645/especial-dia-do-arquiteto-a-invencao-de-uma-arquitetura-moderna-brasileira

A volumetria se define pela extensa cobertura que abriga e reúne sob si as várias edificações do CPAB. O arquiteto privilegiou esse aspecto para proteger a edificação do Sol da região. Dessa forma, a ventilação e a iluminação naturais são aproveitadas e tornam o projeto mais eficiente. Além disso, essa cobertura foi feita inteiramente da madeira retirada do local de inundação da usina hidrelétrica.


A obra foi elaborada em duas partes: uma mais empresarial/administrativa composta pelos laboratórios de pesquisa e de coleta de dados e uma parte mais íntima para alojamento. Os alojamentos seriam dispostos de duas em duas suítes de mesmo formato e os laboratórios teriam formas diferentes para distinguir suas variadas funções. Toda a edificação seria interligada por grandes passagens cobertas pela estrutura orgânica de madeira. Entre essas duas alas do projeto, um pátio foi criado como forma de interação e integração do programa. Diferentemente do projetado por Severiano Porto, apenas a ala dos laboratórios foi construída, criando um grande volume orgânico composto de pequenos círculos interligados por passarelas.

Imagem 1: Setorização da implantação do Centro de Proteção Ambiental de Balbina. Fonte: https://www.researchgate.net/publication/333396672_A_Concepcao_Estrutural_como_Expressao_Plastica_Um_Olhar_Tectonico_sobre_Arquitetura_em_Madeira. Imagem 2: Centro de Proteção Ambiental de Balbina. Fonte: https://www.tecconcursos.com.br/questoes/378233.

Aspectos externos


Externamente, o que o observador vê é uma edificação que brinca com cheios e vazios por ser composta de várias partes fechadas com blocos de alvenaria pintados de branco e outras partes abertas apenas cobertas. Assim, é uma construção com uma única cobertura feita de telha de cavaco que abrange todo o projeto e que, apesar de sua organicidade, não se distingue das construções ao seu redor por ter uma cobertura de madeira realizada tipicamente na Amazônia. Além disso, para que a leitura dessa cobertura não seja interferida, não há vegetações altas na frente da edificação, conferindo destaque para essa tipologia construtiva.

Imagem 1: Entrada do Centro de Proteção Ambiental de Balbina. Imagem 2: Vista de dentro do Centro de Proteção Ambiental de Balbina. Fonte: https://israellarq.wordpress.com/2015/05/31/arquitetos-brasileiros-severiano-porto/.

Cortes e plantas


O Centro de Proteção Ambiental de Balbina organiza-se em apenas um nível e é separado por blocos, na qual distinguem-se através dos seus diferentes formatos. Enquanto os alojamentos são agrupados de 2 em 2 blocos, os laboratórios variam em alguns modelos para separar os tipos de atividades a serem realizadas. Dessa forma, será possível identificar através da estrutura qual tipo de atividade estará sendo feita naquele determinado ambiente.

Imagem 1: Corte e detalhe da estrutura do Centro de Proteção Ambiental de Balbina. Fonte: https://www.researchgate.net/publication/333396672_A_Concepcao_Estrutural_como_Expressao_Plastica_Um_Olhar_Tectonico_sobre_Arquitetura_em_Madeira. Imagem 2: Corte da entrada principal do Centro de Proteção Ambiental de Balbina. Fonte: https://vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/17.198/6303.

A união desses blocos, onde estão localizados os alojamentos, é feita por uma grande cobertura ondulada feita de madeira, com pilares distribuídos sem lógica geométrica. Os laboratórios estão dispostos nas proximidades da cobertura da passarela, que os interliga.


Os laboratórios possuem variados formatos. Essa divergência de dimensões foi um método utilizado pelo autor como forma de diferenciar o que será feito em cada ambiente. Na obra de Porto, estima-se que foi projetado cerca de cinco laboratórios e um auditório. No primeiro laboratório, é possível visualizar uma grande quantidade de blocos, em sua maioria retangulares, de diferentes formatos, com a existência de divisórias internas. A passarela criada, que percorre toda a estrutura, permite o fácil acesso aos demais ambientes da obra, facilitando a passagem dos empregados que residem no local.

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Modelagem da estrutura dos laboratórios do Centro de Proteção Ambiental de Balbina. Fonte: https://www.researchgate.net/publication/301464370_RECONSTRUCAO_DIGITAL_DA_VILA_BALBINA_PRESERVANDO_O_PROJETO_DE_SEVERIANO_MARIO_PORTO

Espacialidade


Os blocos da estrutura são feitos em alvenaria, material comum usado nas construções em geral. Entretanto, o diferencial dessa obra é a sua cobertura que possui uma distribuição arquitetônica exemplar que interliga todos os blocos da estrutura, embora apresente simples funções técnicas e estruturais. Porto optou pela telha de cavaco, que possui maior flexibilidade quando o telhado é constituído por muitas curvaturas. Além disso, a utilização dessa telha concede uma ótima durabilidade e conforto térmico, apesar de demandar um alto custo, pois geralmente é necessário o uso de mão de obra muito especializada.


Aspectos plásticos


O projeto original, criado por Severiano Porto, destacava a existência de dois eixos: uma ala distinta destinada aos alojamentos, e outra destinada aos laboratórios. Entretanto, somente os laboratórios foram construídos.

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Modelagem da estrutura dos laboratórios com cobertura do Centro de Proteção Ambiental de Balbina. Fonte: https://www.researchgate.net/publication/301464370_RECONSTRUCAO_DIGITAL_DA_VILA_BALBINA_PRESERVANDO_O_PROJETO_DE_SEVERIANO_MARIO_PORTO

Apesar da estrutura ser formada, em sua grande maioria, por blocos retangulares, a cobertura que possui ondulações, resulta em uma deformação plástica que está presente em toda a obra. Além disso, a sobriedade da paisagem e a inexistência de uma vegetação alta, contribui para o destaque da cobertura naquele ambiente.


Aspectos inovadores


O projeto de Porto evidencia um marco quando se fala no aprimoramento da Arquitetura Moderna no Brasil. A obra de Severiano Porto, em específico a cobertura feita de madeira cavaco, faz referência a diversas obras de arquitetos renomados, como a marquise do Parque do Ibirapuera (1951-54) de Niemeyer, o Conjunto Pedregulho (1947) e Gávea (1952) de Reidy. O uso desse tipo de material mais flexível permitiu a adequação nos diversos formatos de blocos presentes nos laboratórios, o que não aconteceria se fosse uma cobertura plana.

Imagem 1: Parque Ibirapuera, Oscar Niemeyer, 1951-54. Fonte: https://vitruvius.com.br/revistas/read/minhacidade/05.056/1984. Imagem 2: Conjunto Pedregulho, Affonso Reidy, 1947. Fonte: https://diariodorio.com/historia-do-pedregulho-conjunto-residencial-prefeito-mendes-de-moraes/. Imagem 3: Conjunto Gávea/Minhocão, Affonso Reidy, 1952. Fonte: https://lulacerda.ig.com.br/rio-antigo-por-rafael-bokor-o-predio-modernista-na-gavea-cortado-por-uma-autoestrada/.

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Centro de Proteção Ambiental de Balbina. Fonte: https://vitruvius.com.br/revistas/read/drops/21.159/7975

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